GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

terça-feira, julho 28, 2009

A Astrofesta de Lisboa



Informação recebida da organização do Ano Internacional da Astronomia (via Blog De Rerum Natura):

André Roque, 7 anos, vai juntar-se a investigadores portugueses para falar de Astronomia. Sessões de planetário, passeios pela Lua, Júpiter e Saturno e uma feira de materiais científicos são outras das atracções da Astrofesta de Lisboa

Chama-se André Roque, tem apenas 7 anos e frequenta a Escola de Lamaçães, em Braga. E no dia 1 de Agosto vai estar em Lisboa para orientar uma palestra sobre "O Nascimento do Universo", num palco a que subirão investigadores portugueses da área da Astronomia. Sessões de planetário, passeios pelo céu estrelado, com paragem obrigatória na Lua, Júpiter e Saturno, e uma feira de livros, vídeos e instrumentos científicos são outras das atracções da Astrofesta de Lisboa. A iniciativa decorre de 29 de Julho a 2 de Agosto no Museu da Ciência da Universidade de Lisboa (UL). As entradas são gratuitas.

No Ano Internacional da Astronomia e depois de ter corrido Portugal de Norte a Sul nos últimos 15 anos, a Astrofesta realiza-se pela primeira vez em casa, no Museu da Ciência da UL, na Rua da Escola Politécnica. O objectivo é envolver a população numa comemoração científica que tem mobilizado milhares de pessoas, ano após ano, por todo o país.

Nos dias 29 e 30 de Julho (quarta e quinta-feira), a Astrofesta arranca às 18.00 horas com palestras sobre o Universo. Às 19.30 horas, no planetário, pequenos e graúdos poderão desfrutar de viagens guiadas pelo céu de Portugal, orientadas por Máximo Ferreira, do Museu da Ciência da UL, seguidas de um passeio telescópico pelo céu nocturno, com paragens na Lua, Júpiter e Saturno, no terraço do Museu da Ciência.

No dia 29, "Galileu - imaginação, espanto, incompreensão" é o tema da palestra de abertura da Astrofesta, com o professor catedrático António Manuel Nunes dos Santos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. No dia 30, o investigador Paulo Crawford, do Observatório Astronómico de Lisboa, vai contar ao público a história do astrofísico que provou, em solo então português, a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, na palestra "Eddington e o Eclipse de 1919".

Na sexta-feira, 31 de Julho, às 18.00 horas, terá lugar a sessão oficial de abertura da Astrofesta, com intervenções da directora do Museu da Ciência da UL, Ana Maria Eiró, e do presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia, Miguel Avillez. Às 19h30, Rui Agostinho (Faculdade de Ciências da UL) vai explorar os mistérios do Big-Bang, numa viagem pela formação do Universo e pela evolução das Galáxias. Quando a noite cair, os curiosos poderão embarcar em mais sessões de planetário e de observação do céu por telescópios.

No dia 1 de Agosto, o pequeno André Roque é o primeiro orador de serviço na Astrofesta, às 11 horas, com uma palestra sobre "O Nascimento do Universo". Logo a seguir, os curiosos entram no planetário para uma sessão sobre a Astronomia escondida n' "Os Lusíadas", de Luís de Camões, e na viagem de Vasco da Gama à Índia.

Às 15.00 horas, Miguel Pinto (Clube Celta) vai apresentar filmes astronómicos realizados por astrónomos amadores. Às 16.00 horas terá lugar o lançamento do livro "O Detective do Cosmos", do físico americano Mani Bhaumik.

Máximo Ferreira (Museu da Ciência), Bruno Henriques (Instituto de Cosmologia e Gravitação de Portsmouth), Guilherme de Almeida e Miguel Claro (Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores), José Matos (FISUA - Associação de Física da Universidade de Aveiro), Jorge Fontes (Astrotaipas) e João Paulo Vieira (ORION - Sociedade Científica de Astronomia do Minho) são alguns dos oradores que preencherão a tarde e a noite do terceiro dia da Astrofesta, que terá ainda sessões de planetário e observações astronómicas. O Big-Bang, os mitos que continuamos a perpetuar sobre a Lua, a história de Galileu e truques sobre telescópios serão alguns dos temas abordados.

