GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

terça-feira, dezembro 27, 2011

Kepler nasceu há 440 anos

Johannes Kepler (Weil der Stadt, 27 de dezembro de 1571 - Ratisbona, 15 de novembro de 1630) foi um astrónomo e matemático alemão e figura-chave da revolução científica do século XVII. É mais conhecido por formular as três leis fundamentais da mecânica celeste, conhecidas como Leis de Kepler, codificada por astrónomos posteriores com base em suas obras Astronomia Nova, Harmonices Mundi, e Epítome da Astronomia de Copérnico. Elas também forneceram uma das bases para a teoria da gravitação universal de Isaac Newton.
Durante sua carreira, Kepler foi um professor de matemática em uma escola seminarista em Graz, Áustria, um assistente do astrónomo Tycho Brahe, o matemático imperial do imperador Rodolfo II e de seus dois sucessores, Matias I e Fernando II, um professor de matemática em Linz, Áustria e um assessor do general Wallenstein. Também fez um trabalho fundamental no campo da óptica, inventou uma versão melhorada do telescópio refrator (o telescópio de Kepler) e ajudou a legitimar as descobertas telescópicas de seu contemporâneo Galileu Galilei.
Kepler viveu numa época em que não havia nenhuma distinção clara entre astronomia e astrologia, mas havia uma forte divisão entre a astronomia (um ramo da matemática dentro das artes liberais) e a física (um ramo da filosofia natural). Kepler também incorporou argumentos religiosos e o raciocínio em seu trabalho, motivado pela convicção religiosa de que Deus havia criado o mundo de acordo com um plano inteligível, que é acessível através da luz natural da razão. Kepler descreveu sua nova astronomia como "física celeste", como "uma excursão à metafísica de Aristóteles" e como "um suplemento de Sobre o Céu de Aristóteles", transformando a antiga tradição da cosmologia física ao tratar a astronomia como parte de uma física matemática universal.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

O astrónomo Gerard Kuiper morreu há 38 anos

Gerard Peter Kuiper, batizado como Gerrit Pieter Kuiper (Harenkarspel, 7 de dezembro de 1905 - Cidade do México, 23 de dezembro de 1973) foi um astrónomo neerlandês, onde nasceu e cresceu, naturalizado nos Estados Unidos em 1933.
Gerard Kuiper descobriu duas luas de planetas no nosso Sistema Solar: uma lua de Úrano, Miranda, e uma de Neptuno, Nereida. Sugeriu a existência de um cinturão de asteróides além da órbita de Neptuno, hoje designada como Cintura de Kuiper já que se conseguiu confirmar a sua existência (ver Objectos trans-neptunianos). Kuiper foi também pioneiro na observação aérea por infravermelhos utilizado o avião Convair 990 nos anos 60.
Em 1959 recebeu a Henry Norris Russell Lectureship da Sociedade Astronómica Americana e, na década de 1960, Kuiper ajudou na identificação dos locais de alunagem na Lua para o projeto Apollo.
O asteroide 1776 Kuiper e crateras de impacto na Lua, Marte e Mercúrio foram batizadas com o seu nome, em sua homenagem.

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Ciência e Prendas de Natal - republicação de post anterior sobre o LIDL

Recordamos que, recentemente, colocámos neste blog um post a informar que o LIDL está a vender excelentes produtos científicos, a preços bastante módicos, desde 19.12.2011 (2ª) e que vale a pena aqui abordar:
1. Telescópio Skylux (89.99 €)
  • Buscador de 6x25
  • 3 oculares (20/12/4 mm)
  • Lente Barlow de 1,5x
  • Inclui: Software e tripé em alumínio regulável em altura e outros acessórios
Mais informação técnica:
  • Distância focal: 900 mm
  • Ampliação: 45x - 337,5x (com Barlow 1,5x)
  • Objectiva: 70 mm de diâmetro
  • Oculares: 31,7 mm (1,25 polegadas) de diâmetro
NOTA: uma excelente luneta, com um bom tripé e material de qualidade, boa para principiantes.
2. Microscópio Escolar (69.99 €) Descrição
  • 3 objetivas rotativas de elevada qualidade (4x, 10x e 40x)
  • Lente de Barlow 2x e 2 oculares de ângulo de visão largo (5x/16x)
  • Ampliação: 20x/1280x
  • Disco de filtro com 6 cores
  • Iluminação regulável através de reóstato
  • Possibilidade de iluminação LED
  • Ocular para ligação ao PC através de USB e software
  • Inclui mala e uma vasta gama de preparados e instrumentos
NOTA: trata-se de um pequeno grande microscópio, que muitas escolas têm adquirido para os seus laboratórios, pois é excelente em qualidade e preço; a possibilidade de tirar fotografias e fazer filmes através do computador, de projetar para todos alunos de uma turma, torna-o ainda mais interessante...! Sugere-se ainda a observação do vídeo sobre o mesmo: ver AQUI.
3. Telescópio Terrestre (39.99 €) Descrição
  • Ampliação: zoom de 20x - 60x
  • Campo de visão: 29 m/1000 m (a 20x)
  • Foco próximo: 12 m (a 20x)
  • Inclui tripé, saco com alça de transporte e capa de proteção anexada
  • Zoom 20-60x
  • Rotação 360°
NOTA: bom para observações terrestres (aves, objectos fixos, etc.) mas complicado para observar astros, dado o tripé ser fraquinho.
4. Binóculos (19.99 €) Descrição
  • Reprodução de imagem nítida e de grande contraste
  • Campo de visão de 60 m de largura e 1000 m de distância
  • Prisma de vidro BK7 de alta qualidade
  • Distância interocular regulável de 59-73 mm
  • Ampliação 10x-30x
NOTA: uns excelentes binóculos, bons para observações terrestres e, se usados com tripé e adaptador de binóculos a tripé, em Astronomia.
5. Livro "Astronomia - uma introdução ao universo das estrelas" (11.99 €) Descrição
  • Introdução ao universo das estrelas
  • Capa rígida
  • Mais de 500 ilustrações
NOTA: já comprei o livro e, pese embora o facto de ter pequenas imprecisões e estar desatualizado nalguns aspetos (poucos...) vale bem a pena!

