O fascínio do Homem sobre o que escondem as cavidades naturais vem de longe. Talvez por isso, haja cada vez mais pessoas a querem entrar em grutas. São os curiosos que querem aventura. Algo bem diferente da espeleologia.

A espeleologia é uma actividade risco acrescido: o meio é inóspito, a humidade é elevada, o terreno acidentado. Respirar não é um privilégio adquirido; é antes uma tarefa que deve ser executada com inteligência.

A década de 1980 ficou no entanto marcada por acidentes em grutas. "São jovens que se aventuram para dentro das grutas na descoberta do desconhecido, mas que não têm o equipamento, as técnicas e o enquadramento necessário. Nessas circunstâncias, o risco é grande", avisa Gabriel Mendes.

No entanto, além da integridade física, é necessário salvaguardar outros interesses, sobretudo "o património único que está depositado em cada caverna". Nestas cavidades estuda-se o passado geológico, mas também biológico e cultural. Afinal, as grutas foram o primeiro abrigo do homem.

Porque a gruta não é habitat do Homem, mas é ainda assim património da Humanidade.

As jornadas científicas que Leiria acolheu de 1 a 4 de Maio reuniram 220 pessoas de várias nacionalidades. O objectivo foi "direccionar a actividade espeleológica exploratória como suporte à ciência", conclui Gabriel Mendes.