O final da Astrofesta faz-se com um convidado vindo directamente da Universidade de Oxford. No dia 2 de Agosto às 11.00 horas, o investigador Pedro Gil Ferreira fecha os quatro dias de comemorações com uma sessão sobre "O legado de Eddington e Einstein nos dias de hoje".

A Astrofesta é uma iniciativa promovida pelo Museu da Ciência da Universidade de Lisboa e está integrada nas comemorações do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009).

O AIA 2009 é organizado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Agência Ciência Viva e da European Astronomical Society (EAS).

sexta-feira, julho 24, 2009

A tripulação da Apollo XI aterrou na Terra há 40 anos

Há exactamente quarenta anos, às 17.50.35 horas (portuguesas), regressava à Terra a nave espacial (ou o que restou dela - o módulo de comando...) com os três astronautas que partiram rumo à Lua: Neil Armstrong (comandante), Edwin Aldrin (piloto do módulo lunar) e Michael Collins (piloto do módulo de comando e o único da tripulação a não pisar a Lua).



quarta-feira, julho 22, 2009

O eclipse em directo

Para os noctívagos ainda acordados, outro local da Internet para verem o eclipse em directo:

Novidades astronómicas

Do Blog AstroLeiria publicamos, pela actualidade, o seguinte post:


Neste Ano Internacional da Astronomia, numa altura em que tanto se fala desta Ciência, duas novidades interessantes...

1. Site do Público sobre o Ano Internacional da Astronomia


Com notícias fresquinhas, links para sites, blogues e afins, críticas a livros, referência a actividades, é um local excelente para visitar:



2. Google Moon


Para quem usa o Google Earth ou o Google Maps, é um local delicioso para visitar: localização das alunagens, alguns mapas topográficos e geológicos, fotografias e muitas outras coisas para descobrir:


Notícia do Público sobre o Eclipse Total do Sol de 22.07.2009

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Investigadores vão aproveitar fenómeno para estudar o Sol
Ásia vai escurecer amanhã com o eclipse solar mais longo do século
21.07.2009 - 18h04 PÚBLICO

Um eclipse solar total vai passar pela Ásia, Japão e pelo Pacífico durante quarta-feira. Será o eclipse solar mais longo deste século, com uma duração maior do que cinco minutos.

O eclipse vai ter início no golfo de Khambhat, a Norte de Bombaim, e vai mover-se para Este, escurecendo a Índia, o Nepal, Burma, Bangladesh, Butão e a China. Depois continua para o Pacífico passando pelo Japão, e será visto pela última vez a partir da ilha de Nikumaroro, no Kiribati.

Mas a maior parte do continente asiático vai pelo menos ter oportunidade de ver parcialmente o eclipse. O fenómeno astronómico vai ter início esta madrugada às 01h14m54s (hora de Lisboa), e vai durar cerca de quatro horas. Pode ser seguido em tempo real no site Live! Eclipse 2009.

O último eclipse total, em Agosto de 2008, durou 2m27s, este vai chegar aos 6m39s. A grande duração vai ajudar os cientistas a estudar fenómenos solares. “Vamos ter que esperar algumas centenas de anos para ter outra oportunidade para observar o eclipse solar que dure tanto tempo, por isso é uma oportunidade muito especial”, disse à AP Shao Zhenyi, astrónomo do Observatório Astronómico de Xangai, na China.

in Público - ler notícia (via Blog AstroLeiria)



NOTA: é já esta madrugada que pode ser visto, ao vivo ou via Internet, este eclipse. Para os azarados que não foram para a Índia, China, Japão ou Kiribati, aqui fica o site Live! Eclipse 2009 referido na notícia:

terça-feira, julho 21, 2009

That's one small step for man, one giant leap for mankind

Muitos portugueses, amontoados junto às raras televisões da época, viram o momento histórico. Depois de um descanso obrigatório e de ter vestido o fato espacial, Neil Armstrong pode dizer a sua histórica frase e deixar as suas pegadas na Lua... Passeou na Lua (o comandante Armstrong, seguido do piloto do módulo lunar Aldrin) durante duas horas, trinta e seis minutos e quarenta segundos, tendo estado no nosso satélite apenas vinte e uma horas trinta e um minutos vinte segundos (trazendo apenas 21,55 kg de rochas selenitas...) mas fez-se História...!