terça-feira, dezembro 20, 2011

Carl Sagan morreu há 15 anos

Sagan e o modelo da sonda Viking enviada a Marte
     
Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.
Em 1960, obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago. Dedicou-se à pesquisa e à divulgação da astronomia, como também ao estudo da chamada exobiologia. Morreu aos 62 anos, de cancro, no Centro de Pesquisas do Cancro Fred Hutchinson, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).    
   
Obra
Com sua formação multidisciplinar, Sagan foi o autor de obras como Cosmos (que foi transformada em uma premiada série de televisão), Os Dragões do Éden (pelo qual recebeu o prémio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul e Um Mundo Infestado de Demónios.
Escreveu ainda o romance de ficção científica Contato, que foi levado para as telas de cinema, posteriormente a sua morte. Sua última obra, Biliões e Biliões, foi publicada postumamente por sua esposa e colaboradora Ann Druyan e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea de suas palestras sobre teologia natural.
Isaac Asimov descreveu Sagan como uma das duas pessoas que ele encontrou cujo intelecto ultrapassava o dele próprio. O outro, disse ele, foi o cientista de computadores e perito em inteligência artificial Marvin Minsky.
Foi professor de astronomia e ciências espaciais na Cornell University e professor visitante no Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Criou a Sociedade Planetária e promoveu o SETI.  
   
Trabalho científico
Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 1950, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes de suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar que permitiram obter importantes informações sobre Vénus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito estufa em Vénus e o descobrimento das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Ele também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.
    
Prémios
Recebeu diversos prémios e homenagens de diversos centros de pesquisas e entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prémio científico das Américas, o prémio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por Excepcionais Feitos Científicos, por Feitos no Programa Apollo e duas vezes a Distinção por Serviços Públicos. O Prémio de Astronáutica John F.Kennedy da Sociedade Astronáutica Norte-Americana. O Prémio de Beneficência Pública por “distintas contribuições para o bem estar da humanidade”. Medalha Tsiolkovsky da Federação Cosmonáutica Soviética. O Prémio Masursky da Sociedade Astronómica Norte-Americana. O prémio Pulitzer de literatura, em 1978, por seu livro Os Dragões do Éden e o prémio Emmy, por sua série Cosmos. Em homenagem, o asteróide 2709 Sagan leva hoje seu nome.
   

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Arthur C. Clarke nasceu há 94 anos

