GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Um interessante sistema estelar...

A 127 anos-luz da Terra
Descoberto o sistema solar mais parecido com o nosso 


A representação artística do sistema solar agora descoberto (ESO/L. Calçada)

Tem sete planetas em órbita, um é rochoso e pouco maior do que a Terra e está a 127 anos-luz de distância. É o sistema solar mais parecido com o nosso descoberto até agora, anunciou hoje uma equipa internacional de caçadores de planetas extra-solares — de que os portugueses Alexandre Correia, da Universidade de Aveiro, e Nuno Santos, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, fazem parte.

“Só tem menos um planeta do que o nosso sistema solar. Desde 2006, Plutão é um planeta-anão, como o asteróide Ceres”, sublinha Alexandre Correia, que com este anúncio recebeu uma prenda de aniversário antecipada. Amanhã faz 35 anos.

Para cinco dos planetas, gasosos como Neptuno, os cientistas têm provas fortes da sua existência, segundo os resultados apresentados numa conferência em França, no Observatório de Haute-Provence. Para os restantes dois, há indícios: um será semelhante a Saturno, o outro será o mais pequeno detectado até ao momento. A confirmar-se o tamanho, tem apenas 1,4 vezes a massa da Terra.

Ao longo de seis anos, os cientistas acompanharam uma estrela, conhecida por HD 10180, na constelação da Hidra, com observações num telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO) em La Silla, no Chile. Na equipa estão dois grandes caçadores de planetas, Michel Mayor e Didier Queloz, do Observatório de Genebra, na Suíça, que descobriram o primeiro planeta extra-solar em 1995 e causaram furor mundial. Nuno Santos, de 36 anos, há muito que colabora com a equipa da Suíça.

Desde 1995 já foram detectados mais de 500 planetas. Conhecem-se 15 sistemas solares com pelo menos três planetas. O recorde anterior era um sistema solar com cinco planetas.

Um aparelho de grande precisão instalado no telescópio foi registando movimentos minúsculos da estrela HD 10180, ora para a frente, ora para trás, que a atracção gravitacional de planetas em seu redor causaria. Foi dessa forma que se obtiveram sinais fortes da presença de cinco planetas, com 13 e 25 vezes a massa da Terra, e que demoram entre seis e 600 dias terrestres a completar uma órbita à estrela.

Rochoso mas sem vida
No caso dos dois planetas de que há indícios, o que é idêntico a Saturno atinge 65 vezes a massa da Terra e está mais afastado da estrela: é preciso que passem 2200 dias para completar uma volta. Em contrapartida, o que é pouco maior do que o nosso planeta situa-se tão perto da estrela que o faz apenas em pouco mais de 28 horas. Um ano lá é pouco mais do que um dia na Terra.

“Está mesmo em cima da estrela, está mais perto do que Mercúrio do Sol. Não pode ter vida, isso está completamente fora de questão”, diz Alexande Correia.

E é sólido? “Para ser deste tamanho, tem de ser rochoso.” Segundo os modelos sobre a formação de planetas, até cinco massas da Terra considera-se que é rochoso. “A partir daí, passa a ser gasoso. Tem gravidade suficiente para ter uma atmosfera tão grande como Júpiter ou Saturno”, responde o astrofísico.
Outro aspecto interessante é o da distribuição dos sete planetas pelo sistema solar, obedecendo a uma lei semelhante à que se encontra no nosso sistema solar (a lei de Titius-Bode): cada planeta está quase ao dobro da distância do anterior, explica um comunicado da Universidade de Aveiro.

“Esta descoberta extraordinária também enfatiza o facto de estarmos a entrar numa nova era da investigação de exoplanetas: o estudo 
de sistemas planetários complexos e não apenas de planetas individuais”, comenta Christophe Lovis, 
do Observatório de Genebra, que é o primeiro autor do artigo científico sobre a descoberta, a publicar na revista "Astronomy and Astrophysics".
“Os estudos dos movimentos planetários no novo sistema revelam interacções gravitacionais complexas entre os planetas e dão informações sobre a evolução do sistema a longo prazo”, refere Lovis, citado numa nota do ESO.

