segunda-feira, julho 25, 2011
Congresso Jovens Investigadores em Geociências
O Congresso de Jovens Investigadores em Geologia, realizado sob a égide do LIRIO (Laboratório de Investigação de Rochas Industriais e Ornamentais da Escola de Ciência e Tecnologia da Universidade de Évora) e do Centro Ciência Viva de Estremoz, decorrerá de 01 a 04 de Outubro de 2011.
Com este congresso pretende-se incentivar os jovens investigadores na área das geociências, tentando promover um espírito de conhecimento científico ao mesmo tempo que proporciona uma partilha e debate de ideias entre os participantes.
Porque o campo é fundamental, uma saída de campo irá mostrar aos jovens investigadores dois dos pontos mais atractivos para o entendimento da complexa e empolgante história do território continental português. Portugal, na sua área continental, divide-se em três grandes unidades: o Maciço Ibérico, as Orlas Meso-Cenozóicas e as Bacias Terciárias. O Maciço Ibérico engloba rochas que contam uma história complexa, essencialmente anterior aos 250 M.a., relacionada com a formação da Cadeia Varisca. Tendo em conta o anteriormente referido, pretende-se com esta saída perceber um pouco mais os processos relacionados com o ciclo de Wilson então actuantes, através da saída ao autóctone da Zona Centro Ibérica (Serra do Marão) e aos mantos alóctones do Maciço de Morais.
Inscrição
As inscrições realizar-se-ão através do preenchimento do formulário, que se encontra disponível aqui. Não existem restrições relativas ao grau académico para a participação no evento, muito embora a apresentação de comunicações esteja restrita a jovens investigadores.
A inscrição no Congresso, sem agravamento de preço, realizar-se-á até dia 05 de Setembro de 2011. Após essa data, o valor da inscrição será acrescido de 20€. A saída de campo está limitada a 32 participantes (vagas a preencher por ordem de inscrição e recepção do respectivo pagamento).
No caso de desistência até 15 de Setembro de 2011, haverá reembolso de 50% do valor da inscrição, sendo que após essa data não haverá reembolso do mesmo.
No que se refere ao preçário, segue abaixo uma tabela com os preços praticados.
* o preço de inscrição inclui o jantar de congresso no dia 01 de Outubro.
** o valor da saída de campo inclui o alojamento, os almoços de campo e o guia de campo
*** pode requerer a alimentação para os dias de congresso, sendo o preço acrescido de 7,5€ por refeição
Submissão
Como já foi referido, a apresentação de comunicações neste Congresso é limitado a jovens investigadores com grau inferior a doutor e que não estejam englobados num escalão superior ao de geólogo sénior (superior a 7 anos de experiência profissional), que pretendam divulgar os trabalhos de investigação por si realizados, ou pelo grupo de investigação do qual fazem parte. Os trabalhos podem englobar co-autores que não se integrem no critério anterior, no entanto o primeiro autor terá de obedecer aos pré-requisitos anteriormente referidos.
A submissão do trabalho será feita via email, para nmoreira@estremoz.cienciaviva.pt, até ao dia 5 de Setembro de 2011.
A submissão do trabalho será feita via email, para nmoreira@estremoz.cienciaviva.pt, até ao dia 5 de Setembro de 2011.
Após a aceitação e correcção das comunicações pelos revisores (até dia 10 de Setembro), terão até dia 25 de Setembro de 2011 para a re-submissão das comunicações finais.
Para descarregar o template das comunicações clique aqui.
domingo, julho 24, 2011
VI Seminário Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território – 6 a 8 de Outubro de 2011
O Departamento de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) realizará, de 6 a 8 de Outubro de 2011, em Vila Real, o VI Seminário Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território.
Neste Seminário pretende-se abordar a problemática da sustentabilidade dos recursos geológicos, de uma forma transversal, promovendo o diálogo e a troca de experiências entre os vários actores que intervêm neste domínio.