Sir Arthur Charles Clarke, mais conhecido como Arthur C. Clarke (Minehead, 16 de dezembro de 1917 - Colombo, 19 de março de 2008) foi um escritor e inventor britânico, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como o conto The Sentinel, que deu origem ao filme 2001: Odisseia no Espaço e o premiado Encontro com Rama.
Desde pequeno mostrou sua fascinação pela astronomia, a ponto de, utilizando um telescópio caseiro, desenhar um mapa da Lua. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na Royal Air Force (Força Aérea Real britânica) como especialista em radares, envolvendo-se no desenvolvimento de um sistema de defesa por radar, sendo uma peça importante do êxito na batalha da Inglaterra. Depois, estudou Física e Matemática no King's College de Londres.
Talvez sua contribuição de maior importância seja o conceito de satélite geoestacionário como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Ele propôs essa ideia em um artigo científico intitulado "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?", publicado na revista Wireless World em Outubro de 1945. A órbita geoestacionária também é conhecida, desde então, como órbita Clarke.
Em 1956 mudou a sua residência para Colombo, no Sri Lanka (antigo Ceilão), em parte devido a seu interesse pela fotografia e exploração submarina, onde permaneceu até à sua morte em 2008.
Teve dois de seus romances levados ao cinema, 2001: Odisseia no Espaço dirigido por Stanley Kubrick (1968) e 2010: O Ano do Contacto dirigido por Peter Hyams (1984), sendo o primeiro considerado um ícone importante da ficção científica mundial, aclamado por muitos como um dos melhores filmes já feitos em todos os tempos. Especialistas lhe atribuem forte influência sobre a maioria dos filmes do género que lhe sucederam.
Também em reconhecimento a Clarke, o asteróide 4923 foi batizado com seu nome, assim como uma espécie de dinossauro ceratopsiano, o Serendipaceratops arthurclarkei, descoberto em Inverloch, Austrália.
Em 1998 Arthur Clarke foi descrito pelo tablóide inglês Sunday Mirror como um octogenário fortemente atraído por crianças. Na época, Clarke morava no Sri Lanka, país famoso pela complacência diante da exploração sexual de menores, e onde morou até morrer. A denúncia, publicada um dia antes da chegada do príncipe Charles ao país, que foi colónia britânica, jamais ficou provada. Ainda assim, Arthur Clarke, que seria condecorado com o título de cavaleiro do império, perdeu o direito à honraria e passou pelo constrangimento de ser informado de que o príncipe não compareceria a um encontro marcado com ele. A acusação foi investigada e posteriormente desfeita. Durante as investigações a polícia de Colombo solicitou as fitas em que o Mirror baseou sua reportagem, mas elas jamais foram entregues ou exibidas. Segundo o Daily Telegraph o Sunday Mirror publicou um pedido público de desculpas ao escritor em maio de 2000. O direito ao título de cavaleiro da ordem do Império Britânico foi devidamente restabelecido e concedido.
O compositor francês Jean Michel Jarre realizou em 2001, um concerto intitulado 2001: A Rendez-Vous In Space em homenagem à obra 2001: Odisseia no Espaço. Clarke inclusive fez uma participação especial em algumas partes do show.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Ciência e Prendas de Natal - algumas sugestões

Como sempre, a LIDL aproveita a época do ano para colocar nas suas prateleiras excelentes produtos científicos, a preços bastante módicos, desta vez a partir de 19.12.2011 (2ª) e que vale a pena aqui abordar:
1. Telescópio Skylux (89.99 €)
  • Buscador de 6x25
  • 3 oculares (20/12/4 mm)
  • Lente Barlow de 1,5x
  • Inclui: Software e tripé em alumínio regulável em altura e outros acessórios
Mais informação técnica:
  • Distância focal: 900 mm
  • Ampliação: 45x - 337,5x (com Barlow 1,5x)
  • Objectiva: 70 mm de diâmetro
  • Oculares: 31,7 mm (1,25 polegadas) de diâmetro
NOTA: uma excelente luneta, com um bom tripé e material de qualidade, boa para principiantes.
2. Microscópio Escolar (69.99 €) Descrição
  • 3 objetivas rotativas de elevada qualidade (4x, 10x e 40x)
  • Lente de Barlow 2x e 2 oculares de ângulo de visão largo (5x/16x)
  • Ampliação: 20x/1280x
  • Disco de filtro com 6 cores
  • Iluminação regulável através de reóstato
  • Possibilidade de iluminação LED
  • Ocular para ligação ao PC através de USB e software
  • Inclui mala e uma vasta gama de preparados e instrumentos
NOTA: trata-se de um pequeno grande microscópio, que muitas escolas têm adquirido para os seus laboratórios, pois é excelente em qualidade e preço; a possibilidade de tirar fotografias e fazer filmes através do computador, de projetar para todos alunos de uma turma, torna-o ainda mais interessante...! Sugere-se ainda a observação do vídeo sobre o mesmo: ver AQUI.
3. Telescópio Terrestre (39.99 €) Descrição
  • Ampliação: zoom de 20x - 60x
  • Campo de visão: 29 m/1000 m (a 20x)
  • Foco próximo: 12 m (a 20x)
  • Inclui tripé, saco com alça de transporte e capa de proteção anexada
  • Zoom 20-60x
  • Rotação 360°
NOTA: bom para observações terrestres (aves, objectos fixos, etc.) mas complicado para observar astros, dado o tripé ser fraquinho.
4. Binóculos (19.99 €) Descrição
  • Reprodução de imagem nítida e de grande contraste
  • Campo de visão de 60 m de largura e 1000 m de distância
  • Prisma de vidro BK7 de alta qualidade
  • Distância interocular regulável de 59-73 mm
  • Ampliação 10x-30x
NOTA: uns excelentes binóculos, bons para observações terrestres e, se usados com tripé e adaptador de binóculos a tripé, em Astronomia.
5. Livro "Astronomia - uma introdução ao universo das estrelas" (11.99 €) Descrição
  • Introdução ao universo das estrelas
  • Capa rígida
  • Mais de 500 ilustrações
NOTA: vou comprar o livro na 2ª e depois irei dizer aqui o acho dele...