Pode ainda não ter sido desta vez que se encontrou uma cópia perfeita do nosso sistema solar, incluindo um planeta rochoso a uma distância da estrela que permita a vida. Mas esse momento parece aproximar-se.

Curso de fotografia no Parque Natural do Tejo Internacional




Aproveitando as noites mais frescas e também o facto de esta propriedade da Quercus ficar longe da confusão e das luzes dos centros urbanos, temos os ingredientes necessários para uma bela sessão de fotografia nocturna, brincar com as estrelas, pintar de cor árvores e rochas, são algumas das actividades deste workshop que nos convida a fotografar durante a noite. A noite é convidativa á criatividade e técnica. E porque não vais querer perder esta oportunidade de conhecer o Monte Barata, mesmo no coração do Parque Natural do Tejo Internacional, espaço onde os abutres e muitas águias, veados, velhas azinheiras e,  quem sabe, o lince ibérico, convivem em perfeita harmonia com os que se aventuram a aparecer nesta bela propriedade, vamos descobrir isto tudo de noite, quando não temos sol, mas temos muitas oportunidades fotográficas a descobrir. Aparece e descobre como…

Eu serei o orientador desta actividade que decorre nos dias 3, 4 e 5 de Setembro de 2010. Esta está limitada a 20 participantes e as temáticas a aprender e a praticar são: introdução à fotografia nocturna, conhecer o equipamento, técnicas para fotografar a noite, curtas e longas exposições, pintar com a luz, rastros de luz e estrelas, eventos de noite, amanhecer e anoitecer, análise de resultados. Material fotográfico a não esquecer em casa e aconselhado é máquina fotográfica, tripé, flash e cabo disparador, lanterna e relógio. Os destinatários são qualquer pessoa que goste de fotografia e pretenda aprofundar os aspectos criativos, independentemente das temáticas preferidas e do tipo de equipamento que possua.

Para mais Informações e inscrições contactar a Quercus/Castelo Branco para o telefone 272 324 272 ou para o e-mail castelobranco@quercus.pt ou através do meu contacto de telemóvel 962 943 454.

in Grande Angular - post de Pedro Martins

terça-feira, agosto 24, 2010

Estamos a ficar velhos (para isto...)

Investigação publicada ontem
Sistema solar ‘envelhece’ dois milhões de anos


Análise de restos minerais de um meteorito revelou novos dados

A análise dos restos minerais de um meteorito encontrado no noroeste de África revelou que o sistema solar poderá ter-se originado dois milhões de anos antes do que se pensava, segundo um artigo publicado na revista ‘Nature’.

Os minerais do meteorito são os restos sólidos mais antigos encontrados até agora e crê-se que se formaram logo após o nascimento do Sol, de modo que a análise pode fornecer dados mais precisos sobre a formação do sistema solar.

Segundo a investigação da Universidade de Arizona, EUA, a formação do sistema solar teria acontecido há 4568,2 milhões de anos, entre 300 mil e 1,9 milhões de anos antes do que se pensava. Os cientistas Audrey Bouvier e Meenaskshi Wadhwa, que coordenaram a investigação, utilizaram a técnica dos isótopos, empregada em geologia para determinar a idade de restos de fósseis.

in CM - ler notícia

segunda-feira, agosto 23, 2010

Geologia no Verão em Leiria


Vai decorrer na cidade de Leiria uma Geologia no Verão que eu já fiz o ano passado e que o Blog Geopedrados recomenda:

