GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

quinta-feira, julho 31, 2008

Geologia no Verão com espeleólogos

Publicamos mais um post, em estereofonia, com o Blog Geopedrados:

No passado sábado fui, com o meu filho (que embora só com 6 anos, é quase um espeleólogo...) à actividade da Geologia no Verão intitulada Da Arriba Fóssil da Serra dos Candeeiros às Grutas e Nascentes de Chiqueda, da responsabilidade da SPE - Sociedade Portuguesa de Espeleologia.


Foi, como as anteriores actividades da SPE na Geologia no Verão a que fui, excelente. Os locais visitados eram, do ponto de vista geológico, ambiental e espeleológico, uma agradável surpresa. Pudemos ver, na base oeste da Serra dos Candeeiros, junto à localidade de Pedreiras (Porto de Mós), vestígios de uma arriba fóssil (associada a uma falha e com conservação de areias de praia nessa falha). Neste local havia, junto à Casa do Caçador, um arenito coberto por uma brecha calcária e que foi explorado (dando origem a uma pseudo-gruta) para a obtenção de areia a construção civil. Depois fomos em direcção à Ataíja onde vimos dolinas e toponímia associada às depressões cársicas. De seguida fomos para o Vale Canhão do Mogo, onde vimos, na Chiqueda, exsurgências, fauna e flora associadas à água existente na ribeira, um limígrafo, a exploração de água para Alcobaça, o Poço Suão (um algar que é uma exsurgência temporária) e a Gruta da Ervideira (uma lapa na zona do canhão mais bonita...).

Pelo convívio, pelo almoço partilhado, pela troca de conhecimentos e, sobretudo, pela excelente cavidade cársica visitada (os espeleotemas eram lindíssimos e bastante bem conservados) foi uma actividade relativamente fácil e que recomendamos vivamente (eu para o ano, se houver, volto a fazê-la e levar muita da minha malta...).

No próximo post irei colocar uma selecção de fotografias do evento, que o Blog Geopedrados recomenda vivamente (e este ano ainda vai haver mais vezes esta actividade).

LINK para site da SPE da actividade - AQUI

Publicidade enganosa - Magalhães

Do Blog Zero de conduta publicamos o seguinte post sobre um computador que um certo pseudo-engenheiro quer vender ao putos da primária:

Primeiro foram as notícias que davam conta de uma nova fábrica da Intel em Portugal. Um sucesso, garantia-se, que já tinha 4 milhões de encomendas ainda antes de ser instalada a primeira pedra. Um investimento que iria criar 1000 postos de trabalho qualificados, na zona de Matosinhos, graças à diligência do Governo. A apresentação foi ontem. Com pompa e circunstância a imprensa andou dois dias a anunciar o “primeiro portátil português”. O Magalhães é um computador inspirado no navegador, diziam ontem as televisões em coro. Para dar credibilidade à coisa, o mais famoso relações públicas nacional e o presidente da Intel subiram ontem ao palco do Pavilhão Atlântico para a "apresentação mundial" deste computador de baixo custo.

Um único problema. Não só o computador não tem nada de novo como a única coisa portuguesa é a localização da fábrica e o capital investido. A "novidade mundial" ontem apresentada, já tinha sido anunciada a 3 de Abril - no Intel Developer Forum, em Shangai - e foi analisada pela imprensa internacional vai agora fazer quatro meses. O tempo que tem a segunda geração do Classmate PC da Intel, que é o verdadeiro nome do Magalhães. De resto, o primeiro computador mundial para as crianças dos 6 aos 11 anos, características que foram etiquetadas pela imprensa lusa por ser resistente ao choque e ter um teclado resistente à agua, já está à venda na Índia e Inglaterra. No primeiro país com o nome de MiLeap X, no segundo como o JumpPC. O “nosso” Magalhães é isso mesmo, uma versão produzida em Portugal sob licença da Intel, uma história bem distinta da habilmente "vendida" pelo governo para criar mais um caso de sucesso do Portugal tecnológico.