Como a Bulgária e alguns artistas de Hollywood comemoraram o Ano Internacional do Morcego

(imagem daqui)
Para conhecimento de quem ainda não sabia, aqui fica um texto do espeleólogo Lee H. Skinner, veiculado pela mailing list cavediggers, que foi traduzido pelo espeleólogo português Pedro Silva Pinto e colocado na mailing list portuguesa espeleo_pt (com a sugestão deste blog de boicote a tal filme...):
No início de setembro, a capital da Bulgária limpou a poeira dos seus ombros para acolher o elenco repleto de estrelas, do filme de acção de Hollywood "The Expendables 2" (“Os Mercenários 2”).
Para demonstrar o orgulho da Bulgária sobre o facto de estar fornecendo os locais de filmagem para tal blockbuster, uma robusta delegação consistindo do primeiro-ministro Borisov, ministro da Cultura Vezhdi Rashidov e, sem surpresa, a estrela de futebol Hristo Stoichkov, apressou-se a conhecer e cumprimentar as celebridades.
Dominado pela exaltação colectiva na visita de alto perfil, o Ministério búlgaro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos deu luz verde para as filmagens na caverna Devetashka, um monumento natural de importância nacional e internacional e casa para 13 espécies de morcegos protegidos, duas delas consideradas globalmente ameaçadas de extinção.
A autorização para filmar foi concedida apesar do facto da legislação nacional só permitir actividades relacionadas com o turismo ou a investigação científica poderem ter lugar no local.
Após as lendas de Hollywood deixarem o ‘set’, uma inspeção realizada por ambientalistas revelou o forte impacto sobre o habitat natural.
Os especialistas averiguaram que os morcegos tinham sido acordados da hibernação e estavam enfrentando a morte por exaustão ou subalimentação.
Mesmo que eles pudessem voltar a entrar em hibernação, os biólogos afirmaram, as hipóteses dos mamíferos voadores "o fazerem até ao verão seriam severamente reduzidas porque as suas reservas de energia foram prematuramente esgotadas devido à actividade irregular.
No entanto, os morcegos perturbados podem mesmo não ser capazes de re-hibernar, porque a sua casa se transformou numa barulhenta e concorrida atracção turística depois de "Os Mercenários 2" reconstruirem a ponte que conduz à caverna Devetashka e deixando-a como um "presente" para o país.
A inspecção realizada por peritos ambientais mostrou que a caverna estava habitada por tão pouco quanto 10.400 morcegos, enquanto no inverno de 2010 tinham sido mais de 35.000.
Os biólogos encontraram morcegos mortos de três espécies que tinham caído do tecto da caverna, vendo-se nos seus cadáveres sinais facilmente discerníveis de exaustão.
A verificação mostrou que a equipa de filmagem tinha violado os termos da licença, entrando na parte escura da caverna e praticando uma variedade de actividades particularmente barulhentas.
A Comissão Europeia e um número de organizações ambientais globais requereram investigações a respeito do porquê da situação ter sido autorizada.
Ministério búlgaro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos respondeu com a sua habitual frase: Haverá multas!
Para que serve esta história?
Serve para mostrar que os morcegos da Bulgária são dispensáveis.
Também mostra que o ‘Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos’ é antes um ‘Ministério para a Venda de Ambiente e Recursos Hídricos’.
A ironia disto tudo é que isto está a acontecer em 2011, o Ano Internacional do Morcego, como declarado pela Convenção do UNEP sobre Espécies Migratórias (CMS) e pelo Acordo sobre a Conservação das Populações de Morcegos Europeus (EUROBATS).

quarta-feira, dezembro 14, 2011

O astrónomo Tycho Brahe nasceu há 465 anos

Tycho Brahe (Castelo Knutstorp, Skåne, 14 de dezembro de 1546 - Praga, 24 de outubro de 1601) foi um astrónomo dinamarquês. Teve um observatório chamado Uranienborg na ilha de Ven, no Öresund, entre a Dinamarca e a Suécia.
Tycho esteve ao serviço de Frederico II da Dinamarca e mais tarde do imperador Rodolfo II, tendo sido um dos representantes mais prestigiosos da ciência nova - a ciência renascentista que abrira uma brecha no sólido edifício construído pela Idade Média, baseado na síntese da tradição bíblica e da ciência de Aristóteles. Continuando o trabalho iniciado por Copérnico, foi acolhido pelos sábios ocidentais com alguma relutância. Estudou detalhadamente as fases da lua e compilou muitos dados que serviriam mais tarde a Johannes Kepler para descobrir uma harmonia celestial existente no movimento dos planetas, padrão esse conhecido como leis de Kepler.
A adesão de Tycho à ciência nova levou-o a abandonar a tradição ptolomaica, a fim de chegar a novas conclusões pela observação directa. Baseando-se nesta, construiu um sistema no qual, sem pretender descobrir os mistérios do cosmos, chega a uma síntese eléctrica entre os sistemas que poderíamos chamar de tradicionais e o de Copérnico.
Tycho foi um astrónomo observacional da era que precedeu à da invenção do telescópio, e as suas observações da posição das estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a época. Após a sua morte, os seus registos dos movimentos de Marte permitiram a Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico. Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que os planetas giram à volta do Sol e o Sol orbitava em torno da Terra.
Em 1599, por discordar do novo rei do seu país, mudou-se para Praga e construiu um novo observatório, onde trabalhou até morrer, em 1601.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