Esposa, filha ou irmã da terra

Do Blog Sopas de Pedra, do geólogo Professor Doutor Galopim de Carvalho, publicamos, com a devida vénia, o seguinte post:


FAZ HOJE 40 anos que Neil Armstrong pisou o solo lunar, um facto notável que testemunha não só o poder da ciência e da tecnologia, mas também a bravura dos que protagonizaram aventura semelhantes, a começar pelos navegadores de quinhentos que deram “novos mundos ao mundo”.

Muito se escreveu e continua a escrever sobre o nosso inseparável e belo satélite natural. Da ficção à ciência, passando pela poesia, a Lua sempre esteve presente bem dentro das nossas vidas. Como geólogo, sempre esta nossa companheira ocupou parte importante da minha curiosidade. Acompanhei com o maior entusiasmo, sobretudo, através da imprensa escrita, a competição americano-soviética pela conquista do espaço, a meados do século que passou. Recordo o discurso do presidente John F. Kennedy, no início dos anos 60, em que afirmou que, até ao fim da década, a América enviaria uma missão tripulada ao solo lunar e trá-la-ia, em segurança, de volta à Terra. Recordo a madrugada de 20 de Julho de 1969, dia em que essa promessa foi cumprida, Colado ao televisor, vi, em directo, Neil Armstrong descer a escada da Apollo 11 e deixar no solo selenita a primeira pegada daquele passo gigantesco do génio humano.

Sem água nem atmosfera, não há na Lua o tipo de erosão que bem conhecemos na Terra. Por isso, o nosso satélite mostra-nos o mesmo visual de há mais de três mil milhões de anos. Uma superfície marcada por esparsos e vastos derrames de basalto – os chamados mares lunares – em contraste com vastíssimas regiões densamente pejadas de crateras de impacto meteorítico, pode ser vista por qualquer um com a simples ajuda de uns binóculos vulgares. Uma tal ausência de actividade erosiva faz com que a celebérrima pegada deixada pelo primeiro homem que ali chegou persista intacta por muitas dezenas de milhões de anos.

Aquando da minha estadia na capital dos franceses nos primeiros anos da década de 60, o nosso satélite era tema de ensino nas aulas de geologia da Universidade, ministradas pelo Prof. Charles Pomerol, cientista e grande divulgador, com quem tive frequente e proveitoso contacto. Ensinava ele que relativamente à origem da Lua se debatiam três concepções dominantes: A “Lua filha da Terra”, como uma porção desta que, desde muito cedo, se teria separado dela; a “Lua esposa da Terra”, como um corpo planetário estranho, vindo de algures e por ela capturado graviticamente; e a “Lua irmã da Terra”, de formação independente e simultânea, ambas geradas, lado a lado, nos primórdios da evolução do Sistema Solar. Para este professor, e segundo os elementos científicos então disponíveis, esta última concepção era a mais verosímil. Passaram quarenta anos de estudo intenso do nosso satélite e a convicção da maioria dos cientistas do presente é aquela que então se referia à Lua como filha da Terra.

Publicado no «DN» de 18 de Julho de 2009

A conquista da Lua vista por Gedeão

Poema do homem novo

Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.

Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.

A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.

Numa cama de rede, pendurada
das paredes do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.

Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falava,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.

Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.

Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.

Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira, com o coração pequeno e ressequido
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.


in Novos Poemas Póstumos (1990) - António Gedeão

segunda-feira, julho 20, 2009

Houston, Tranquility Base here - the Eagle has landed

Google Doodle de hoje...!

Às 21.17.40 horas (portuguesas...) aterrou, no Mar da Tranquilidade, o módulo lunar (a Águia...). Depois de uma descida com problemas (e incerteza, até ao fim, de se saber se conseguia aterrar sem gastar todo o combustível, pois tinha de haver que chegasse para voltar até ao reencontro com o módulo de comando), lá aterraram naquela maravilhosa desolação...


