GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Mas um dinossáurio ibérico

Paleontologia
Dinossauro carnívoro com bossa descoberto em Espanha

O terápoda tinha seis metros de comprimento

Um dinossauro carnívoro foi descoberto em Los Hayos, na região da Cuenca em Espanha. O réptil viveu há cerca de 125 milhões de anos num clima mais tropical e tinha uma estranha bossa óssea perto da cauda.


Os investigadores espanhóis deram o nome de Concavenator corcovatus à nova espécie, que significa “comedor de carne de Cuenca com uma bossa”. O artigo onde a espécie foi descrita foi publicado agora na revista Nature.

O réptil faz parte dos terápoda. "São um grupo muito importante de dinossauros porque dentro deste grupo estão as aves”, explicou Jose Sanz, da Universidade Autónoma de Madrid. “Este mundo não seria o mesmo sem as aves, as aves são mesmo uma espécie de dinossauros terápodes com asas, capazes de voar”, explicou o autor do estudo, citado pela BBC News.

O dinossauro tinha seis metros de comprimento e viveu no início do Cretácico, o último período onde os répteis terríveis existiram, entre há 146 e 65 milhões de anos. Caçava, mas também podia rapinar carne de animais já mortos.

O esqueleto do Concavenator corcovatus é um enigma. As ossadas mostram que por cima do ílio, onde os ossos das pernas contactam com a coluna vertebral, existia uma bossa. Esta estrutura poderia servir para a regulação do calor, para exibição como uma crista de galo ou para armazenamento de energia. Mas os cientistas não têm nenhuma certeza.

Outro mistério é os cinco espinhos que o dinossauro tinha em cada antebraço que podem estar relacionados com as penas nas aves. “Parecem exactamente como as inserções que as aves têm nas penas grandes utilizadas para voo”, disse à Nature Michael Benton, paleontólogo da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

A equipa defende que estas estruturas podem depois ter evoluído para a inserção das penas que conhecemos nas aves de hoje. “Vamos ter que olhar para mais dinossauros como sendo animais mais parecidos com aves”, disse Francisco Ortega, primeiro autor do estudo.



NOTA: os geólogos usam, em português, o termo terópode e não o citado terápode...