Os temas propostos são:
- Tema I – Recursos Minerais
- Tema II – Recursos Hídricos
- Tema III – Recursos Energéticos
- Tema IV – Recursos Geológicos e Ambiente
- Tema V – Riscos Naturais Tema
- VI – Património Geológico
- Tema VII – Ordenamento do Território
- Tema VIII – Geologia Médica
- Tema IX – Educação Ambiental
Realizar-se-ão cinco conferências, de trinta minutos, seguidas de trinta minutos de debate, relacionadas com as temáticas do Seminário, a proferir por especialistas convidados.
6OUT2011, 10:30 - 11:30, Sustentabilidade, energia e ambiente: desafios dos recursos minerais no Séc. XXI. Prof. Dr. José Lopes Velho (Universidade de Aveiro);
6OUT2011, 17:00 – 18:00, Recursos Geológicos Extra-terrestres. Prof. Dr. Ivo Alves (Universidade de Coimbra);
7OUT2011, 9:00 – 10:00, Argilas/lamas portuguesas usadas em geologia médica: estudo de suas propriedades relevantes. Prof. Dr. Fernando Rocha (Universidade de Aveiro);
7OUT2011, 14:00 – 15:00, Recursos energéticos do futuro: o caso da bioenergia. Prof. Dr. Salvador Malheiro (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro);
7OUT2011, 17:00 – 18:30, Desenvolvimento Sustentável e Património Geológico. Prof. Dr. Artur Sá (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) e Prof. Dr. José Brilha (Universidade do Minho).
Para mais informações e contactos deve consultar-se: http://recgeo.utad.pt ou a segunda circular cujo link está AQUI.
sábado, julho 23, 2011
Exposição - Quando a gente andava ao "menério"
Está patente no Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova, Geopark Naturtejo), de 16 de Julho a 31 de Dezembro, a exposição Quando a gente andava ao “menério” dedicada às memórias mineiras do concelho de Idanha-a-Nova, concretamente do caso de Segura, tendo partido da necessidade de mostrar, dar a ver, trazer para o espaço da partilha os universos das memórias das gerações que viveram com proximidade estes tempos conturbados do “menério”.
A exploração mineira, nesta região, remonta ao período romano, prosseguiu no período medieval e nos séculos XIX e XX, tendo sido explorado estanho, volfrâmio, chumbo, zinco, ouro, bário e fósforo.
Em Segura, um dos geomonumentos do Geopark Naturtejo, a exploração mineira passou pela importante Empresa Mineira de Segura, um grande número de concessões e oficinas de preparação e tratamento de minério. Com “Febre do volfrâmio” na 2ª guerra mundial, o aumento da procura e do preço do volfrâmio nos mercados internacionais fez despoletar um sem número de explorações informais, assim como uma panóplia de ilegalidades associadas, como contrabando, espionagem, falsificações, desvios, entre outras.
Geopark Naturtejo, UNESCO European and Global Geopark
Telf. 272 320 176
Aumento do prazo de entrega dos resumos para o I Congresso Iberoamericano de Gestión Integrada de Áreas Litorales (GIAL)
Hasta la fecha se han recibido más de 200 propuestas de resúmenes y muchas peticiones de que se amplíe el plazo de recepción de las mismas. Teniendo en cuenta esta circunstancia, desde el Comité de Organización del Congreso se ha decidido ampliar el plazo hasta el viernes 12 de agosto.
Adjuntas a este mensaje y en la página web del congreso, www.gestioncostera.es/congresoGIAL, podrán encontrar las normas para la presentación de propuestas.
Les recordamos que es recomendable realizar la preinscripción antes del envío del resumen de trabajos, por aspectos meramente organizativos. Dicha preinscripción, realizada a través del formulario elaborado al efecto, no le compromete a nada, si bien la inscripción posterior no se hará efectiva hasta que realice el pago correspondiente, una vez que usted lo considere oportuno.