A Lua de Fernando Pessoa

A Lua (dizem os Ingleses)
É feita de queijo verde.
Por mais que pense mil vezes
Sempre uma ideia se perde.

E era essa, era, era essa,
Que haveria de salvar
Minha alma da dor da pressa
De... não sei se é desejar.

Sim, todos os meus desejos
São de estar sentir pensando...
A Lua(dizem os Ingleses)
É azul de quando em quando.

Fernando Pessoa

domingo, julho 19, 2009

Lua

NOITE

Encontraram-no caído
ao fundo daquela rua;
chamaram-no pelo nome, e era eu!
- O Poeta andava à lua
e adormeceu...

Foi o que disse e jurou
pela sua salvação
a Perdida
que viu tudo da janela...
E o guarda soube por Ela,
pelo pranto que chorava,
quem era na minha vida
o Guarda que me guardava...

- Andar à lua é proibido...
Mas Ela pagou a lei
por um beijo que lhe dei
antes ou depois de ter caído,
nem eu sei...

in O Outro Livro de Job (1936) - Miguel Torga

sábado, julho 18, 2009

Estou na Lua


Luar Na Lubre



Madrugada, o porto adormeceu, amor,
a lúa abanea sobre as ondas
piso espellos antes de que saia o sol
na noite gardei a túa memoria.

Perderei outra vez a vida
cando rompa a luz nos cons,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar.

Veu o loito antes de vir o rumor,
levouno a marea baixo a sombra.
Barcos negros sulcan a mañá sen voz,
as redes baleiras, sen gaivotas.

E dirán, contarán mentiras
para ofrecerllas ao Patrón:
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar,
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar.

Madrugada, o porto despertou, amor,
o reloxo do bar quedou varado
na costeira muda da desolación.
Non imos esquecer, nin perdoalo.

Volverei, volverei á vida
cando rompa a luz nos cons
porque nós arrancamos todo o orgullo do mar,
non nos afundiremos nunca máis
que na túa memoria xa non hai volta atrás:
non nos humillaredes NUNCA MÁIS.


PS - como estão tão próximas as datas (a da conquista da Lua e a do Dia da Galiza), celebremo-las antecipadamente com música dos Luar Na Lubre, numa canção que fala da Lua reflectida no mar e do desastre do Prestige (como é possível que o Homem, com a sua tecnologia, consiga em tão pouco tempo ir à Lua e matar fauna e flora das rias galegas...) - NUNCA MAÍS...

Observar o Céu sem poluição luminosa

Dez cidades aderem à Noite das Estrelas
Portugal apaga-se em nome do céu nocturno e do brilho das estrelas
18.07.2009 - 08h17 Ana Machado, Romana Borja-Santos

Perder a hipótese de observar um céu nocturno cheio de estrelas ou desperdiçar energia são as principais consequências da poluição luminosa, um problema que afecta a maior parte das cidades. Para sensibilizar a sociedade para este problema, astrónomos e amantes da observação dos céus juntam-se hoje em vários pontos do país para celebrar a Noite das Estrelas e para pedir legislação específica que proteja o direito ao céu nocturno.

Um bem que gostavam que a UNESCO elevasse a Património da Humanidade, começando, por exemplo, por criar "reservas de estrelas", zonas onde os interessados pudessem voltar a olhar para o lado negro do Universo.

Rosa Doran, astrónoma e investigadora do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa, vai estar na praia dos pescadores, na baía de Cascais, com o Núcleo Interactivo de Astronomia, para mostrar aos que aparecerem como é bom observar o céu nocturno. Além de Cascais, as luzes apagam-se em dez locais de norte a sul do país, entre eles a Torre de Belém, em Lisboa, o Pátio das Escolas, em Coimbra, Moimenta da Beira, ilha Terceira (Açores) e Calheta (Madeira). Apesar de a iniciativa abranger apenas a iluminação pública, se todo o país fosse "desligado" durante apenas uma hora isso já permitiria uma redução entre os cinco e os dez por cento no consumo. Mas a ideia de hoje é mais fazer uma homenagem ao céu e exigir que este não seja ofuscado por nenhum brilho artificial.

