GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Notícia sobre paleontologia no Público

Reconstruído fóssil de pinguim que viveu há 25 milhões de anos na Nova Zelândia
Dois pinguins Kairuku numa praia, passando por um golfinho Waipatia que deu à costa
Há 25 milhões de anos vivia na Nova Zelândia um pinguim com mais de um metro de altura, Kairuku, revelam agora os investigadores que reconstruíram o fóssil deste animal pré-histórico, depois de 35 anos de trabalho.
“Kairuku [palavra Maori que significa “mergulhador que regressa com alimento”] era uma ave elegante para os padrões dos pinguins, com um corpo esguio” e patas robustas, e estima-se que tivesse mais de um metro e 20 de altura, disse em comunicado Dan Ksepka, da Universidade estatal da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. O investigador acredita que esta seria a maior das cinco espécies comuns na Nova Zelândia há 25 milhões de anos. Na verdade, seria mais alto do que o pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) actual. O trabalho de Ksepka e Paul Brinkman, da mesma universidade - que permite saber mais sobre a diversidade dos pinguins na Pré-história e sobre a evolução destes animais -, baseou-se na reconstrução de Kairuku a partir de um esqueleto de um pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus), como modelo, e dos ossos de dois exemplares distintos destas aves antigas. O primeiro fóssil de pinguim Kairuku foi encontrado pelo zoólogo e paleontólogo neozelandês Brian J. Marples na década de 40 do século XX. Mas estes ossos não foram reconhecidos como sendo de uma nova espécie porque não estavam bem preservados e apenas incluiam algumas partes dos ossos das asas. Mais tarde, em 1977, Ewan Fordyce, paleontólogo da Universidade de Otago, acabou por descobrir esqueletos muito completos nas margens do rio Waihao, na região de Canterbury, na ilha Sul da Nova Zelândia. De acordo com Ksepka, "estes fósseis estão entre os fósseis de pinguins mais completos alguma vez encontrados". Em 2009 e 2011, Ksepka e Brinkman viajaram até à Nova Zelândia para ajudar na reconstrução do pinguim. Ksepka interessou-se no fóssil porque a forma do corpo é diferente de qualquer pinguim conhecido, vivo ou extinto. Também o interessou a diversidade de espécies de pinguins que viveram onde hoje é a Nova Zelândia durante o Oligocénico, aproximadamente há 25 milhões de anos. “A localização era muito boa para os pinguins, em termos de alimentação e de segurança. A maior parte da Nova Zelândia estava debaixo de água naquela altura, deixando pequenas massas de terra isoladas, que mantinham os pinguins seguros em relação a potenciais predadores e que lhes providenciavam alimento abundante”, disse Ksepka. Ksepka espera que a reconstrução de Kairuku – um trabalho publicado na revista Journal of Vertebrade Paleontology - dê mais informações a outros paleontólogos sobre os fósseis encontrados na Nova Zelândia e que ajude a aumentar o conhecimento sobre as espécies de pinguins. “Esta espécie dá-nos uma imagem mais completa destes pinguins gigantes e pode ajudar-nos a determinar qual a sua distribuição geográfica durante o período do Oligocénico”, acrescentou o investigador.

Mais novidades sobre a extinção dos neandertais

Evolução humana
Neandertais poderiam já estar perto da extinção quando nos encontraram
Representação de uma família de Neandertais
Os estudos de ADN têm uma tendência para revolver a história da evolução humana, desta vez uma nova investigação sugere que quando os nossos antepassados contactaram com os Neandertais, há menos de 50.000 anos, estes já eram sobreviventes de um fenómeno que tinha ceifado quase totalmente a espécie, conclui um artigo publicado na revista Molecular Biology and Evolution.
A equipa internacional, que inclui investigadores do Centro de Evolução e Comportamento Humano da Universidade Complutense de Madrid, analisou o ADN extraído do osso de 13 Neandertais. Os indivíduos viveram entre os 100.000 e os 35.000 anos, e foram encontrados em sítios arqueológicos que se estendem desde a Espanha até à Ásia. Os cientistas analisaram a variabilidade do ADN mitocondrial, que existe dentro das mitocôndrias, as baterias das células que são sempre herdadas da mãe para os filhos. A partir desta análise, verificaram que havia muito mais variabilidade entre os Neandertais que viveram há mais de 50.000 anos, do que os indivíduos que viveram durante os 10.000 anos depois, pouco antes de se terem extinguido. Os indivíduos com menos de 50.000 anos tinham uma variabilidade genética seis vezes menor do que os mais antigos. Isto evidencia um fenómeno que provocou a morte de um grande número de pessoas desta espécie. Depois disto, sucedeu-se uma re-colonização da Europa a partir de populações de Neandertais vindas de Ásia. “O facto de os Neandertais terem estado quase extintos na Europa, e depois terem recuperado, e tudo isso ter acontecido antes de entrarem em contacto com os humanos modernos, é uma surpresa total”, disse Love Dalen, o primeiro autor do artigo, que pertence ao centro de investigação de Madrid e ao Museu de História Natural de Estocolmo, Suécia. “Isto indica que os Neandertais poderiam ser mais sensíveis a mudanças climáticas dramáticas que ocorreram durante a última Idade do Gelo, do que se pensava anteriormente”, disse, citado pela BBC News. Segundo o artigo, a variabilidade do genoma dos Neandertais antes do tal fenómeno que ocorreu há 50.000 anos era equivalente à variabilidade da espécie humana. Depois do fenómeno, essa variabilidade passou a ser menor do que a que existe hoje entre a população da Islândia. Este fenómeno poderá estar ligado às alterações climáticas. Pensa-se que há cerca de 50.000 anos alterações nas correntes oceânicas do Atlântico causaram uma série de temporadas geladas que alteraram inclusive a cobertura vegetal da Europa. O que quer que tenha acontecido depois, quando os humanos modernos foram migrando pela Europa, continua a ser uma incógnita. Mas estes dados sugerem que as populações de Neandertais que os nossos antepassados encontraram seriam muito mais homogéneas a nível genético e por isso muito mais vulneráveis a alterações no ambiente.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

