GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

sábado, agosto 02, 2008

Água em Marte - diz a NASA

Robô conseguiu tocar-lhe e provou-a
A sonda Phoenix da NASA encontrou finalmente água em Marte
31.07.2008 - 22h54 Ana Gerschenfeld

A Phoenix, que poisou em Marte a 25 de Março, é um autêntico geólogo robotizado

“Temos água”, declarou, simplesmente, William Boynton, responsável pelo TEGA (Thermal and Evolved-Gas Analyzer), um dos instrumentos da sonda Phoenix da NASA, actualmente em missão no pólo norte de Marte. E acrescentou: “já tínhamos provas de que existe água gelada através das observações da sonda orbital Mars Odyssey e a sonda Phoenix tinha visto, no mês passado, pedrinhas de gelo a desaparecer. Mas esta é a primeira vez que tocamos e provamos água marciana.”

Foi no TEGA que uma amostra de solo marciano foi depositada hoje pelo braço da Phoenix e a seguir analisada. O TEGA é um minúsculo forno que permite aquecer as amostras para identificar os vapores produzidos. A amostra em questão, explica um comunicado da NASA, provinha de uma minúscula vala com cerca de cinco centímetros de profundidade. Mas, nos últimos dias, o braço tinha tido dificuldades para fazer a recolha de amostras de solo gelado e duas tentativas anteriores tinham falhado: as amostras ficavam coladas à espátula – algo que os responsáveis da missão não tinham previsto. Entretanto, como o solo permaneceu exposto dois dias à atmosfera, tornou-se mais fácil de manipular.

“Marte está a oferecer-nos algumas surpresas”, declarou Peter Smith, investigador principal da missão, da Universidade do Arizona, citado pelo comunicado. “É excitante porque quando surgem surpresas, as descobertas acontecem. Uma das surpresas é a maneira como o solo reage. As camadas ricas em gelo colam-se à espátula quando ficam ao sol, o que não corresponde àquilo que esperávamos com base nas nossas simulações. Foi um desafio introduzir as amostras [no TEGA], mas estamos a descobrir maneiras de o fazer e a recolher imensa informação que nos vai permitir perceber o solo de Marte.”

Face aos resultados, a NASA anunciou que a missão da Phoenix, que deveria terminar em finais de Agosto, vai ser prolongada até 30 de Setembro – mais cinco semanas do que o inicialmente previsto (90 dias). “A Phoenix está de boa saúde e as previsões em termos de energia solar parecem boas, portanto vamos aproveitar ao máximo as suas capacidades”, disse Michael Meyer, responsável pelo programa de exploração do planeta.

A Phoenix, que poisou em Marte a 25 de Março, é um autêntico geólogo robotizado e a sua missão é determinar se terá havido naquele planeta, nos últimos dez milhões de anos, condições para a existência de alguma forma de vida.

Com o seu braço robotizado de 2,35 metros de comprimento, consegue escavar o solo até meio metro de profundidade. As amostras colhidas pelo braço passam depois para outros instrumentos: para além do TEGA, um outro, o MECA (Microscopy, Electrochemistry and Conductivity Analyzer) analisa as suas propriedades físico-químicas e examina ao microscópio os seus minerais. A panóplia de instrumentos científicos da sonda inclui ainda uma estação meteorológica, que permite medir a água, as poeiras e a temperatura presentes na atmosfera. Uma câmara colocada no braço robotizado recolhe imagens do solo escavado, enquanto uma outra, num mastro, fotografa a paisagem.

in Público - ler notícia