"Quando entramos de avião em Lisboa vemos a Ponte 25 de Abril toda iluminada, mas não vemos a Ponte Vasco da Gama. É bonita de ver a ponte iluminada, mas não passa disso. É dinheiro que se gasta. Começamos a despertar para este problema da poluição luminosa que nos afecta dentro das cidades", lembra Rosa Doran sobre o problema que reduz aos planetários a hipótese de observação do céu: "As crianças perderam os céus".

"Mais do que ver as estrelas, olhar para o céu é descobrir o Universo", frisa a investigadora, recordando o mote do Ano Internacional da Astronomia, que se celebra ao longo deste ano em que se completam 400 anos sobre as primeiras observações de Galileu. Também o astrónomo Máximo Ferreira, do Centro Ciência Viva de Constância, defende um regresso às origens e sugere que se observe primeiro a olho nu. "Os instrumentos permitem ver mais longe, mas tiram a beleza do contacto directo com o céu."

Pedro Russo, astrofísico português a trabalhar no Observatório Europeu do Sul, em Munique, Alemanha, e coordenador do Ano Internacional da Astronomia, lembra que o impacto da poluição luminosa no ser humano não é grande, mas noutras espécies sim, o que leva já alguns países a aplicar legislação de protecção do céu nocturno.

"Estudos indicam que 40 por cento da iluminação é desperdiçada e nunca se provou a relação entre o aumento da criminalidade e a falta de iluminação", frisa o investigador, que aproveita para lançar o desafio a que Portugal adopte legislação específica. "Poderia até servir o turismo."

in Público -ler notícia (Via Blog AstroLeiria)

sexta-feira, julho 17, 2009

Lua


A Lua de Cat Stevens

Cat Stevens - Boy With A Moon And Star



A gardeners daughter stopped me on my way, on the day I was
To wed
It is you who I wish to share my body with she said
Well find a dry place under the sky with a flower for a bed
And for my joy I will give you a boy with a moon and
Star on his head.
Her silver hair flowed in the air laying waves across the sun
Her hands were like the white sands, and her eyes had
Diamonds on.
We left the road and headed up to the top of the
Whisper wood
And we walked till we came to where the holy magnolia stood.
And there we laid cool in the shade singing songs and
Making love...
With the naked earth beneath us and the universe above.
The time was late my wedding wouldnt wait I was sad but
I had to go,
So while she was asleep I kissed her cheek for cheerio.
The wedding took place and people came from many
Miles around
There was plenty merriment, cider and wine abound
But out of all that I recall I remembered the girl I met
cause she had given me something that my hear could not
Forget.
A year had passed and everything was just as it was a year
Before...
As if was a year before...
Until the gift that someone left, a basket by my door.
And in there lay the fairest little baby crying to be fed,
I got down on my knees and kissed the moon and star on
His head.
As years went by the boy grew high and the village looked
On in awe
Theyd never seen anything like the boy with the moon and
Star before.
And people would ride from far and wide just to seek the
Word he spread
Ill tell you everything Ive learned, and love is all...he said.


NOTA: post conjunto dos Blogues AstroLeiria, GeoLeiria e Geopedrados...

Para celebrar os 40 anos da conquista da Lua...

(fonte: Wikipédia - clicar para aumentar)

...nada melhor do que a Poesia ou a Música.

Assim, nos próximos dias, até 24 de Julho (data de regresso dos três heróis), iremos celebrar este feito com alguns posts especiais, começando com uma poesia.