Título: Leiria do rio Liz tem uma geologia encantadora
(Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra)
Data: 29-08-2010 10:00:00 
Descrição: Travessia da cidade, analisando a natureza das rochas, a disposição dos estratos, a morfologia e a localização das águas (Liz e nascentes). As observações permitirão a interpretação dos principais traços da geologia: movimentos de rochas maleáveis (um diapiro) no cruzamento de duas grandes fracturas. Por estas ascenderam as rochas ígneas que, resistindo melhor à erosão, formam o Castelo natural.
Ponto de encontro: Açude dos Caniços / ponte sobre o Liz (junto ao quartel dos Bombeiros Municipais).
Como Chegar: Fora da cidade: seguir indicações Hospital e depois Bombeiros Municipais. Junção das Ruas da Fábrica do Papel e Joaquim Ribeiro de Carvalho
Coordenadas GPS: 39.74044186316138 N, -8.799726963043213 O
Idade mínima: 6 anos
Localidade: Leiria / LEIRIA / LEIRIA
Itinerário: Ao longo do Liz entre o Açude dos Caniços e a Fonte Quente, Castelo, Estádio, rotunda N1-N109.
Duração: 5 h
Transporte: A pé, Bicicleta
Responsável pela acção: Jorge Dinis
Nota: Usar roupa e calçado de passeio, chapéu, protector solar, líquidos. Recomenda-se pequeno farnel, binóculos e câmara fotográfica e/ou de vídeo...para mais tarde recordar. Pode ser seguida de bicicleta, embora com subidas moderadas.

INSCRIÇÕES - AQUI

O triste caso do desaparecimento das abelhas

As abelhas estão a desaparecer do país e ninguém sabe porquê


"Tem sido uma calamidade, morrem, morrem e ninguém sabe porquê"

Comunidade científica internacional continua a estudar o fenómeno e ainda não tem conclusões. Em Arouca, os apicultores estão apreensivos com o abandono inexplicável das colmeias.

No alto de um monte de Arouca, Alberto Aguiar, apicultor há 20 anos, mostra as 30 colmeias com um ar desolado. "O movimento está fraco, está quase tudo morto, devo ter duas ou três colónias vivas", desabafa. O fato de protecção não chega a ser necessário para dar uma volta pelas colónias. Está tudo calmo. Há quatro anos que as abelhas teimam em desaparecer das suas colmeias sem deixar rasto. Situação que o deixa apreensivo ao ponto de questionar a continuidade na arte. Tem agora pouco mais de 20 colmeias habitadas, chegou a ter 170. "Tem sido uma calamidade, morrem, morrem e ninguém sabe porquê."

Alberto Aguiar mostra o que resta das provas, ou seja, o interior de colmeias com aspecto queimado, colónias que estranhamente deixaram de ter habitantes. "A partir do ano passado, comecei a desistir de povoar as colmeias", revela. Ainda foi ao Alentejo comprar abelhas, mas no último ano garante que 90 por cento das suas colónias morreram. Feitas as contas, a diminuição dos ganhos financeiros ronda a mesma drástica percentagem. "Não vale a pena investir, é perder dinheiro." Sempre que abre uma colmeia e encontra o inesperado, que agora que se tornou habitual, a vontade de desistir da apicultura aumenta. "As rainhas continuam a pôr ovos, mas o problema é que não têm abelhas suficientes para o aquecimento e para alimentar as larvas."

Alberto Aguiar, com vários prémios nacionais conquistados pela qualidade do seu mel, acompanha o assunto e sabe que a ciência ainda não conseguiu encontrar uma explicação para tão estranho desaparecimento. Chegou a colocar um plástico preto à entrada de várias colmeias para tentar apanhar uma abelha morta para enviar para um laboratório. Sem resultados. "Elas desorientam-se, desaparecem e não voltam às colmeias... há alguma coisa que interfere com elas." A hipótese que os pesticidas usados nas produções intensivas estão a afastar as abelhas não o convence. "Tenho apiários de montanha, longe de culturas onde se usam pesticidas, e também lá as abelhas estão a desaparecer", explica. As radiações dos aparelhos electrónicos são, na sua opinião, um factor que deve ser analisado com mais atenção. "Sempre que atendo o telemóvel, as abelhas rodeiam a minha mão e não me largam. É curioso."