Ficheiros de Apoio:
sexta-feira, julho 22, 2011
Publicado um livro sobre Geoquímica no Brasil
Geoquímica – uma introdução
Francis Albarède
Tradução: Fábio R. D. de Andrade
Novo livro detalha os fundamentos da geoquímica moderna e sua aplicação no estudo dos mais diversos ambientes
Relativamente nova, a geoquímica apresenta-se como a vanguarda científica de diversas áreas de conhecimento, levando-se em conta sua interdisciplinaridade e alcance enquanto ciência. Presente em quase todos os campos das ciências da Terra, a geoquímica utiliza princípios da química para explicar os mecanismos que regulam o funcionamento dos principais sistemas geológicos.
Apesar de haver periódicos dedicados à divulgação da pesquisa na área, ainda é pequeno o número de livros de geoquímica geral que cobrem de modo amplo os vários segmentos da geoquímica moderna. Esta é uma das razões que fazem do livro de Francis Albarède um livro oportuno, direccionado aos cursos introdutórios para alunos de graduação.
Brilhantemente traduzido pelo professor de geoquímica da USP, Fábio Ramos, o livro explica de forma didáctica os fundamentos da geoquímica moderna, que atua desde a medição do tempo geológico, passando pela origem dos magmas, pela evolução dos continentes, dos oceanos e do manto, até a compreensão das mudanças ambientais. Com exemplos e exercícios, a obra enfatiza os princípios gerais da geoquímica e traz informações essenciais para estudantes de ciências da Terra e ciências ambientais.
A partir de uma introdução sobre as propriedades dos átomos e núcleos dos elementos químicos, o autor discute os princípios de fraccionamento, mistura de isótopos e de elementos, geocronologia e uso de traçadores radiogénicos na caracterização de reservatórios e fontes. Explora o transporte geoquímico por advecção e difusão, o conceito de temperatura de fechamento, cromatografia e taxas de reacção em sistemas de larga escala, como os oceanos, a crosta e o manto.
Pela abrangência e profundidade dos temas tratados e pela excelência do trabalho de tradução, este livro certamente será bastante útil não apenas aos estudantes da disciplina, mas a todos os interessados nos conceitos e aplicações da Geoquímica nas diversas áreas das ciências da Terra.
PÚBLICO A QUE SE DESTINA
Cursos introdutórios de geoquímica, alunos de graduação e profissionais da área.
MAIS INFORMAÇÕES
Preço: 108 reais
ISBN: 978-85-7975-020-5
Formato: 18X25,5cm |
Páginas: 400
Mais informações - AQUI.
quinta-feira, julho 21, 2011
O fim de uma era...
Centro Espacial Kennedy
Chegou ao fim a odisseia dos vaivéns espaciais
O vaivém Atlantis aterrou às 10h.57 (hora em Portugal) no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, Florida, com quatro astronautas a bordo. Foi a última viagem de um vaivém da NASA.
O vaivém aterrou pouco antes do nascer do Sol (às 05.57, hora local), cerca de uma hora depois de ter entrado na atmosfera terrestre e de ter sobrevoado a América central. Em piloto automático durante toda a descida, o comandante Chris Ferguson assumiu os comandos da nave manualmente para alinhar o vaivém com a pista de aterragem.
"Missão cumprida, Houston. Depois de ter servido durante mais de 30 anos, a nave espacial americana conquistou o seu lugar na História", disse o comandante do Atlantis, pouco depois da aterragem.
Depois, os quatro astronautas - Chris Ferguson (comandante), Doug Hurley (piloto) e os especialistas de missão Sandra Magnus e Rex Walheim - procederam a uma série de avaliações aos sistemas de segurança.
Este é o fim da missão do Atlantis, que passou oito dias, 15 horas e 21 minutos acoplado ao laboratório orbital.