Lua

Entre a terra e os astros, flor intensa.
Nascida do silêncio, a lua cheia
Dá vertigens ao mar e azula a areia,
E a terra segue-a em êxtases suspensa.

in Dia do Mar - Sophia de Mello Breyner Andresen

Música (atrasada) para dia histórico

Cat Stevens - Boy With A Moon And Star



A gardeners daughter stopped me on my way, on the day I was
To wed
It is you who I wish to share my body with she said
Well find a dry place under the sky with a flower for a bed
And for my joy I will give you a boy with a moon and
Star on his head.
Her silver hair flowed in the air laying waves across the sun
Her hands were like the white sands, and her eyes had
Diamonds on.
We left the road and headed up to the top of the
Whisper wood
And we walked till we came to where the holy magnolia stood.
And there we laid cool in the shade singing songs and
Making love...
With the naked earth beneath us and the universe above.
The time was late my wedding wouldnt wait I was sad but
I had to go,
So while she was asleep I kissed her cheek for cheerio.
The wedding took place and people came from many
Miles around
There was plenty merriment, cider and wine abound
But out of all that I recall I remembered the girl I met
cause she had given me something that my hear could not
Forget.
A year had passed and everything was just as it was a year
Before...
As if was a year before...
Until the gift that someone left, a basket by my door.
And in there lay the fairest little baby crying to be fed,
I got down on my knees and kissed the moon and star on
His head.
As years went by the boy grew high and the village looked
On in awe
Theyd never seen anything like the boy with the moon and
Star before.
And people would ride from far and wide just to seek the
Word he spread
Ill tell you everything Ive learned, and love is all...he said.



NOTA: post conjunto dos Blogues AstroLeiria, GeoLeiria e Geopedrados...

quinta-feira, julho 16, 2009

Crianças dizem adeus a pedaço de Lua


Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra, via Blog De Rerum Natura:


Dia 24 de Julho, nos 40 anos da Missão Apollo 11, crianças dizem adeus a pedra da Lua

A pedra da Lua (na foto) está quase a deixar o Museu da Ciência de Coimbra e a regressar à NASA precisamente no dia em que, há 40 anos, terminava a missão que levou à Lua o primeiro homem. Na despedida, as pedras de estimação dos mais pequenos vão ser estrelas por uma noite...

A pedra foi recolhida por James Irwin naquela que a NASA considerou a missão tripulada mais bem sucedida de sempre. Em Portugal desde Maio, prepara-se agora para regressar à agência espacial norte-americana. A pedra da Lua da missão Apollo 15 deixará o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra no dia 24 de Julho (sexta-feira), precisamente na data em que se comemoram os 40 anos do regresso dos primeiros homens que pisaram a superfície lunar (missão Apollo 11).

Na despedida, o Museu da Ciência desafia os mais pequenos a fazerem das suas pedras de estimação estrelas por uma noite. Das 21 às 24 horas, a ideia é que as crianças e as suas famílias descubram no Laboratorio Chimico, com a ajuda de duas geólogas da Universidade de Coimbra, as verdadeiras origens das pedras de que tanto gostam. Para além de uma viagem pelos mistérios das pedras de estimação, os mais pequenos poderão ainda encarnar um astronauta e levar para casa uma fotografia do momento.

No anfiteatro do Museu, as famílias terão opor tunidade de espreitar vídeos das missões Apollo e reviver a ida do Homem à Lua.A entrada é livre.

A iniciativa "Um Pezinho na Lua" é organizada pelo Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e integra as comemorações do Ano Internacional da Astronomia, que assinalam os 400 anos das primeiras observações astronómicas de Galileu. De resto, a missão Apollo 15 (26 de Julho a 7 de Agosto de 1971), que trouxe a pedra da Lua em exibição no museu, foi palco de uma experiência que confirmou a teoria do cientista acerca da queda dos corpos: sem o efeito da atmosfera, uma pena e um martelo largados em simultâneo atingem o solo precisamente ao mesmo tempo.

Em exposição desde 22 de Maio, a pedra da Lua tem estado em Portugal graças a uma parceria entre o Museu da Ciência, a NASA e a Critical Software.

Dia histórico - há 40 anos a Apollo XI partiu rumo à Lua

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:


Faz hoje quarenta anos que a Apollo XI partiu do Cabo Canaveral (Flórida) para a conquista do nosso satélite natural, às 14.32 horas (hora portuguesa).

Iremos, neste Blog e noutros que o queiram acompanhar, recordar a par e passo estes eventos históricos nos próximos dias, pois há que honrar os heróis astronautas neste Ano Internacional da Astronomia.