História do tempo em os cavalos eram pequeninos e o calor os fazia diminuir

Paleontologia
Calor fez diminuir tamanho de cavalos há 56 milhões de anos
A reconstrução de um cavalo da altura a tocar no nariz de um cavalo moderno  
(Danielle Byerley/Museu de História Natural da Florida)
Há mais de 50 milhões de anos, a Terra era um local mais quente do que hoje e cavalos do tamanho de gatos corriam nas florestas da América do Norte, descobriram cientistas dos Estados Unidos, que publicaram nesta quinta-feira um artigo na Science.
Estes cavalos primitivos, conhecidos como Sifrihippys, encolheram de tamanho ao longo de dezenas de milhares de anos para se adaptarem às temperaturas mais altas durante um período em que as emissões de metano atingiram um pico, provavelmente devido a uma série de erupções vulcânicas. A investigação pode dar indicações de como é que os animais que vivem hoje no planeta vão adaptar-se ao aquecimento provocado pelas alterações climáticas de causa humana, defendem os cientistas. Os investigadores fizeram esta descoberta depois de analisarem fósseis de dentes de cavalos descobertos no estado de Wyoming, EUA. Os fósseis mostraram que os espécimes mais antigos tinham dentes maiores, o que significa que a espécie diminuiu ao longo do tempo. Muito animais acabaram por se extinguir durante um período de 175.000 anos conhecido pelo Máximo Térmico do Paleoceo–Eoceno, há cerca de 56 milhões de anos. Outros animais ficaram mais pequenos para sobreviverem num mundo com menos alimento. “Por ser um período de tempo suficientemente longo, há um argumento forte de que estamos a olhar para a selecção natural e para a evolução – isso corresponde à mudança de temperatura como força motriz da evolução destes cavalos”, disse o co-autor Jonathan Bloch, do Museu de História Natural da Florida. As temperaturas médias do globo subiram cerca de 5,7 ºC durante o período de tempo em que quantidades enormes de carbono entraram na atmosfera e nos oceanos. A superfície do mar do Árctico seria de cerca de 23 ºC, uma temperatura semelhante às águas subtropicais de hoje. A investigação mostrou que o Sifrhippus diminui quase para um terço do tamanho original, alcançando o tamanho de um pequeno gato de quatro quilos nos primeiros 130.000 anos deste período. Depois, ao fim de um período de 45.000 anos, os cavalos foram aumentando de tamanho até aos sete quilos. Durante este período, cerca de um terço dos mamíferos conhecidos também ficaram mais pequenos, alguns reduziram para metade do tamanho. “Isto tem implicações para o que poderemos esperar que aconteça nos próximos dois séculos, pelo menos a partir de alguns modelos climáticos que prevêem um aumento de até 4 ºC na temperatura ao longo dos próximos 100 a 200 anos”, disse Ross Secord, outro autor do estudo, da Universidade de Nebrasca. Já foi observada uma diminuição do tamanho de alguns pássaros quando são comparados com as versões que existiam no passado, quando o clima era mais frio, argumenta o cientista. No entanto, estima-se que as previsões das mudanças do clima ocorram já nos próximos dois séculos. Este máximo térmico que aconteceu há 56 milhões de anos ocorreu muito mais gradualmente, demorando entre 10.000 e 20.000 anos para a temperatura subir os seis graus. “Por isso há uma grande diferença na escala e a questão é: ‘Vamos ver o mesmo tipo de resposta?’ Será que os animais são capazes de responder às mudanças e reajustarem o tamanho dos seus corpos durante o próximo par de séculos?”, questionou o cientista. 

Floresta paleozóica encontrada perfeitamente preservada na China!

