A evolução dos cones vulcânicos surtsianos
Do Blog GEOCRUSOE, que nos merece uma leitura atenta pelo menos uma vez por semana, publicamos o seguinte post:
No Faial surgem esporadicamente preocupações pelo facto do mar, vento e chuva estarem a destruir o edifício da erupção dos Capelinhos, propondo a plantação de espécies vegetais capazes de impedir tal erosão.
Efectivamente, nas erupções basálticas em mar pouco profundo e onde este entra dentro da chaminé vulcânica, designadas de erupções do tipo surtsiano (surtseiano), dão-se grandes explosões, devido ao contacto da lava quente com a água fria. O que origina cones sobretudo de grãos da dimensão das areias e outros maiores e inicialmente soltos: devido à intensa fragmentação do material assim expelido.
No Faial surgem esporadicamente preocupações pelo facto do mar, vento e chuva estarem a destruir o edifício da erupção dos Capelinhos, propondo a plantação de espécies vegetais capazes de impedir tal erosão.
Efectivamente, nas erupções basálticas em mar pouco profundo e onde este entra dentro da chaminé vulcânica, designadas de erupções do tipo surtsiano (surtseiano), dão-se grandes explosões, devido ao contacto da lava quente com a água fria. O que origina cones sobretudo de grãos da dimensão das areias e outros maiores e inicialmente soltos: devido à intensa fragmentação do material assim expelido.
O vulcão dos Capelinhos durante um período de actividade eruptiva do tipo surtsiano, os jactos negro são grãos que construíram o cone
[Foto publicada em: Machado, F. e Forjaz, V. H. - in Actividade Vulcânica do Faial - 1957-67 (1968) Ed. Com. Reg. Turismo Distrito da Horta]
As "areias" acumuladas durante a actividade surtsiana são conhecidas por cinzas vulcânicas - cientificamente o nome é complexo: hialopiroclastitos (sensivelmente significa: fragmentos vítreos formados pelo fogo) - e dão origem a cones fáceis de destruir pelo mar, vento e chuva. Nos Capelinhos, dos mais de 2 km quadrados iniciais, hoje resta talvez menos de 1.
Mas com o tempo, as mesmas chuvas, sais e seres vivos cimentam os grãos, transformando-os naquilo que as pessoas chamam de tufo vulcânico e a erosão passa a ser muito mais lenta. Então a superfície cobre-se de vegetação e quase nem vemos que a destruição continua.
Infelizmente e ao longo de milhares de anos, os grandes edifícios surtsianos continuam a reduzir em tamanho, o mar abre brechas e a erosão intensifica-se ligeiramente.
Então, com o passar dos anos, talvez outros milhares, os grande cones passam a pequenos ilhéus, parecem recifes... até ao dia em que desaparecem no mar como baixios e tornam-se em montes submarinos.
Todos os Faialenses gostam da estrutura construída pelos Capelinhos, interferir artificialmente com a evolução das coisas pode ser tentador, mas a longo prazo não resulta. A Natureza fez o mundo assim e para quem sabe olhar a beleza da Terra, verifica que esta constrói-se com as suas Regras Naturais.
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