Para entrar no Ano Novo como deve ser
ESPERANÇA
O poema quer nascer das trevas.
Está nas palavras, e não as sei.
É como um filho que não tem caminho
No ventre da mãe.
Dói,
Dói,
Mas a negar-me teimosamente
A todos os acenos libertadores
Do desespero dilacerado.
No silêncio cansado
E paciente
Canta um galo vidente.
E diz que cada dia
Que anuncia
É sempre um dia novo
De renovo
E poesia.
Coimbra, 31 de Dezembro de 1989
in Poesia Completa II - Miguel Torga
1 Comments:
At 9 de dezembro de 2015 às 12:04, rosi said…
Gracias a ti, he aprendido muchas cosas interesantes. Espero aprender aún. Te felicito por estas maravillosas compartir. Continúe con este!
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