Descoberta floresta fossilizada com 298 milhões de anos
Uma representação da floresta encontrada na China
 
Na China desenterrou-se uma Pompeia do mundo natural com 298 milhões de anos. As cinzas de uma erupção cobriram uma floresta de fetos arbóreos, que ficou preservada até agora. O retrato deste pântano tropical está descrito na revista Proceedings of the Natural Academy of Sciences desta semana e permite compreender melhor a evolução das florestas da Terra numa altura em que ainda não havia flores.
“É como [a cidade romana] Pompeia”, disse em comunicado Herrmann Pfefferkorn, um dos autores do estudo, que pertence à Universidade de Pensilvânia, referindo-se à cidade situada na Itália que ficou cristalizada pelas cinzas do Vesúvio durante a erupção de 79 d.C. “Pompeia dá-nos um conhecimento profundo sobre a cultura romana, mas não nos diz nada sobre a história da [civilização] romana em si mesmo.” Por outro lado, permite a comparação. Pompeia “elucida-nos o tempo que veio antes e que veio depois. Esta descoberta é semelhante. É uma cápsula do tempo, e desse ponto de vista permite-nos interpretar muito melhor o que aconteceu antes e depois”, disse o cientista. E que tempo é este? Na cronologia da história geológica, há 298 milhões de anos, a Terra encontrava-se no início do período Pérmico, antes da era dos dinossauros. Nesta altura os mamíferos e as plantas com flor ainda não existiam e os répteis e as coníferas – o grupo de plantas a que os pinheiros pertencem – eram uma aquisição recente da evolução. O mundo terrestre era dominado por anfíbios e por fetos com porte de árvore. E as placas tectónicas estavam a acabar de se juntar para formar a Pangeia. O local arqueológico que os cientistas da Academia de Ciência chinesa estudaram, na região da antiga Mongólia, no Norte da China, era na altura uma super ilha separada do continente, que se situava a latitudes tropicais, no Hemisfério Norte. Os cientistas fizeram um verdadeiro trabalho de ecologia paleontológica com estratos soterrados que desenterraram, analisando 1000 metros quadrados de área florestal em três sítios diferentes. Se não tivesse havido erupção, ao longo de milhões de anos aquela paisagem ter-se-ia transformado em carvão no interior da Terra, como aconteceu em muitos locais semelhantes a norte a sul da formação. Mas a cinza fez fossilizar a floresta, que ficou comprimida em 66 centímetros de solo e fez com que a equipa pudesse recriar um retrato detalhado da floresta. “Está maravilhosamente preservada”, disse Pfefferkorn. “Podemos estar ali a olhar e encontrar um ramo com folhas, e depois encontramos o outro ramo e o outro ramo. Depois encontramos um cepo da mesma árvore. É realmente emocionante.” Os cientistas encontraram seis grupos de plantas diferentes com várias espécies em cada grupo. Há um estrato mais basal com fetos arbóreos, de onde de quando em vez saem árvores mais finas e altas que parecidas a um espanador de penas, com 25 metros de altura. Encontraram também um grupo de plantas extinto que libertava esporos e árvores que parecem ser antepassados das cicadófitas, plantas sem flores que fazem lembrar palmeiras. "Isto agora é a base. Qualquer outra descoberta, normalmente muito menos completa do que esta, tem que ser avaliada com base no que determinámos aqui", disse Pfefferkon, referindo-se à evolução da flora daquela altura.
NOTA: há pequenas imprecisões na notícia - há 298 M.a. estávamos mesmo no limite entre Carbónico e o Pérmico e a cidade de Pompeia não ficou cristalizada (ficou, parcialmente, bem preservada...). Mas tirando isto e alguns termos de botânica que podiam ser melhor explanados, a notícia não está má...

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Os trogóblios mais profundos da Terra foram encontrados pela bioespeleóloga portuguesa Sofia Reboleira