Luís Tomé mostra um lote de mais de 20 colmeias empilhadas a um canto da sua garagem. "Está tudo morto, vai tudo para queimar. Há um mês, trouxe 10 colmeias para casa cheias de traças", conta. Há 20 anos que se dedica à apicultura e, neste momento, tem cerca de 100 colmeias em Arouca. "Todos os anos, morrem abelhas, mas neste momento esta mortandade é anormal. Este ano, não temos quase mel nenhum", lamenta. Não se lembra de nada assim, mas, por enquanto, Luís Tomé não pensa abandonar a apicultura, que partilha com outra actividade profissional. "Alguém tem de investigar e indicar um medicamento. Há cada vez menos abelhas, cada vez menos... e isto vai acabar."

Alberto Santos, apicultor de Arouca há 15 anos, perdeu todas as colmeias, 18 no total, e não sabe porquê. O que se passa? "Boa pergunta. As abelhas perdem-se... não sei o que acontece. Se fosse uma doença, elas estariam perto das colmeias, mas a questão é que desaparecem sem deixar rasto e sabemos que não morrem à fome", comenta. Há dois anos que os seus apiários vinham a perder habitantes. "Desde o ano passado que esta mortandade tem sido mais acentuada." Alberto Santos, apicultor por hobby, garante que não vai baixar os braços e tentará repovoar as suas colmeias em Fevereiro do próximo ano. "Não se pode desistir", conclui.

Fenómeno global

O desaparecimento das abelhas é um fenómeno global. Nos Estados Unidos a situação é bastante preocupante, pelas repercussões ambientais, humanas e até económicas. Espanha, França e Alemanha também dão conta de uma anormal diminuição de abelhas. Em Portugal, as associações do sector garantem que, por enquanto, não há razões para alarme.

A Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP), que representa cerca de 30 associações do sector, já aderiu a um grupo mundial que está a analisar o caso. Manuel Gonçalves, presidente da FNAP, considera que, neste momento, a situação não é preocupante, mas que poderá sê-lo "a curto prazo" se as abelhas continuarem a desaparecer. "São diversos os factores que são apresentados para tentar explicar essa situação e se se comprovar que é um factor ambiental, isso pode ser preocupante", refere. O responsável garante que há cerca de dois anos que os associados da FNAP falam do assunto. "Todos os anos, há sempre uma falha efectiva de cerca de 20 por cento de colmeias que não se consegue repor, mas a situação poderá vir a ser preocupante se verificarmos que a mortandade é excessiva." "Há um equilíbrio que deixou de existir", acrescenta. A FNAP está, por isso, atenta a todos os passos dados nesta matéria. O recenseamento oficial é feito a meio do ano e o último, segundo o responsável, até aponta para um acréscimo de cerca de cinco por cento do número de colmeias no país - neste momento, existirão à volta de 400 mil colónias, numa média de 50 por cada apicultor.

A Associação de Apicultores do Parque Natural de Motesinho, que representa cerca de 320 dos 600 apicultores da zona de Bragança, Vinhais, Vimioso e Miranda do Douro, registou alguns casos pontuais, mas nada de alarmante. "Na nossa zona têm havido algumas situações de morte de abelhas, o que, para já, não tem sido motivo de preocupação", refere Helena Guedes, técnica da associação. De qualquer forma, a situação está a ser avaliada e acompanhada. "Estamos a averiguar as origens das perdas dos efectivos dos nossos apicultores. Mas, para já, não se pode concluir que haja um desaparecimento anormal de abelhas", adianta.

A Associação de Apicultores do Nordeste do Alentejo também registou "dois ou três casos estranhos". "Embora pudesse haver algumas situações mais estranhas, em termos de desaparecimento de abelhas, não podemos avançar para uma situação alarmista", garante João Neto, técnico da associação. "Vinte por cento de quebra de colónias no Inverno é normal", acrescenta o responsável da estrutura que reúne cerca de 100 apicultores de Nisa, Portalegre, Marvão, Castelo de Vide, entre outras regiões.

Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério da Agricultura adianta que a Direcção-Geral de Veterinária não tem, até este momento, conhecimento de qualquer fenómeno relacionado com um estranho desaparecimento de abelhas, sublinhando que a diminuição de efectivos tem sido sempre "associada a causa naturais (incêndios, seca) ou a causas sanitárias (doenças das abelhas)".


NOTA: embora não goste de mel, sei da importância das abelhas em termo de biodiversidade - o nosso planeta está doente... Sugere-se ainda a leitura desta outra notícia do Público - Ciência sem explicações...

quarta-feira, agosto 18, 2010

Notícia sobre Paleontologia no Público

Fósseis encontrados na Austrália antecipam registo de vida animal


Modelo virtual da esponja

O frio tomava conta do planeta há 650 milhões de anos, mas a vida animal já era suficientemente abundante para ficar registada nas rochas. Por sorte, uma equipa de geólogos investigava o clima desta época em rochas no Sul da Austrália, quando tropeçou em formas gravadas que poderão ter sido feitas pelas mais antigas esponjas.

“Reparámos em formas repetidas que encontrávamos [nas rochas] – formas em v, anéis, canais perfurados", explicou Adam Maloof em comunicado, da Universidade de Princeton, em New Jersey, nos Estados Unidos. Segundo o investigador, a equipa pensou inicialmente que eram apenas fenómenos geológicos. "Durante o segundo ano, apercebemo-nos que tínhamos tropeçado nalgum tipo de organismo, e decidimos analisar os fósseis.” Os resultados foram publicados agora na revista científica Nature Geoscience.

Há 650 milhões de anos a Terra vivia um dos períodos mais frios da sua história. Segundo muitos autores, o clima glaciar fez com que todo o planeta ficasse coberto por gelo pelo menos duas vezes, em alturas diferentes. Há 635 milhões de anos as condições começaram a melhorar, mas durante muito tempo a vida animal continuou a ser muito escassa.

Só cerca de cem milhões de anos depois é que apareceu a maioria dos grupos animais que hoje se conhecem, um fenómeno que os cientistas chamam de explosão do Câmbrico. O fóssil de animal mais antigo que já se encontrou tem cerca de 555 milhões de anos e é anterior a esta explosão. Pensa-se que pertencia a um ser de corpo mole e os cientistas englobaram-no nos moluscos, o grupo onde estão animais como as amêijoas ou os polvos.

Até agora, a esponja mais antiga de que há registo tinha apenas 520 milhões de anos. Estes seres marítimos são filtradores de água e estão na sua forma adulta completamente imóveis. Externamente têm uma parede com espículas para protecção e internamente têm uma camada de células que retira o alimento da água. São os animais menos complexos que se conhece e através do relógio molecular tinha-se estimado que o aparecimento deste grupo seria anterior ao registo fóssil que existia.

A descoberta da equipa de Princeton vai de encontro a esta estimativa. Os cientistas não associaram imediatamente as marcas às esponjas. Primeiro, utilizaram tecnologias digitais para reconstruir a forma do animal. O modelo tridimensional que resultou é parecido com as esponjas. O tamanho destes antigos seres marinhos variava entre milímetros e centímetros e tinha pequenos canais que poderiam servir para a água passar.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Grutas e Nascentes de Porto de Mós - balanço de uma actividade

Participei hoje na actividade da Geologia no Verão 2010 intitulada Grutas e Nascentes de Porto de Mós, conforme nós antes referimos, organizada pela Sociedade Portuguesa de Espeleologia.
Excelente como sempre, para quem quiser aqui fica um link para minhas fotos da mesma – AQUI.

NOTA – o ficheiro tem 303 Megabites - e não tem vírus...

domingo, agosto 15, 2010

Perseidas - fotos de um grupo em Leiria

Post em estereofonia com o Blog AstroLeiria:
Depois de uma observação falhada, pelo mau tempo, em 12.08.2010, na noite de 13 para 14 de Agosto fui com um grupo de sete magníficos resistentes à Senhora do Monte (Cortes - Leiria) para observar as Perseidas. Céu magnífico e mais de uma dezena de boas estrelas cadentes observados...!