Fábrica da Intel nem vê-la e os tão falados 1000 novos postos de trabalho ainda menos, tudo se ficando por uma extensão da actual capacidade de produção da fábrica da JP Sá Couto. Serão 80 novos empregos, 250 se conseguirem exportar para os Palops. Os tais 4 milhões, que já estavam assegurados, lembram-se? Só que as 4 milhões encomendas não passam de wishfull tinking do nosso primeiro. E muito pouco credível. Em todos os países onde o computador está à venda é produzido através de licenças com empresas locais. Como explicou o presidente da Intel, a empresa continua à procura de parceiros locais para ganhar quota de mercado com o Classmate PC, não o Magalhães.

A guerra de Intel é outra, como se pode perceber no relato que um dos mais reputados sites tecnológicos - a Arstechnica, do grupo editorial da New Yorker - faz da apresentação da Intel e do governo português: espetar o derradeiro prego no caixão do One Laptop for Child, o projecto de Nicholas Negroponte e do MIT para destinar um computador a cada criança dos países do terceiro mundo. É essa a importância estratégica para a Intel. O resto é fogo de vista para português ver.

PS: Não tenho nada contra a iniciativa em si, parecendo-me meritório um projecto para garantir um contacto precoce de milhares de alunos com a informática. Mas isso não quer dizer que aceite gato por lebre. Não seria nada mau sinal se a imprensa nacional, que andou a vender uma história ficcionada, também cumprisse o seu papel.


ADENDA: O computador é interessante (embora eu ache que o dinheiro poderia ser mais bem aproveitado...). Se não tiver obrigatoriedade de Internet (a farsa do programa e-escola teve direito a Internet do século passado a preços do nosso século) acho que o meu filho comprar um para brincar com os avós aos computadores... Quanto às especificações técnicas, pode vê-las AQUI.

Geotermia - Energia para um futuro sustentável



A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e a empresa GeoVita, do Grupo Patris Capital, assinaram recentemente um acordo de transferência de conhecimento que visa a prospecção e pesquisa de recursos geotérmicos do tipo EGS em Portugal; este acordo tem por base estudos da responsabilidade de investigadores do Departamento de Ciências da Terra (DCT).

LINK para a brochura explicativa AQUI


NOTA: Post conjunto com o Blog Geopedrados.

Eclipse solar de amanhã na Internet

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:

Amanhã há um eclipse total do Sol, não visível em Portugal (mas na próxima Lua Cheia temos um eclipse parcial da Lua...). A seguinte figura, retirada do site da NASA sobre eclipses, mostra os locais onde este é visível.


Para quem, como eu, não foi para a China vê-lo, aqui fica um site que irá transmitir o eclipse on-line:

Geomonumentos açoreanos na National Geographic

Do Blog insular GEOCRUSOE publicamos o seguinte post:


Reconhecidamente, a revista National Geographic, inclusive a sua versão portuguesa, não necessita de publicidade, mas mais uma vez chegou-me às mãos uma publicação para divulgação, precisamente a última edição desta revista, Julho de 2008, por apresentar um trabalho especial sobre a geologia do Açores.


Trata-se de um suplemento desdobrável intitulado "Geomonumentos dos Açores, descodificar e proteger a paisagem", onde são apresentadas e explicadas, de uma forma simples, várias estruturas geológicas que se podem encontrar nas várias ilhas deste arquipélago.

O folheto não é exaustivo, mas apresenta uma selecção significativa destes Geomonumentos, mostra a geodiversidade desta região de uma forma interessante e o enquadramento geotectónico dos Açores a nível planetário.

O destacável vai mais além dos geomonumentos. Procura caracterizar os vários tipos de erupções que formaram os Açores e o próprio aparecimento destas ilhas no contexto de "deriva" dos continentes.

Apresentando ainda publicamente, julgo que em primeira mão, a nova rede de áreas protegidas dos Açores, que neste momento já se encontra em aprovação no Parlamento da Região Autónoma dos Açores.

A aquisição desta edição com este suplemento é mais uma oportunidade de todos os interessados, no ambiente, na vulcanologia e na geologia dos Açores, conhecerem um pouco mais destas ilhas, bem como alguns modelos explicativos sobre a sua génese e enquadramento tectónico do arquipélago.