Portuguesa ajuda a descobrir novas espécies na gruta mais profunda da Terra
Plutomurus ortobalaganensis, encontrado a 1980 metros de profundidade
Insectos primitivos sem asas e sem olhos foram encontrados a quase dois quilómetros de profundidade, na mais completa escuridão, na gruta mais funda do planeta, na Geórgia. A expedição, na qual participou a cientista portuguesa Sofia Reboleira, não esperava encontrar vida tantos metros abaixo do solo.
No Verão de 2010, uma expedição ibero-russa de 30 pessoas (CAVEX Team) esteve 30 dias no interior da gruta Krubera-Vorónia, na região da Abkhazia, no Norte da Geórgia e perto do Mar Negro, com os seus 2191 metros de profundidade. Sofia Reboleira, investigadora do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e o seu colega espanhol Alberto Sendra, do Museu Valenciano de História Natural, descobriram quatro novas espécies de colêmbolos, insectos primitivos sem asas e sem olhos, adaptados à vida subterrânea, na mais completa escuridão: Anurida stereoodorata, Deuteraphorura kruberaensis, Schaefferia profundisima e Plutomurus ortobalaganensis. Este último, encontrado a 1980 metros de profundidade, é o animal subterrâneo terrestre mais profundo até agora conhecido. Cada uma das espécies tem exemplares que medem entre um e quatro milímetros. “Fomos surpreendidos por uma biodiversidade superior àquela que esperávamos a tão grandes profundidades. Não se conheciam animais cavernícolas a viver abaixo dos 1000 metros de profundidade”, diz a cientista ao PÚBLICO. A gruta Krubera-Vorónia é a única no mundo que supera os dois quilómetros de profundidade. Apesar das várias expedições ao seu interior – entre as quais da CAVEX Team que a estuda há 10 anos – esta foi a primeira vez que se estudou a sua fauna. Os animais encontrados adaptaram-se para sobreviverem em condições subterrâneas extremas, como a ausência total de luz e a pouca disponibilidade de alimentos. O zoólogo Enrique Baquero, da Universidade de Navarra, descreveu as espécies encontradas num artigo publicada na revista Terrestrial Arthropod Reviews. “Como resposta a estas condições, nenhum dos animais tem olhos e/ou pigmentação. Além disso, uma das espécies desenvolveu um quimioreceptor, uma espécie de antena parabólica química que lhe permite mover-se num local tão complicado”, disse o investigador citado num comunicado daquela universidade. Com seis toneladas às costas Sofia Reboleira, 31 anos, foi convidada pela CAVEX Team a participar na expedição à gruta Krubera-Vorónia, uma missão que “foi custeada na totalidade por cada um dos participantes, sem apoios externos ou patrocínios”, disse. Mas chegar e descer à gruta mais profunda do planeta – com cavidades formadas quando o Mar Negro estava praticamente seco e com níveis freáticos muito mais baixos do que actualmente – foi uma missão exigente. “Esta cavidade está situada na Abkhazia e é necessário passar pela Rússia e cruzar a fronteira a pé com todo o equipamento às costas. A subida à zona do acampamento é feita em camiões militares que carregam os espeleólogos e as cerca de seis toneladas de equipamento necessário para uma expedição desta magnitude”, conta. Este inclui equipamentos de espeleologia, de mergulho e comida para 30 pessoas durante 30 dias. “Os camiões cruzam a zona de floresta e sobem às montanhas do Cáucaso, deixando-nos na base do vale do Ortobalagan, onde estão situadas várias grutas profundas, entre as quais a Krubera-Vorónia”. Depois, “todo o material é carregado, pelos expedicionários, desde a base do vale até à zona da entrada da cavidade, onde se estabelece o campo espeleológico”. Este é um trabalho comunitário no qual todos ajudam e que dura cerca de quatro dias. Uma vez no interior da gruta – onde as temperaturas oscilam entre 0.5ºC e 5ºC e a água fria é omnipresente, o que “dificulta todo o tipo de trabalho no seu interior” –, “é necessário instalar cordas por toda a cavidade, o que consome quase três quilómetros de corda, e instalar os acampamentos subterrâneos, onde os espeleólogos descansam, comem e dormem”. O trabalho da CAVEX Team em Krubera-Vorónia não terminou. “A gruta é tão grande como o empenho das pessoas. Pensamos voltar em 2013”, disse Sofia Reboleira. Esta investigadora já tem descoberto em Portugal novas espécies em grutas. Em dezembro de 2010 anunciou a descoberta de um pseudoescorpião (Titanobochica magna) e um escaravelho (Trechus tatai) no Algarve e em Montejunto. Um ano depois publicou na revista Zootaxa a descoberta de um insecto mais primitivo do que aqueles que se conhecem actualmente, o Litocampa mendesi, numa gruta algarvia.
in Público - ler notícia

NOTA:  a minha amiga Sofia Reboleira, principal responsável do blog espeleológico Profundezas... e nossa habitual presença aqui no blog, pelos seus feitos e descobertas cientificas, está outra vez de parabéns. Para quem quiser saber mais sobre este assunto, sugere-se as seguintes leituras:

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Galileu Galilei nasceu há 448 anos

Galileu Galilei (em italiano: Galileo Galilei; Pisa, 15 de fevereiro de 1564 - Florença, 8 de janeiro de 1642) foi um físico, matemático, astrónomo e filósofo italiano.
Galileu Galilei foi personalidade fundamental na revolução científica. Foi o mais velho dos sete filhos do alaudista Vincenzo Galilei e de Giulia Ammannati. Viveu a maior parte de sua vida em Pisa e em Florença, na época integrantes do Grão-Ducado da Toscana.
Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refrator e com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo a principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica.
O físico desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o precursor do relógio de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstrato utilizado nessa época, devido a este Galileu é considerado como o "pai da ciência moderna".

