Vamos hoje iniciar uma série de posts sobre poetas portugueses e a sua poesia, pois, na véspera do Dia de Portugal (somos o único país do Mundo que comemora o nascimento de um poeta - zarolho e tudo - como o seu maior cidadão...) e pouco antes de se comemorarem os 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa (já no próximo dia de S.º António) há que celebrar as palavras e as ideias dos portugueses que se tornaram imortais... Pois se a euforia de uns tipos que fazem poesia com os pés (e a cabeça...) nos faz esquecer o quão fundo batemos enquanto nação, há que pegar na Poesia e recordar o que de facto interessa.
Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
in Mensagem, Fernando Pessoa
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