A Astrónoma que arranjou o método para medir distâncias no Universo morreu quase desconhecida há 90 anos

Henrietta Swan Leavitt (4 de julho de 1868, Lancaster, Massachusetts - 12 de dezembro de 1921, Cambridge, Massachusetts) foi uma astrónoma norteamericana famosa por seu trabalho sobre as estrelas variáveis.
Leavitt efetuou seus estudos no Oberlin College e na Society for Collegiate Instruction of Women (Radcliffe College) onde ela descobriu tardiamente a Astronomia. Ao final de seus estudos, em 1892, ela seguiu outros cursos de Astronomia.
Em 1895 ela entrou para o Harvard College Observatory como voluntária. Suas qualidades e sua vivacidade de espírito permitiram-lhe ser admitida no quadro permanente de funcionários do observatório sob a direção de Charles Pickering.
Leavitt teve poucas possibilidades de efetuar trabalhos teóricos, mas foi rapidamente nomeada à chefia do departamento de fotometria fotográfica responsável pelo estudo das fotografias de estrelas a fim de determinar suas magnitudes, processo que envolvia a comparação do tamanho de uma estrela em duas chapas fotográficas tiradas em tempos diferentes.
Ela descobriu e catalogou 1777 estrelas variáveis situadas nas Nuvens de Magalhães. Em 1912, a partir de seu catálogo, ela descobriu que a luminosidade das variáveis cefeidas era proporcional ao seu período de variação de luminosidade. Essa relação período-luminosidade é a base de um método de estimação das distâncias de nebulosas e de galáxias no Universo.
Os resultados de Leavitt foram usados por cientistas como Ejnar Hertzsprung, Harlow Shapley e Edwin Hubble e contribuíram significantemente para o desenvolvimento da Astrofísica e da Cosmologia.

quarta-feira, dezembro 07, 2011

A Terra tem finalmente um familiar distante...!

NASA confirma descoberta de exoplaneta em zona habitável Kepler 22-b, um candidato a “gémeo” da Terra
Representação do Kepler 22-b (NASA)
A missão Kepler da NASA confirmou a descoberta de um planeta semelhante à Terra na zona habitável de um sistema solar a 600 anos-luz de distância, em redor de uma estrela idêntica ao Sol. Chama-se Kepler 22-b.
Não se sabe se é feito de rocha, gás ou líquido, mas sabe-se que tem uma temperatura à superfície que ronda os 22 graus Celsius. Já havia indicações sobre a sua existência, que agora foi confirmada pelos cientistas da missão Kepler da agência espacial norte-americana NASA. O Kepler 22-b é 2,4 vezes maior do que a Terra e é, até agora, o mais parecido com o Planeta Azul. O planeta foi detectado pela primeira vez em 2009, mas só agora a NASA pôde confirmar a descoberta. Isto significa que já foi visto passar três vezes diante da sua estrela. Fica na chamada zona habitável daquele sistema solar, o que significa que pode ter condições adequadas à existência de vida. Ou seja, as suas características e a distância em relação à estrela permitem pensar na existência de água em estado líquido e de uma atmosfera que poderá ser compatível com a vida. “Agora temos uma boa confirmação sobre o Kepler 22-b”, anunciou Bill Borucki aos jornalistas. “Estamos certos de que fica na zona habitável e que tem a superfície necessária para ter uma boa temperatura”, adiantou o cientista do centro de investigação da NASA em Ames, na Califórnia. Ao todo, o Kepler 22-b demora 290 dias a concluir a órbita em volta do seu “Sol”. Está cerca de 15% mais perto da sua estrela do que a Terra, mas essa estrela também emite cerca de 25% menos luz, o que proporcionará uma temperatura amena e compatível com a existência de água em estado líquido. Apesar de ser mais pequena e mais fria, a estrela do Kepler 22-b também pertence à mesma categoria que o Sol. “Este é um marco no caminho da descoberta de um gémeo da Terra”, adiantou Douglas Hudgins, investigador do programa Kepler da NASA. Estávamos ainda em 2009 quando o planeta foi detectado pela primeira vez pelo telescópio espacial Kepler. Equipado com a câmara mais potente alguma vez enviada para o espaço, este engenho deverá continuar a enviar informação para a Terra pelo menos até Novembro de 2012. A missão Kepler é a primeira da NASA que tem como objectivo encontrar planetas semelhantes à Terra e a investigação tem-se centrado na chamada zona habitável. Com o Kepler 22-b passam a ser três os exoplanetas – planetas fora do nosso sistema solar – com condições para que a vida possa ser uma possibilidade. Em Maio, um grupo de cientistas franceses confirmou a descoberta do Gliese 581d, e já em Agosto uma equipa suíça confirmaram outro planeta, o HD85512b, numa zona habitável a 36 anos-luz da Terra. A equipa da NASA que confirmou a descoberta do Kepler 22-b publica o seu trabalho na revista científica "The Astrophysical Journal". Adiantou também em conferência de imprensa que foram detectados outros 1094 candidatos a planetas. Destes, dez têm aproximadamente o tamanho da Terra e orbitam na zona habitável em torno da sua estrela, mas serão necessárias mais observações para confirmar se são realmente planetas. O telescópio espacial Kepler está a acompanhar cerca de 150 mil estrelas e tem a capacidade de detectar um possível planeta porque regista pequenas diferenças na luz emitida pelas estrelas. Por vezes a diferença é mínima, quase como se se fundisse uma lâmpada entre vários milhares. No entanto, já foi possível detectar 2326 candidatos a planeta, dos quais 207 têm aproximadamente o tamanho da Terra e 680 são super-Terras. Estes resultados sugerem que os planetas que têm até quatro vezes o tamanho do nosso são mais abundantes do que se pensava. Foram também detectados 1181 planetas do tamanho de Neptuno, 203 do tamanho de Júpiter, o maior do sistema solar, e 55 ainda maiores do que este. 