sábado, fevereiro 11, 2012

Foucault morreu há 144 anos

Jean Bernard Léon Foucault (Paris, 18 de setembro de 1819 - Paris, 11 de fevereiro de 1868) foi um físico e astrónomo francês.
É mais conhecido pela invenção do pêndulo de Foucault, um dispositivo que demonstra o efeito da rotação da Terra. Ele também fez uma medição inicial da velocidade da luz, descobriu as correntes de Foucault e, embora não o tenha inventado, é creditado por nomear o giroscópio. A cratera Foucault sobre a Lua e o asteróide 5668 Foucault são assim chamados em sua homenagem.
Pêndulo de Foucault do Panteão de Paris
Início
Foucault era filho de um publicitário em Paris, onde nasceu em 18 de setembro de 1819. Após receber a educação básica em sua própria casa, ele estudou medicina, abandonando-a para se dedicar à física devido a aversão a sangue. Primeiro dedicou sua atenção para a melhoria das técnicas fotográficas de L. J. M. Daguerre. Durante três anos foi assistente experimental de Alfred Donné (1801-1878) em seu ciclo de palestras sobre anatomia microscópica.
Com A. H. L. Fizeau, realizou uma série de investigações sobre a intensidade da luz do sol, comparando-a com a de carbono na lâmpada de arco e com a de cal na chama do maçarico oxigénio-hidrogénio, além da interferência da radiação infravermelha e de raios luminosos que diferem grandiosamente no comprimento do caminho ótico e sobre a polarização cromática da luz.
Vida
Em 1850, Foucault fez uma experiência com o aparelho de Fizeau-Foucault para medir a velocidade da luz, que veio a ser conhecida com a experiência de Foucault-Fizeau. Tal experiência foi vista como "o último prego no caixão" na teoria corpuscular da luz, de Newton, pois mostrou que a luz viaja mais lentamente na água que no ar.
Em 1851, ele fez a primeira demonstração experimental da rotação da Terra em torno seu eixo (ver Rotação da Terra). A experiência foi feito por meio da rotação do plano de oscilação de um pêndulo longo e pesado suspenso livremente, no Panteão de Paris. A experiência causou sensação em todas as teorias vigentes. No ano seguinte, utilizou (e nomeou) o giroscópio como a comprovação experimental conceptualmente mais simples. Em 1855, recebeu a Medalha Copley da Royal Society por "notáveis pesquisas experimentais" Pouco antes, no mesmo ano, foi nomeado physicien (físico) do Observatório Imperial de Paris.
Em setembro de 1855, descobriu que a força necessária para a rotação de um disco de cobre aumenta quando o disco gira com sua borda entre os pólos de um íman, ao mesmo tempo que o disco torna-se aquecido pelas "correntes de Foucault" induzidas no metal.
Em 1857, Foucault inventou o polarizador que leva seu nome, e no ano seguinte criou um método para investigar espelhos de telescópios refletores, com o objetivo de determinar seu formato. O chamado "teste de Foucault" permite que o fabricante descubra se o espelho é perfeitamente esférico ou possui um desvio não-esférico, através da imagem formada pelo espelho. Antes de Foucault publicar suas descobertas, os testes de reflexão de espelhos de telescópios eram por “tentativas".
O teste de Foucault determina o formato de um espelho a partir dos comprimentos focais de suas áreas, comumente chamados de zonas e medidos a partir do centro do espelho. O teste concentra a luz de uma fonte puntiforme no centro de curvatura e reflete-a de volta para uma fenda. O teste permite ao usuário uma análise quantitativa da secção cónica do espelho, permitindo assim que ele avalie seu formato real, o que é necessário para obter-se um sistema óptico de boa qualidade. O teste de Foucault é utilizado até hoje, principalmente por amadores e pequenos fabricantes de telescópios comerciais, porque é barato e utiliza equipamentos simples e manuais.
Foi com o espelho rotativo de Charles Wheatstone que Foucault, em 1862, determinou a velocidade da luz como sendo igual a 298,000 km/s – 10.000 km/s menor que a obtida pelos pesquisadores anteriores e apenas 0,6% menor que o valor atualmente aceite.
Últimos anos
Nesse ano, Foucault foi eleito membro do Bureau des Longitudes e membro oficial da Légion d'Honneur. Em 1864, foi eleito membro da Royal Society de Londres, e no ano seguinte membro da parte mecânica do Instituto. Em 1865, apareceram artigos propondo uma modificação no governador centrífugo de Watt, que tinha sido estudado há algum tempo com o objetivo de tornar seu período de revolução constante, além de um novo aparelho para regular a luz elétrica. Nesse ano (Comptes Rendus LXIII), ele mostrou que, através da precipitação de um filme de prata fino e transparente sobre o lado externo da objetiva de vidro de um telescópio, o Sol pode ser observado sem causar danos aos olhos. Seus trabalhos científicos podem ser encontrados no Comptes Rendus, 1847-1869.
Provavelmente Foucault morreu de esclerose múltipla rapidamente desenvolvida, em 11 de fevereiro de 1868, em Paris, e foi enterrado no Cemitério de Montmartre.