“Os vaivéns espaciais mudaram a forma como vemos o mundo, a forma como vemos o universo”, acrescentou Ferguson . “A América não vai parar de explorar [o espaço]”, garantiu Ferguson, agradecendo o fim do programa, com sucesso.
O Atlantis saiu da Terra no passado dia 8 de Julho, com o objectivo de transportar quatro toneladas de carga em comida, roupas e equipamento para um ano de trabalho da ISS. A carga foi armazenada no módulo italiano Raffaello, de 6,5 metros de comprimento, que ficou acoplado à estação durante estes dias. Os astronautas descarregaram o que havia no módulo e voltaram a enchê-lo com lixo produzido na ISS e material que já não é necessário, voltando à Terra com o Atlantis.
Foi o 33º voo deste vaivém, que se estreou no espaço em Outubro de 1985.
O fim da frota de vaivéns espaciais da NASA foi decidido pelo Governo norte-americano, em parte devido aos elevados custos de manutenção das naves. As cinco naves do programa espacial realizaram mais de duas mil experiências nas áreas das ciências da Terra, Astronomia, Biologia e Materiais. Ao longo destes anos, acoplaram em duas estações espaciais: a russa Mir e a ISS.
Agora, a curto prazo, a NASA vai depender dos vaivéns russos para transportar astronautas de e para a Estação Espacial Internacional (ISS).
O Atlantis ficará exposto no centro de visitantes no Centro Espacial Kennedy, e os Discovery e Endeavour - que cumpriram as suas últimas missões no início deste ano - ficarão à guarda do Museu do Ar e do Espaço (Virgínia) e Centro de Ciências da Califórnia, em Los Angeles, respectivamente.
"Missão cumprida, Houston. Depois de ter servido durante mais de 30 anos, a nave espacial americana conquistou o seu lugar na História", disse o comandante do Atlantis, pouco depois da aterragem.
Depois, os quatro astronautas - Chris Ferguson (comandante), Doug Hurley (piloto) e os especialistas de missão Sandra Magnus e Rex Walheim - procederam a uma série de avaliações aos sistemas de segurança.
Este é o fim da missão do Atlantis, que passou oito dias, 15 horas e 21 minutos acoplado ao laboratório orbital.
“Os vaivéns espaciais mudaram a forma como vemos o mundo, a forma como vemos o universo”, acrescentou Ferguson . “A América não vai parar de explorar [o espaço]”, garantiu Ferguson, agradecendo o fim do programa, com sucesso.
O Atlantis saiu da Terra no passado dia 8 de Julho, com o objectivo de transportar quatro toneladas de carga em comida, roupas e equipamento para um ano de trabalho da ISS. A carga foi armazenada no módulo italiano Raffaello, de 6,5 metros de comprimento, que ficou acoplado à estação durante estes dias. Os astronautas descarregaram o que havia no módulo e voltaram a enchê-lo com lixo produzido na ISS e material que já não é necessário, voltando à Terra com o Atlantis.
Foi o 33º voo deste vaivém, que se estreou no espaço em Outubro de 1985.
O fim da frota de vaivéns espaciais da NASA foi decidido pelo Governo norte-americano, em parte devido aos elevados custos de manutenção das naves. As cinco naves do programa espacial realizaram mais de duas mil experiências nas áreas das ciências da Terra, Astronomia, Biologia e Materiais. Ao longo destes anos, acoplaram em duas estações espaciais: a russa Mir e a ISS.
Agora, a curto prazo, a NASA vai depender dos vaivéns russos para transportar astronautas de e para a Estação Espacial Internacional (ISS).