terça-feira, dezembro 06, 2011

Pequeno sismo no Alentejo

Recebido via e-mail do Instituto de Meteorologia (IM):
O Instituto de Meteorologia informa que no dia 06-12-2011 pelas 03:28 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2,3 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 14 km a Noroeste de Reguengos de Monsaraz.
Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima II/III (escala de Mercalli modificada) na região de Reguengos de Monsaraz.
Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.
Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IM na Internet (www.meteo.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto da Autoridade Nacional de Protecção Civil (www.prociv.pt).

sábado, dezembro 03, 2011

XXV Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis de Lisboa

XXV Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis
MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA
Universidade de Lisboa
7 a 11 de dezembro 2011
PRATA E OUTROS METAIS PRECIOSOS
Por ocasião da 25ª edição da Feira Internacional de Lisboa de Minerais, Gemas e Fósseis, o Museu Nacional de História Natural entendeu ser oportuno dedicar a Feira aos metais preciosos, com relevo para a prata.
Por existirem nativos, isto é, por ocorrerem isolados na natureza, e sendo neste caso muito atraentes, são usados como adorno desde a mais remota antiguidade. Mas os metais preciosos não são utilizados apenas em joalharia. O ouro e a prata, em particular, foram desde sempre moeda de troca. Este papel tem-se reduzido, em função da perda de importância das moedas, mas, em compensação, os metais preciosos crescem como investimento nos tempos em que a economia não oferece segurança. Por outro lado, não são poucas as aplicações industriais dos metais preciosos, em função das suas propriedades “nobres”, de baixa reactividade, e altas condutividades eléctricas e térmicas.
O fascínio exercido pelos metais preciosos continua e a Feira faz-se eco deste facto, divulgando saberes mineralógicos e químicos, e expondo exemplares de grande beleza.
HORÁRIO:
  • 7 Dezembro: das 15.00 às 20.00 horas
  • 8, 9, 10 Dezembro: das 10.00 às 20.00 horas
  • 11 Dezembro: das 10.00 às 18.00 horas
LOCAL 
MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA
Rua da Escola Politécnica, 60. 1250-102 Lisboa
(entrada livre)
Este evento, que constitui desde 1988, uma grande festa do Museu e uma marca na vida cultural da cidade, reúne coleccionadores e comerciantes de minerais, gemas e fósseis, oriundos de vários países da Europa, bem como um vasto público, representado por milhares de visitantes, que tem aqui uma oportunidade ímpar de adquirir ou simplesmente deleitar-se com a observação de exemplares únicos. Como habitualmente, paralelamente à Feira, terá lugar um programa complementar de actividades de divulgação cultural e científica destinadas a jovens e adultos, este ano sob o tema geral “A Prata e outros metais preciosos”.
PROGRAMA
7 de dezembro, 15.00 horas Abertura da XXV FEIRA… Edifício do antigo Picadeiro do Colégio dos Nobres (R. Escola Politécnica, 60) CONFERÊNCIAS - Espaço “Café – Mineral” na Feira 8 de dezembro, 16,00 horas “Onde encontrar ouro e prata na natureza: dos garimpeiros ao fundo do mar” Fernando Barriga (Museu Nacional de História Natural) 9 de dezembro, 16.00 horas "A Prata e metais afins: uma química preciosa" Maria Helena Garcia (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) 10 de dezembro, 16.00 horas “A Aventura da Prata: de mineral em mineral até à aplicação final” Álvaro Pinto (Museu Nacional de História Natural) 8 a 11 de dezembro, das 1100 às 18.00 horas LABORATÓRIO DE MINERAIS... No espaço experimental da Feira (1º andar) 10 de dezembro, das 14.30 às 19.00 horas CLUBE DE MINERALOGIA... No espaço experimental da Feira (1º andar) - “Feira de trocas…” 11 de dezembro, das 11.00 h às 13.00 horas ALQUIMIA COM MINERAIS… No espaço “Laboratório Aberto” - “Extracção de ouro e prata do minério da mina de Jales” 11 de dezembro, 11.00 horas LABORATÓRIO EM PASSEIO...  “Mil fósseis aos nossos pés” – Percurso pedestre para reconhecimento de elementos paleontológicos no edifício do Museu (concentração no átrio principal do Museu à hora marcada para o início da sessão). 11 de dezembro, das 15.00 às 16.30 horas LABORATÓRIO DE GEMAS…  Gabinete A no espaço Feira, 1º andar, com o gemólogo Rui Galopim de Carvalho (nº de participantes limitado – inscrição prévia na banca do Museu instalada na Feira)
EXPOSIÇÕES…
…exposições sobre temas geológicos no Museu: “MINERAIS: IDENTIFICAR, CLASSIFICAR” Exposição introdutória à sistemática dos minerais na qual estão patentes alguns dos mais belos exemplares das colecções do Museu Nacional de História Natural. “JÓIAS DA TERRA: O MINÉRIO da PANASQUEIRA” Exposição sobre a geologia, a mineralogia e exploração mineira nas minas da Panasqueira. “TUDO SOBRE DINOSSÁURIOS” Exposição sobre os principais temas relacionados com o nosso conhecimento dos dinossáurios. ALLOSAURUS: Um Dinossáurio, Dois Continentes?” Exposição sobre os principais temas relacionados com a descoberta de Allosaurus em Portugal. “A AVENTURA DA TERRA – Um Planeta em Evolução” Exposição sobre os 4600 milhões de anos de história da Terra e da Vida, do Big Bang ao tempo presente. “4xVIDA NA TERRA” Apresentação das quatro grandes fases da história da Vida na Terra, com realce para as grandes extinções e suas consequências.
Rua da Escola Politécnica, 58
1250-102 Lisboa, Portugal 
Telefone: 21 392 18 08