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

I Feira de Minerais, Gemas e Fósseis da Escola EB1 de Santo António de Tercena

Vai-se realizar, nos dias 7, 8 e 9 de fevereiro de 2012,  a  I  Feira de Minerais, Gemas e Fósseis da Escola EB1 de Santo António de Tercena, em Tercena, concelho de Oeiras, organizada pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 de Santo António de Tercena
Tendo por objectivos criar em ambiente escolar um espaço privilegiado de divulgação científica e diálogo entre especialistas, alunos e professores na divulgação das Ciências da Terra em geral (e da Mineralogia e Paleontologia em particular) conta com um expositor de venda nestas áreas, pretendendo ainda cativar os visitantes e, principalmente, os alunos, para a Ciência e para o Colecionismo, ao mesmo tempo que se faz uma chamada de atenção para a defesa de um património geológico natural que é de todos.
Horário:
  • 10.00 às 18.00 horas (Escolas)
  • 15.45 às 18.00 horas (Público em geral)
Para marcação de visitas guiadas, por parte das escolas, contactar pelo telemóvel 926 596 131 ou através do e-mail: associacaodepaiseb1detercena@gmail.com
ORGANIZAÇÃO
e José Gomes (Minerais) 
LOCAL:
EB1 SANTO ANTÓNIO DE TERCENA Av. Santo António de Tercena, TERCENA
ENTRADA LIVRE
Materiais de Apoio