Mina de Sal Gema de Loulé - geoactividade para veraneantes

Um dos locais mais emblemáticos de Portugal em termos património geológico com exploração activa é a Mina de Sal Gema da CUF de Campina de Cima, em Loulé. A sua actividade na Geologia no Verão é uma daquelas que poucas horas depois de abrir inscrições fica completamente cheia e com uma enorme quantidade de pessoas em lista de espera...



Este ano fintaram-me - eu marquei as férias no Algarve na 2ª quinzena de Agosto e eles marcaram as actividades da Geologia no Verão na 1ª quinzena (uma desilusão...). Mas, como quem porfia sempre alcança, um e-mail ao amigo Alex (engenheiro geólogo Alexandre Andrade) veio-nos com uma resposta com uma proposta de outra actividade, com ida à Mina (o meu objectivo...) e com fins culturais. É claro que já me inscrevi (eu e mais 14... até porque assim o meu João pode ir... ) e que eu recomendo vivamente. A actividade é esta:


23 de Junho a 7 de Setembro

ARTICULAÇÕES
JOÃO MARIA GUSMÃO E PEDRO PAIVA


Mina Campina de Cima, Loulé


Comissário: Nuno Faria
Produção: Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto

A intervenção de João Maria Gusmão e Pedro Paiva nas Mina de Sal-gema, em Loulé, no âmbito exposição Articulações, constitui-se como mais um tomo do projecto Abissologia inaugurado com a exposição recentemente realizada na Cordoaria Nacional, em Lisboa.

O desafio é, a um tempo, simples e complexo: trata-se de tornar materialmente concretas algumas das questões que consubstanciam o projecto Abissologia. Para tal, propomos uma descida ao interior da terra, a trezentos metros de profundidade, lá onde o tempo se mede em unidades que em muito transcendem a vida de cada um daqueles que visita ou trabalha naquele lugar.

Este enorme espaço em negativo, de cujas paredes escuras brotam alvas estalactites de sal e onde podemos avaliar o movimento milenar da terra, dá a ver, indiscernivelmente, a quem fizer a experiência desta exposição, a superação do tempo físico remetendo-nos, enquanto seres, para um horizonte de irredutível materialidade de onde foi expurgada qualquer sombra de transcendência.

Nas galerias em quadrícula pombalina da Mina, poderemos visitar em apresentação inédita o Museu Abissológico, um conjunto de objectos recolhidos e produzidos no âmbito da investigação do projecto Abissologia, para além de filmes em 16 mm e de instalações especificamente concebidas para o espaço.

João Maria Gusmão e Pedro Paiva, que trabalham em dupla desde 2001, têm vindo a construir um sólido e idiossincrático projecto autoral que tem merecido ampla atenção crítica, quer a nível nacional quer internacional.

Informações úteis:
Visitas guiadas: Sábados às 11h00
Marcação obrigatória.

Mina Campina de Cima (exposição no interior da mina)
Rua Quinta de Betunes, Parque Mineiro, Loulé

Terça a Sexta-feira das 15.00 às 21.00 horas (última entrada)
Sábado das 09.00 às 13.00 horas (última entrada)

Marcação e uso de calçado fechado obrigatório. Grupos de 24 pessoas a cada 45 minutos. Maiores de 6 anos.

Não existe acesso para pessoas com mobilidade reduzida.

Entrada 3 € / 1,50 € para menores de 25 e maiores de 60 anos.

5 € bilhete conjunto para o Convento de Santo António, Mina Campina de Cima, Quinta da Fonte da Pipa e Lagar das Portas do Céu.

Informações e marcações: 963 819 200


LINK DO SITE DA ACTIVIDADE - AQUI

Como chegar à Mina Campina de Cima


ADENDA: Algumas fotos do local, para se roerem de inveja, da Geologia no Verão do ano passado:

Geologia no Verão: materiais de apoio e agradecimentos

Para terminar a série de posts sobre a nossa actividade da Geologia no Verão 2008 Usar e não abusar: Geologia e recursos geológicos da região das Colmeias, aqui ficam alguns materiais de apoio e agradecimentos finais:

1. Cartaz de Divulgação nas Escolas de Leiria

Foi enviado a todas as Escolas e Colégios do Concelho de Leiria pela Directora do nosso Centro de Formação de Leiria (ia dizer saudoso, pois o Ministério da Educação vai extingui-lo, mas não há-de ser nada...).