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Há 56 anos a queda do meteorito de Sylacauga feriu uma mulher

 (imagem daqui)
  (imagem daqui)
The Sylacauga meteorite fell on November 30, 1954 at 2:46pm (18:46 U.T.) near the town of Sylacauga, Alabama. Although officially known as the Sylacauga meteorite, it is often referred to as the Hodges meteorite because a fragment of it struck Ann Elizabeth Hodges (1923–1972).
The Sylacauga meteorite is the first documented extraterrestrial object to have injured a human being. The grapefruit-sized fragment crashed through the roof of a frame house in Oak Grove, Alabama, bounced off a large wooden console radio, and hit Hodges while she napped on a couch. The 31-year-old woman was badly bruised on one side of her body but able to walk. The event received worldwide publicity.
The Sylacauga meteorite is not the only extraterrestrial object to have struck a human. In 1992 a very small fragment (3 g) of Mbale meteorite hit a young Ugandan boy, but it had been slowed down by a tree and did not cause any injury.
Fireball
The meteor made a fireball visible from three states as it streaked through the atmosphere, even though it fell early in the afternoon.
Following events
he United States Air Force sent a helicopter to take the meteorite. Eugene Hodges, the husband of the woman who was struck, hired a lawyer to get it back. The Hodges' landlord, Bertie Guy, also claimed it, wanting to sell it to cover the damage to the house. There were offers of up to $5,000 for the meteorite. By the time it was returned to the Hodgeses, over a year later, public attention had diminished and they were unable to find a buyer willing to pay.
Ann Hodges was uncomfortable with the public attention and the stress of the dispute over ownership of the meteorite. Against her husband's wishes, she donated it to the Alabama Museum of Natural History.
Fragments Upon the entry within the atmosphere the Sylacauga meteorite fragmented in at least 3 pieces:
  1. The Hodges fragment (3.86 kg - 33°11′18.1″N 86°17′40.2″W) struck Ann Elizabeth Hodges.
  2. The McKinney fragment (1.68 kg - 33°13′08.4″N 86°17′20.7″W) was found the next day.
  3. A third fragment is believed to have impacted somewhere near Childersburg (a few km north-west of Oak Grove).
Map of all coordinates from Google Map of all coordinates from Bing Classification The Sylacauga meteorite is classified as an ordinary chondrite of H4 group. Orbit The meteoroid came in on the sunward side of the Earth, so when it hit our planet it had passed the perihelion and was travelling outward from the Sun. Considering the orbit estimations, the best candidate as parent body is 1685 Toro.