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

O vaivém espacial Columbia foi destruído há 9 anos

STS-107
Insígnia da missão
Estatísticas da missão
Vaivém espacial OV-102 Columbia
Número de tripulantes 7
Base de lançamento LC-39A
Lançamento 16 de janeiro de 2003, 15:39:00 UTC
Aterragem 1 de fevereiro de 2003, 13:59:32 UTC Desintegrou-se em voo a 61 Km de altitude sobre o Texas
Órbitas 255
Duração 15d 22h 20m 32s
Altitude orbital 307 Km
Inclinação orbital 39,0 graus
Distância percorrida 10,600,000 Km
Imagem da tripulação
Foto oficial da malograda tripulação, da esquerda para a direita: David Brown, Rick Husband,  Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael Anderson, William C. McCool e Ilan Ramon. Foto oficial da malograda tripulação, da esquerda para a direita: David Brown, Rick Husband, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael Anderson, William C. McCool e Ilan Ramon
O acidente do vaivém Columbia ocorreu no dia 1 de Fevereiro de 2003, durante a fase de reentrada na atmosfera terrestre, a apenas dezasseis minutos de tocar o solo no regresso da missão STS-107, causando a destruição total da nave e a perda dos sete astronautas que compunham a tripulação. Esta missão de cariz científico teve a duração de dezasseis dias ao longo dos quais foram cumpridas com sucesso, as cerca de oitenta experiências programadas.
Momentos após a desintegração do Columbia, milhares de destroços em chamas caíram sobre uma extensa faixa terrestre, essencialmente no estado do Texas, e na Louisiana, alguns dos quais atingiram casas de habitação, empresas e escolas. Afortunadamente entre a população ninguém ficou ferido.
A recolha dos destroços prolongou-se de forma intensiva até meados de Abril daquele ano, ao longo de 40.000 km² dos quais 2.850 km² percorridos a pé, e os restantes utilizando meios aéreos ou navais junto à linha costeira da Califórnia. Foram recolhidos 83 mil pedaços do Columbia, correspondentes a 37% da massa total da nave, entre os destroços encontravam-se também parte dos restos mortais dos astronautas.
Foi constituída uma comissão independente de inquérito ao acidente, a Columbia Accident Investigation Board (CAIB), que produziu um relatório oficial de 400 páginas após quase sete meses de investigação, no qual foram apontadas as causas técnicas e organizacionais que estiveram directa ou indirectamente envolvidas na origem da destruição do Columbia. Foram ainda perspectivadas hipotéticas soluções de resgate da tripulação e elaboradas 29 recomendações a implementar, 15 das quais de cumprimento obrigatório, sem o qual não poderia haver um regresso aos voos.
História do acidente
No dia 1 de fevereiro de 2003, os sete astronautas a bordo do space shuttle Columbia iniciam os preparativos para regressarem a casa: Terminam a última verificação dos sistemas da nave e comunicam ao controlo da missão no Centro Espacial Lyndon Johnson, localizado em Houston, no Texas, que se encontravam alinhados para o início da reentrada. Os foguetes de manobra orbital são accionados às oito horas e quinze minutos UTC durante a 255ª órbita e a reentrada é iniciada.
Após a fase de ionização, na qual as comunicações com a nave não são possíveis e o voo é controlado pelos computadores de bordo, o piloto William C. McCool e o comandante da missão Rick Husband assumem os comandos, iniciando as manobras para diminuírem a velocidade e monitorizar os indicadores, confirmando a trajectória correcta. A astronauta Laurel Clark inicia a captação de imagens (que serão recuperadas dos destroços) durante aproximadamente treze minutos, mostrando uma tripulação bem disposta e descontraída. Às 13 horas e 48 minutos UTC a tomada de imagens é interrompida, o Columbia encontra-se então sobre o oceano Pacífico a sudoeste da baía de São Francisco. Entretanto às 13 horas e 45 minutos UTC o controlo da missão considerava a reentrada como quase perfeita e previa um regresso tranquilo. Oito minutos após tudo se alterava: A telemetria começava a revelar as primeiras leituras do aquecimento não habitual de várias secções da nave. O Columbia viajava então a 21.200 km/h a uma altitude de 63,1 quilómetros sobre a parte norte do estado do Texas. Faltavam 2.250 km, equivalentes a 16 minutos, para tocarem o solo de regresso a casa.
esposa do comandante da missão, Evelyn Husband e os seus dois filhos são fotografados no Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida. Em fundo está um cronógrafo em contagem regressiva, que regista 11 minutos e 21 segundos para a aterragem do Columbia. Não havia maneira de saberem que tinham perdido marido e pai quatro minutos antes. As famílias restantes dos astronautas, (espectadores em geral e repórteres) observavam o céu no Centro Espacial, esperando pela chegada dos seus entes queridos. Então, ouvem os estampidos sónicos aquando da reentrada na atmosfera terrestre e iniciam uma contagem decrescente. Esgotado o tempo continuam olhando o horizonte e compreendem então que nada havia para esperar. Sobre o Texas é ouvida uma série deu estrondos similares a trovões. Uma chuva de destroços em chamas começa a cair dos céus e se espalham ao longo de uma faixa com 1.200 km cobrindo o estado e parte da Louisiana. O Columbia havia se desintegrado e a missão STS-107 tinha terminado. No controlo da missão as chamadas via rádio são respondidas apenas com estática e somente às 14 horas e 29 minutos UTC é oficialmente declarada uma situação de emergência no space shuttle OV-102 Columbia.
Cronologia
Compilação dos principais eventos ocorridos durante a reentrada na atmosfera terrestre da nave Columbia no dia 1 de fevereiro de 2003 (em UTC - Tempo Universal Coordenado):
  • 13:12:34 - Aquisição de sinal do Columbia pelo satélite de comunicações da NASA TDRS-West;
  • 13:15:30 - Inicio dos procedimentos e da ignição dos motores para a saída de órbita. A nave encontra-se a 283,1 km de altitude e viaja à velocidade hipersónica de mach 24,40 (27.870 Km/h);
  • 13:18:08 - Queima dos motores para a saída de órbita completada. Executada a rotação, o plano inferior da nave está agora virado para a superfície terrestre;
  • 13:32:01 - As três unidades auxiliares de energia (APU 1, 2 e 3) completam o ciclo de entrada em actividade e encontram-se a funcionar com temperatura e pressão normalizada;