Para memória futura, aqui ficam duas fotos do grupo:


sexta-feira, agosto 13, 2010

Grutas e Nascentes de Porto de Mós...


... é o sugestivo nome de uma Geologia no Verão que irei fazer no domingo - ver mais pormenores aqui. Como tenho quatro inscrições em meu nome e dois amigos desistiram, poderei levar mais dois (ou três...) no meu carro no domingo.

É uma actividade fantástica, com percurso pedestre, espeleologia, interpretação da paisagem, apanha de fósseis e ervas aromáticas e muito convívio, que eu já fiz mas que quero repetir com o meu filhote. No site a actividade é descrita assim: "A acção inicia-se com a visita à Fórnia. Durante o percurso, observam-se aspectos da circulação de águas subterrâneas nas regiões calcárias. De seguida visita-se a gruta da Cova da Velha. À tarde, o percurso passa pelo Polje de Alvados, Portela e visita-se a Gruta da Mouração. A acção termina com a passagem pelas nascentes cársicas do rio Lena.".

Os interessados devem contactar-me até amanhã às 18.00 horas - fernando.oliveira.martins-arroba-gmail.com ou 960 081 251 - partida às 09.00 horas da Travessa da Rua das Olhalvas, em Leiria, e regresso ao mesmo local às 18.30 horas...

Observação das Perseidas - segunda tentativa

Vamos hoje fazer, no mesmo local de ontem, uma segunda observação da grande chuva de estrelas de Agosto - as Perseidas.

Ontem a coisa não correu bem - havia nevoeiro e nuvens altas que levaram os oito resistentes a desistir, após uma mudança de local sem grandes efeitos.

Assim partiremos em comitiva da Travessa da Rua das Olhalvas e estaremos, a partir das 23.00 horas, na Senhora do Monte, fazendo o seguinte trajecto:


Notícia sobre a Mina de Sal-Gema de Loulé

Conhecer o interior da Terra numa viagem a uma mina de sal
Iniciativa da Ciência Viva decorre até sexta-feira em Loulé
2010-08-10


Mina de sal-gema em Loulé, Algarve

Ir ao interior do Planeta Terra percorrendo um caminho de 230 milhões de anos em 230 segundos é possível esta semana no Algarve, descendo o elevador da Mina de Sal-Gema de Loulé. Até sexta-feira é possível visitar as centenas de galerias e câmaras da Mina de Sal-Gema, localizada no concelho algarvio de Loulé. Todos os anos, uma equipa de 18 pessoas extrai 40 mil toneladas de sal.

Esta iniciativa da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica vai levar todos os dias 12 pessoas a descer de elevador até 230 metros de profundidade. Depois, podem ver e tocar em rochas de sal com milhões de anos, pisar câmaras cobertas de pó de sal com aspecto lunar ou observar ao vivo máquinas roçadoras comandadas por mineiros a escavar rochas de sal.

É uma ida até ao interior da Terra percorrendo um caminho de 230 milhões de anos em 230 segundos, porque a velocidade do elevador é um metro por segundo e são 230 metros de profundidade”, explicou à Lusa Alexandre Andrade, engenheiro geólogo da Mina de Sal-Gema, uma estrutura que começou a ser explorada em 1964 e que pertence à CUF Químicos Industriais.

A mina, que extrai minério com 93 por cento de pureza e o exporta para outros países da Europa, permite aos visitantes conhecerem as diferenças entre galerias exploradas no passado com o método da dinamite e a exploração com tecnologia de ponta através de roçadoras.

Aprende-se assim a história da mina, desde os tempos em que a exploração era feita com explosivos que faziam tremer toda a cidade de Loulé, até à exploração com máquinas e ao processamento através do sistema de tapetes.