LINK para o Cartaz (MS Word 2003 - formato doc) AQUI


2. Diploma para os participantes

Foi feito por mim e melhorado pelo Doutor Jorge Dinis - será enviado por e-mail aos participantes interessados (a ser pedido através de mensagem para fernando.oliveira.martins-at-gmail.com).


3. Sites para consulta

Sugere-se a visita aos seguintes sites ou o download dos seguintes documentos:

4. Agradecimentos


Agradece-se às seguintes pessoas e instituições:
  • Doutor Jorge Dinis (pela realização e organização da actividade)
  • Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra (pela realização e organização da actividade)
  • Centro de Formação de Leiria (pela divulgação da actividade)
  • Escolas e Colégios de Leiria (pela divulgação da actividade)
  • Junta de Freguesia de Espite (pela simpatia e permissão de consultar documentação)
  • Corbário (pela autorização de visita e abertura das instalações)
  • Adelino Duarte da Mota - ADM (pela autorização de visita e abertura das instalações)
  • Funcionários da Corbário e ADM (em geral, mas em particular ao amigo geólogo Mário)
  • CisterBus (pelo excelente autocarro com ar condicionado que nos alugou e pelo simpático motorista)
  • Participantes (por nos terem ouvido com atenção e participado com entusiasmo)

Geologia no Verão: outras fotos e balanço final

Pese embora o calor, que não ajudou nada, pela criticável escolha do local de almoço (e eu sou o único culpado na opção pelo Olho de Água de Vale Sobreiro para almoçar, mas assim conseguiu-se cumprir horários...) penso que globalmente a actividade foi excelente - até a opção de autocarro com ar condicionado ajudou... Os muitos professores da área que participaram (e que poderão eventualmente usar parte do que aprenderam ou repetir total ou parcialmente a saída de campo nas Escolas) e as outras pessoas aprenderam alguma coisa da Geologia desta zona.

E agora as últimas fotos (clicar para aumentar...), de autoria do Doutor Jorge Dinis:

Foto oficial do evento, com todos os participantes

No caminho para o Olho de Água de Vale Sobreiro

Tronco fossilizado da Corbário

Geologia no Verão em fotos

Aqui ficam algumas fotos da reportagem oficial da actividade da Geologia no Verão 2008 Usar e não abusar: Geologia e recursos geológicos da região das Colmeias, que decorreu no dia 19.07.2008:

Corbário: ouvindo explicações sobre as argilas - I

Corbário: ouvindo explicações sobre as argilas - II

Pasta de argila da Corbário - pronta para fábrica

Roubando pasta de argila da Corbário...

No laboratório da Corbário

Peças de grés feitas com as argilas da Corbário - o modelo de barbas estava a mais...

No barreiro de Alto dos Crespos da ADM - I

No barreiro de Alto dos Crespos da ADM - II

No barreiro de Alto dos Crespos da ADM - III

No barreiro de Alto dos Crespos da ADM - IV

Nas instalações de lavagem de areia e recuperação de argila da ADM de Alto dos Crespos - I

Nas instalações de lavagem de areia e recuperação de argila da ADM de Alto dos Crespos - II

Nas instalações de lavagem de areia e recuperação de argila da ADM de Alto dos Crespos - III

Olhando carvão em Espite

Olho de Água de Vale Sobreiro - almoço

Olho de Água de Vale Sobreiro: à sombra - família almoçando...

Tentações antes da palestra...

Sermão de Santo António...

...aos peixes...

Na Caranguejeira - paragem para café

No início do Vale do Lapedo

No Vale do Lapedo - para que serve um papá...

Caixa de falha - Vale do Lapedo

Uma inenarrável aberração no Lapedo

A preparação da foto colectiva no Lapedo

Na agradável sauna que é o Centro de Interpretação do Lapedo - I

Na agradável sauna que é o Centro de Interpretação do Lapedo - II

Matando a sede depois do dever cumprido

O descanso dos guerreiros no final da faina