Nova sonda enviada esta semana vai procurar vida em Marte

NASA lança nova missão esta tarde Se houve vida em Marte, o robô Curiosity vai querer saber 26.11.2011
Um laser capaz de perfurar rochas é uma das novidades do Curiosity (NASA/REUTERS)
Marte nunca viu nada como o Curiosity, o robô cientista que a NASA lançou às 15.02 horas, numa viagem de 570 milhões de quilómetros. É o aparelho mais sofisticado alguma vez enviado para o planeta vermelho, com a missão de descobrir se alguma vez houve condições para a vida no vizinho da Terra. “É verdadeiramente um robô excepcional, cuja capacidade ultrapassa largamento tudo já enviámos para outro planeta do sistema solar”, garantiu Colleen Hartman, directora adjunta das missões científicas da NASA. Agosto de 2012 é a data prevista para a sua chegada e será o primeiro aparelho de investigação enviado para Marte com uma missão relacionada com a busca de vida desde o programa Viking, nos anos 1970 – que teve resultados inconclusivos. Mas, apesar disso, não vai procurar vida directamente. “Tudo o que sabemos sobre a vida e o que torna um ambiente habitável é específico da Terra”, disse a astrobióloga Pamela Conrad, do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, responsável por esta missão da NASA. “As coisas em Marte terão sido uma função dos ingredientes iniciais que o planeta teve quando se formou, mas também dos processos que o afectaram.” Por isso, o robô-cientista mais sofisticado que já alguma vez chegou à superfície do planeta de Marte vai procurar indícios indirectos de vida – sinais de que poderão ter existido condições para se desenvolverem seres vivos no quarto planeta a contar do Sol. As experiências de SAM Aparentemente, o Curiosity é igual ao Spirit e ao Opportunity, os robôs gémeos que chegaram ao planeta vermelho em 2004 - com uma missão de três meses que setransformou em sete anos de trabalho. Mas no Curiosity, que custou 2500 milhões de dólares (cerca de 1860 milhões de euros) e é a mais cara missão enviada a Marte, tudo é maior e mais ambicioso. Pesa 900 quilos e é do tamanho de um utilitário desportivo - aquilo a que os norte-americanos chamam um SUV. Usa uma tecnologia superior à dos exploradores anteriores: por exemplo, as duas câmaras montadas no mastro que se ergue acima do corpo do “rover” funcionam como os seus olhos. Obterão imagens stereo de alta resolução e a cores, e sequências vídeo. Este é o primeiro aparelho enviado para Marte que terá capacidade para perfurar - até cinco centímetros de profundidade - e recolher para análise amostras de pedras e solo. E consegue fazer algo que parece saído de um filme de ficção científica: dispara um laser até sete metros de distância e que é capaz de vaporizar rochas, para para determinar quais as moléculas de que são compostas. As experiências feitas por um grupo de instrumentos conhecidos pela sigla SAM (a sigla em inglês de Análise de Amostras em Marte), que incluem um cromatógrafo de gás, um espectrómetro de massa e espectrómetro de laser, serão usados para tentar identificar compostos orgânicos - ou seja, moléculas com carbono. Esta será uma parte importante da sua missão. "Não são sinais directos de vida", disse John Grotzinger, líder da missão. Afinal, encontram-se moléculas orgânicas no espaço interestelar. "Podem existir sem haver vida, mas a vida tal como a conhecemos não pode existir sem elas, por isso a sua presença seria um importante factor para determinar a habitabilidade de Marte", diz um comunicado de imprensa da NASA. O Curiosity vai por isso procurar moléculas orgânicas e tentar perceber se serão de origem biológica ou não - podem vir em meteoritos, por exemplo -, medindo a relação entre diferentes isótopos de alguns elementos químicos. Isótopos são variantes com diferentes pesos atómicos de um elemento, como o carbono 12 e o carbono 13. Medir estes isótopos pode ajudar a esclarecer o mistério do metano em Marte. Foram detectadas bolsas de metano em torno do equador, e este gás tem uma vida curta na atmosfera (cerca de um ano). Para ter uma presença duradoura, precisa de se ir renovando - e a sua origem é um mistério, embora a quantidade na atmosfera seja reduzida (10 partes por mil milhões, muito pouco se compararmos com as 1800 partes por mil milhões da Terra). Vulcões activos não se conhecem. Fontes biológicas - vacas com aerofagia em Marte, bactérias que expelem metano? - também não. Mas as possibilidades, sejam elas geológicas ou biológicas, excitam os cientistas. Uma forma de começar a resolver o mistério será estudar a proporção de carbono 12 e carbono 13 em Marte, pois pelo menos na Terra os organismos que metabolizam metano preferem a forma mais leve de carbono. O Curiosity vai equipado para o estudar.