Para quem quer recordar como deve de ser o evento, os Museu e Biblioteca Presidenciais que honram John F. Kennedy têm um site que todos deveriam visitar:

segunda-feira, julho 13, 2009

As inscrições para a Ciência Viva no Verão começaram...!


Começaram hoje as inscrições para as actividades de 2009 da Ciência Viva no Verão 2009. Como no ano passado, as inscrições são on-line e muito fáceis de fazer, havendo cinco opções:
Em breve iremos aqui colocar sugestões e curiosidades, em particular no caso da Geologia...

sexta-feira, julho 10, 2009

Vende-se retrato de dodó

Desenho holandês tem cerca de 350 anos
Ilustração até agora desconhecida do dodó vendida por mais de 71 mil euros
09.07.2009 - 18h35 PÚBLICO

A ilustração data do século XVII

Uma ilustração com 350 anos do dodó, até agora desconhecida, foi leiloada pela Christie’s londrina por 44.450 libras (71.609 euros), informa a casa leiloeira. O preço da venda superou muito as estimativas, que apontavam para um valor entre oito mil e 11 mil euros.

A ilustração é da escola holandesa, mas não tem autor conhecido. Há algumas possibilidades de ter sido feita a partir de um modelo vivo. Algumas destas grandes aves das Maurícias, que não voavam e não fugiam dos humanos (antes da chegada dos homens ao seu habitat, em 1598, não tinham de enfrentar predadores naturais), foram transportadas para a Europa.

A ave deve o nome popular à designação “pássaro doido”, que lhe deram os marinheiros portugueses – que podem ter visitado a ilha em 1507, ainda antes dos holandeses, que a baptizaram. Leva por nome científico “Raphus cucullatus” e seria um parente dos actuais pombos.

Os relatos dos marinheiros dizem que a sua carne sabia mal e era dura – ainda assim, foi caçado até à extinção em 1700. Não resta nenhum exemplar empalhado sequer, apenas alguns restos de ossos. No entanto, em 2005, em escavações nas ilhas Maurícias, foram descobertos vários ossos fossilizados.

A ilustração tem inscrito a palavra “Dronte”, a designação que os holandeses davam a este animal no século XVII. Julian Hume, especialista em dodós e paleontólogo no Museu de História Natural de Londres, comentou ao jornal britânico “The Telegraph” que a imagem é “muito interessante” e inovadora, dado que o animal aparece a três dimensões em lugar do habitual perfil. O desenho tem 26 por 21 centímetros.

“Há sempre muito interesse em material destes porque o dodó despertava uma grande curiosidade. Esta é, certamente, uma imagem pouco comum, apesar de a imagem não ser, francamente, muito boa”, disse outro especialista, Anthony Cheke.



NOTA - havendo um excelente livro de Clara Pinto Correia sobre dodós, é uma pena que não se explore mais estes assuntos e se continue a publicar textos com alguns erros científicos...

domingo, julho 05, 2009

Ciência na Rua 09 - Evento Científico-Cultural nas ruas de Estremoz


Artes e Ciências unidas em Estremoz, em torno do tema "Evolução"

11 e 12 de Julho de 2009

Passados 200 anos do nascimento de Darwin e 150 anos de Darwin ter escrito "A origem das espécies", matemáticos, químicos, físicos, geólogos e biólogos juntam-se a 9 companhias artísticas, nacionais e estrangeiras, criando e interpretando, à sua maneira, algumas das etapas mais significativas da Evolução da Vida no Nosso Planeta.

(clicar para aumentar)

A Teoria da Evolução, sem dúvida, faz já parte do nosso imaginário. No entanto, muitos de nós desconhecemos alguns dos princípios básicos que lhe estão associados.

O Centro Ciência Viva de Estremoz em colaboração com a Câmara Municipal de Estremoz, propõem-se reviver algumas das principais etapas da evolução da Vida no nosso Planeta. A ideia base da Ciência na Rua 2009 consiste na recriação, durante duas noites consecutivas, de 7 grandes etapas evolutivas que serão levadas a efeito em 7 locais públicos da cidade de Estremoz. Nestas recriações, o teatro, a música e a dança serão formas de expressão privilegiadas.