Entre as várias iniciativas que já decorreram na mina destaca-se a projecção de filmes

Os participantes ficam a saber como se começaram a alicerçar os 40 quilómetros de galerias de sal que hoje existem e onde três camiões percorrem diariamente 200 quilómetros, transportando, por hora, 50 toneladas de sal.

Luís Dias, professor de Biologia e Geologia que há cinco anos participa como monitor na iniciativa «Geologia no Verão», conta que a viagem arranca sempre pelo Poço 1 que leva as pessoas até 264 metros de profundidade onde está uma frente de extracção. A iniciativa é gratuita e todos os anos é um sucesso junto do público que esgota os ingressos nas primeiras horas.

A Mina de Sal-Gema, onde o ar tem um elevado grau de pureza e serve até de espaço para tratamentos de doenças respiratórias, já serviu também de sala de cinema onde foram projectados filmes como a «Noite dos Mortos Vivos» ou «Cabine Telefónica».

Aquela mina já foi também palco de exposições de arte no âmbito do programa «Allgarve», por onde passaram quatro mil pessoas em apenas dois meses.

in jornal on-line CiênciaHoje - ler notícia

quinta-feira, agosto 12, 2010

Ver as Perseidas em Leiria

Hoje há uma das mais bonitas Chuvas de Estrelas - as Perseidas. Eu vou vê-las à Senhora do Monte, em Leiria e estarei lá para explicar o que se vê - ver onde aqui:

Ver mapa maior

terça-feira, agosto 10, 2010

A importância científica de São Lourenço, recordada no seu dia

Post em estereofonia com o Blog Geopedrados:


(imagem daqui)

Segundo a Igreja Católica, hoje é a data do martírio de São Lourenço de Huesca:

Lourenço de Huesca ou São Lourenço (Huesca ou Valência, Espanha, 225? — Roma, 10 de Agosto de 258) foi um mártir católico e um dos sete primeiros diáconos (guardiões do tesouro da Igreja) da Igreja Cristã, sediada em Roma.
O cargo de diácono era de grande responsabilidade, pois consistia no cuidado dos bens da Igreja e a distribuição de esmolas aos pobres. No ano 257 Valeriano decretou a perseguição dos cristãos e, ao ano seguinte, foi detido e decapitado o Papa Sisto II.
Segundo as tradições, quando o Papa São Sixto se dirigia ao local da execução, São Lourenço ia junto a ele e chorava. "Aonde vai sem o seu diácono, meu pai?", perguntava-lhe. O Pontífice respondeu: "Não penses que te abandono, meu filho, pois dentro de três dias me seguirás".
Após a execução do Papa, o imperador ameaçou a Igreja para entregar as suas riquezas no prazo de 3 dias. Passados três dias, São Lourenço levou as pessoas que foram auxiliadas pela Igreja e os fiéis cristãos diante do imperador. Depois, exclamou a seguinte frase que lhe valeu a morte: "Estes são o património (riquezas) da Igreja". O imperador, furioso e indignado, mandou prendê-lo, e ser queimado vivo sobre um braseiro ardente, por cima de uma grelha. 


Segundo a sabedoria popular, este é um dia para ver como está a vinha (assunto que muito interessa, por motivos óbvios, a geólogos...) - Pelo São Lourenço, vai à vinha e enche o lenço, diz o ditado. Mas o povo, comovido com as lágrimas de Lourenço, despedindo-se do seu chefe espiritual, diz que essas lágrimas são visíveis no céu esta noite e nas seguintes - são as famosas Lágrimas de São Lourenço...

Embora hoje lhes chamemos de Perseidas, há esta bonita estória que devemos recordar - e amanhã falaremos mais deste assunto...!

 (imagem daqui)

terça-feira, agosto 03, 2010

Uma candidatura em

Património Mundial
UNESCO: candidatura dos icnofósseis de dinossauros da Península Ibérica estava incompleta


Os sítios dos icnofósseis dos dinossauros da Península Ibérica não foram incluídos na Lista do Património Mundial em análise na 34ª Sessão do Comité do Património Mundial, que decorre até amanhã em Brasília, mas sua candidatura voltará a ser analisada numa próxima reunião do Comité da UNESCO.