  • 13:41:54 - James Hartsfield, relações públicas da NASA e locutor de serviço no controlo da missão, comenta para o público que assistia à chegada: "A altitude do Columbia é agora de 90 km acima do oceano pacífico, a norte das ilhas do Hawai, a aproximadamente dois minutos da reentrada na atmosfera terrestre. Todas as actividades decorrem sem problemas, em direcção a uma aterragem segura no Centro Espacial John F. Kennedy às 14 horas e 16 minutos";
  • 13:44:09 - Início da reentrada na atmosfera terrestre a 120,4 quilômetros de altitude e mach 24,57 de velocidade, sobre o oceano Pacífico;
  • 13:48:39 - Um sensor alojado na asa esquerda, começa a mostrar maiores tensões, do que as apresentadas em missões anteriores;
  • 13:49:32 - Início de uma viragem planeada para a direita. Esta manobra e três outras que se seguirão destinam-se a limitar a velocidade e o nível de aquecimento a que está sujeita a estrutura térmica da nave. A velocidade situa-se em mach 24.51;
  • 13:50:53 - Início da fase, que se prolongará por dez minutos, na qual são atingidos picos de temperatura na ordem dos 1,450 °C (graus celsius). A nave encontra-se sensivelmente a 480 Km da costa oeste da Califórnia, 76 Km de altitude e viaja à velocidade de mach 24.10;
  • 13:52:19 - O sensor de temperatura 9910, localizado na ponta da asa esquerda é isolado e colocado fora de serviço, após apresentar desvios de temperatura superiores a 10 °C em relação ao normal;
  • 13:53:00 - Os controladores em terra deixam de receber dados, a partir de quatro sensores de temperatura dos sistema hidráulico, interno e externo, no lado esquerdo da nave. O Columbia continua a funcionar normalmente, a tripulação não é alertada;
  • 13:53:15 - Início da cobertura por imagens de vídeo da aproximação do space shuttle;
  • 13:53:26 - O Columbia entra na zona continental dos Estados Unidos a oeste de Sacramento a 70.600 metros de altitude e mach 23 de velocidade;
  • 13:53:44 / 48 - Primeira observação de destroços deixando o envelope de voo do Columbia;
  • 13:53:46 / 50 - Segunda observação de destroços com origem no Columbia;
  • 13:53:54 / 58 - Terceira observação de destroços, seguido de um rasto por breves momentos de um brilho intenso provocado pela ionização;
  • 13:54:00 / 04 - Quarta observação de destroços deixando a nave;
  • 13:54:07 / 11 - Quinta observação de destroços deixando a nave;
  • 13:54:25 - Atravessando a linha divisória entre a Califórnia e o Nevada, à altitude de 69.350 metros e velocidade mach 22,5;
  • 13:54:35 / 37 - Sexta observação de destroços muito brilhantes escapando-se pelo rasto de plasma. Presumivelmente estes destroços foram os maiores e sempre em crescendo até à 14ª observação (13:55:58 / 56 UTC), na parte Ocidental dos Estados Unidos
  • 13:55:32 - Atravessando a linha divisória entre o Nevada e o Utah, à altitude de 68.137 metros e velocidade mach 21,8;
  • 13:55:55 - Atravessando a linha divisória entre o Utah e o Arizona, à altitude de 67.740 metros e velocidade mach 21,5;
  • 13:56:45 - Atravessando a linha divisória entre o Arizona e o Novo México, à altitude de 66.800 metros e velocidade mach 20,9;
  • 13:57:19 / 29 - Décima sexta observação de detritos deixando a nave. Evento visualizado pelo pessoal do laboratório de pesquisa da USAF (Starfire Optical Range), (imagem na secção "Outras (hipotéticas) causas");
  • 13:58:20 - Atravessando a linha divisória entre o Novo México e o Texas, à altitude de 64.000 metros e velocidade mach 19,5;
  • 13:59:32 - "Roger, uh, bu - [interrompido a meio da palavra] ...", foi esta a última mensagem de Rick Husband comandante da missão STS-107 ou de qualquer outro membro da tripulação, recebida no controlo de missão. Também os dados de telemetria vindos da nave deixaram de ser recebidos;
  • 13:59:37. - Perda da pressão hidráulica necessária ao movimento das superfícies de controlo da nave. O alarme principal é accionado. Provavelmente terá sido a partir deste momento que a tripulação tomou conhecimento da gravidade dos problemas que afectavam o Columbia;
  • 14:00:18 - Imagens tele-visionadas e testemunhos visuais revelavam o colapso da nave e os vários rastros de destroços em que se transformara o Columbia. No controlo da missão a perda da telemetria foi um sinal de preocupação, mas o assunto foi tratado como normal e o processo da aterragem decorria segundo os parâmetros previstos;
  • 14:12:39 - Aproximadamente treze minutos após a desintegração, o director de voo da NASA declara uma situação de emergência grave a bordo do veículo orbital OV-102. Alerta as equipes de busca e salvamento e isola a sala do controlo da missão - os dados têm que ser preservados para posterior investigação;
  • 14:16:?? - Sean O'Keefe administrador da NASA informa o presidente George W. Bush;
  • (dia seguinte) 08:20:?? - Todos os voos do programa space shuttle são cancelados, aguardando a conclusão do inquérito de investigação.
Pedaços de destroços após o colapso do Columbia
Causas do acidente
A causa física da perda do Columbia e da sua tripulação foi uma brecha no sistema de protecção térmica no bordo de ataque da asa esquerda, causado por um pedaço de espuma isolante que se separou da seção esquerda do suporte duplo do tanque de combustível externo, 81,7 segundos após o lançamento, e atingiu a parte inferior da asa nas proximidades do painel térmico de carbono reforçado número oito. Durante a reentrada esta violação no sistema de protecção térmica permitiu que ar superaquecido penetrasse através do isolamento e progressivamente derretesse a estrutura de alumínio da asa esquerda, resultando num severo enfraquecimento estrutural, até que o aumento das forças aerodinâmicas, causadas pelo atrito da cada vez maior densidade atmosférica, destruísse a asa provocando a perda de controle e o imediato colapso da nave. Este acidente verificou-se num regime de voo em que com a actual concepção, não havia qualquer possibilidade de sobrevivência para a tripulação.
Testes realizados por uma das mais antigas e prestigiada organização independente (sem fins lucrativos) em pesquisa e desenvolvimento (R&D) dos Estados Unidos o Southwest Research Institute em San Antonio, Texas, simulando o impacto de um pedaço de espuma isolante semelhante em massa e à mesma velocidade daquele que atingiu a asa esquerda do Columbia, demonstraram que o dano provocado no painel de carbono reforçado, seria um buraco com 41 por 42,5 centímetros.