Associado a cada momento haverá um "quiosque da ciência" onde experiências, ao dispor do visitante, permitem que este se aperceba da explicação científica do fenómeno.


sábado, julho 04, 2009

Novidades paleontológicas australianas

Dois herbívoros gigantes e um carnívoro vieram renovar a paleontologia da Austrália
Canção Waltzing Matilda dá nome a dinossauros australianos
03.07.2009 - 21h10 Nicolau Ferreira


O investigador australiano Hocknull defende que ainda há muitos fósseis por descobrir

O hino não oficial australiano Waltzing Matilda alastrou a sua influência para a paleontologia, depois de dar nome a dois dinossauros que morreram num billabong – o nome nativo para lagos em forma de U formados a partir de antigos meandros de rio – há 98 milhões de anos. Na Austrália, o billabong está associado a fantasmas e monstros e é uma peça importante no poema de Banjo Patterson. A partir de agora os répteis gigantes fazem parte deste imaginário.

Os paleontólogos que fizeram esta associação pertencem à Australian Age of Dinosaurs Museum e ao Queensland Museum, e descobriram três novos dinossauros entre outras espécies animais do Cretácico médio, em dois lugares da formação geológica de Winton, no Estado de Queensland, no Nordeste da Austrália. O artigo sobre a descoberta foi publicado na “Public Library of Science One”.

As três novas espécies de dinossauros têm 98 milhões de anos, e caminhavam na Terra numa altura em que a Austrália ainda não se tinha separado completamente da Antárctida. Os paleontólogos descobriram ossadas de dois saurópodes – dinossauros gigantes herbívoros, com pescoços longos – e de um terópode, um carnívoro bípede que Scott Hocknull, o primeiro autor do artigo, definiu como “a chita do seu tempo”.

O Australovenator wintonensis, apelidado de Banjo, era ágil, leve e “a reposta australiana ao velociraptor, mas maior e mais aterrador”, disse em comunicado o paleontólogo do museu de Queensland. “Ele podia ir atrás das presas facilmente em campo aberto. A sua característica mais distintiva eram três grandes garras em cada mão, os seus braços eram a sua arma principal.” O fóssil encontrado é o esqueleto mais completo de dinossauros carnívoros que se conhece na Austrália e lança luz para o grupo ancestral que evoluiu nos maiores carnívoros de sempre, como o Carcharodontosaurus.

Os dois herbívoros pertencem ao grupo dos titanossauros, os maiores saurópodes de sempre. Witonotitan wattsi, também conhecido como Clancy, seria um animal maior e mais grácil que estaria num nicho ecológico equivalente ao da girafa, já Matilda, Diamantinasaurus matildae, representaria uma espécie mais parecida com um hipopótamo.

Matilda foi encontrada junto de Banjo, provavelmente morreram os dois dentro de um billabong. “É fenomenal encontrar dois dinossauros no mesmo local”, disse ao “TimesHocknull. “Há uma ponta de mistério para a causa dos dois estarem ali. Talvez se tenham afogado ou o herbívoro pode ter ficado preso na lama, o que atraiu o carnívoro para a sua própria morte.” Nunca se saberá o que aconteceu, mas ainda hoje há gado a cair em lagos como este.

Os paleontólogos apelidaram-nos com estes nomes em memória do poeta australiano Banjo Patterson que compôs em 1885 Waltzing Matilda, uma canção famosa na Austrália que foi feita em Winton, a região onde se descobriram os fósseis. A canção conta a história de um vagabundo de trouxa às costas que descansava à beira de um billabong e caçou uma ovelha selvagem que estava a beber água no lago. Quando aparece um grupo de polícias, o vagabundo esconde-se no lago com a sua ovelha e acaba por morrer. “Os billabong fazem parte do imaginário da Austrália porque associamos ao mistério, aos fantasmas e monstros”, disse Hocknull.

Esta história ficou contada, mas a região guarda ainda muitos fósseis, abrindo uma nova etapa para a paleontologia na Austrália. “Esta é apenas a ponta do iceberg”, refere o autor.



NOTA: o tal hino não oficial do continente-ilha, referido na notícia, é este, aqui em duas versões (eu prefiro a da voz rouca de Tom Waits):