A decisão, tomada há pouco no âmbito da 34ª sessão do Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi revelada à Lusa por fonte ligada ao património da Península Ibérica.

Segundo a mesma fonte, a decisão foi bem recebida pelos representantes de Portugal e Espanha na reunião, porque ainda há possibilidade da sua inclusão na Lista do Património Mundial.

De acordo com a assessoria da Unesco, o dossier da candidatura foi considerado incompleto e será devolvido aos Estados que fizeram o pedido de registo, para adicionarem outras informações.

Três dos locais dos icnofósseis de dinossauros encontram-se em território português e cerca de uma dezena em Espanha.

Os representantes de Portugal e Espanha já tinham dito à Lusa que não consideravam fácil a inserção daqueles vestígios na Lista do Património Mundial e, portanto, a decisão do Comité da UNESCO foi aplaudida pelas delegações da Península Ibérica.

O balanço dos novos sítios registados como Património da Humanidade será feito na tarde desta segunda-feira pelo presidente do Comité, o ministro brasileiro da Cultura, Juca Ferreira.

A 34ª Sessão do Comité do Património Mundial encerra no próximo dia 3.

Passeio pedestre em Rio Seco - fotos

Post em estereofonia com o Blog Geopedrados:

No passado dia 11 de Julho fiz um percurso pedestre, aqui indicado, em Rio Seco (Reguengo do Fetal - Batalha), começando no início por falar da geologia da zona.
Foi excelente (só foi pena não termos subido ao topo da Maunça...). Para o comprovar, aqui ficam as fotos:
A partida...
O grupo compacto, no início
Fonte de mergulho
Água - primeiro abastecimento
Outra fonte
Escarpa da falha das Torrinhas
Meio percurso...
Fósseis de ostreídeos
Segundo abastecimento - pão com chouriço
Descanso e alimentação no segundo abastecimento
Nascente do Rio Lis - o poço
Junto à nascente do Rio Lis - o vale despido
Exsurgência permanente nas Fontes
O grupo na ponte das Fontes, junto ao clube da terra
Quase à chegada
Muro extremamente fossilífero - Rio Seco

segunda-feira, agosto 02, 2010

Geologia no Verão - mais uma actividade

No passado dia 31 de Julho à tarde (de manhã tivemos uma actividade familiar...) fui até Condeixa, para participar na actividade Maciço Calcário de Sicó e Serra da Lousã, organizada pela Liga de Amigos de Conímbriga. Fomos agradavelmente surpreendidos pela qualidade da actividade (que nos levou a conhecer o Museu, até à exsurgência de Alcabideque, a Maria Pares e às Buracas do Casmilo). O nosso cicerone, o Doutor António dos Santos Queirós, mostrou que tem excelentes conhecimentos em áreas como a Arqueologia, História, Geologia, Antropologia e Biologia...! Só foi pena não pudermos ver a Senhora do Círculo ou a Serra da Lousã, pois o programa era demasiado ambicioso.

E agora umas fotos da actividade:
Museu Etnográfico de Conímbriga - canalizações romanas de chumbo

Museu Etnográfico de Conímbriga - tesouro e admiração


Exsurgência e torre romana - Alcabideque

Autocarro da LAC

Maria Pares - caçando fósseis

Dolina exumada no Casmilo

Lapiás no Casmilo - os mais bonitos em Portugal?

Observando o campo de lapiás do Casmilo

Vale das Buracas do Casmilo

Imponente buraca no vale das mesmas, no Casmilo

Escalada no Vale das Buracas do Casmilo

Corte geológico importante no Vale das Buracas do Casmilo

Escavação arqueológica no Vale das Buracas do Casmilo

O Grupo no Vale das Buracas do Casmilo e os seus cajados de Sant'Iago

Exterior do Museu Etnográfico de Conímbriga