O Atlantis ficará exposto no centro de visitantes no Centro Espacial Kennedy, e os Discovery e Endeavour - que cumpriram as suas últimas missões no início deste ano - ficarão à guarda do Museu do Ar e do Espaço (Virgínia) e Centro de Ciências da Califórnia, em Los Angeles, respectivamente.
quarta-feira, julho 20, 2011
A sonda Dawn chegou ao asteróide Vesta
Sonda da NASA já começou a produzir fotografias
Asteróide Vesta mais detalhado do que nunca
Asteróide Vesta mais detalhado do que nunca
A sonda vai procurar luas durante a aproximação a Vesta (NASA)
O asteróide Vesta nunca tinha sido visto tão detalhadamente. Mas assim que a sonda Dawn, da NASA, entrou na sua órbita, começou a tirar fotografias ao asteróide, que foram publicadas nesta terça-feira pela Agência Espacial Norte Americana.
Vesta tem uma forma redonda, está situado na cintura de asteróides, entre Marte e Júpiter. É um dos mais antigos e o segundo maior objecto daquela região, que tem milhares de corpos. O asteróide tem cerca de 500 quilómetros de diâmetro e os cientistas esperam que revele segredos sobre o início da formação dos planetas do Sistema Solar.
“Estamos a começar a estudar a superfície primordial mais velha que ainda existe no Sistema Solar”, disse Christopher Russell, investigador principal responsável pela missão, da Universidade de Califórnia, EUA. “Esta região do espaço tem sido ignorada durante demasiado tempo. Até agora, as imagens recebidas revelam uma superfície complexa que parece ter preservado alguns dos primeiros acontecimentos na história de Vesta, e também mostra toda a devastação que sofreu depois.”
As imagens que existiam do asteróide, foram tiradas nos últimos dois séculos por telescópios terrestres e espaciais, e não tinham o grau de pormenor que as fotografias de Dawn vão dar.
Os cientistas estimam que Vesta tenha entrado em órbita neste sábado, dia 16 de Julho, às 6h00 de Lisboa, quando estava a 16.000 quilómetros de distância do asteróide. Durante as primeiras três semanas, a sonda vai continuar a aproximar-se do corpo. Ao longo dessa aproximação, Dawn vai verificar se Vesta tem luas, tirar mais fotografias para a navegação, observar propriedades físicas e vai obter informação de calibração.
A sonda partiu da Terra em 2007, durante o próximo ano ficará a dar voltas a Vesta para depois seguir em direcção a Ceres – o maior dos corpos da cintura de asteróides, que fica mais próximo de Júpiter. Ceres tem características interessantes que contrastam com Vesta, e que a Dawn vai investigar. A sonda deverá chegar lá em Fevereiro de 2015.
“Estamos a começar a estudar a superfície primordial mais velha que ainda existe no Sistema Solar”, disse Christopher Russell, investigador principal responsável pela missão, da Universidade de Califórnia, EUA. “Esta região do espaço tem sido ignorada durante demasiado tempo. Até agora, as imagens recebidas revelam uma superfície complexa que parece ter preservado alguns dos primeiros acontecimentos na história de Vesta, e também mostra toda a devastação que sofreu depois.”
As imagens que existiam do asteróide, foram tiradas nos últimos dois séculos por telescópios terrestres e espaciais, e não tinham o grau de pormenor que as fotografias de Dawn vão dar.
Os cientistas estimam que Vesta tenha entrado em órbita neste sábado, dia 16 de Julho, às 6h00 de Lisboa, quando estava a 16.000 quilómetros de distância do asteróide. Durante as primeiras três semanas, a sonda vai continuar a aproximar-se do corpo. Ao longo dessa aproximação, Dawn vai verificar se Vesta tem luas, tirar mais fotografias para a navegação, observar propriedades físicas e vai obter informação de calibração.
A sonda partiu da Terra em 2007, durante o próximo ano ficará a dar voltas a Vesta para depois seguir em direcção a Ceres – o maior dos corpos da cintura de asteróides, que fica mais próximo de Júpiter. Ceres tem características interessantes que contrastam com Vesta, e que a Dawn vai investigar. A sonda deverá chegar lá em Fevereiro de 2015.
terça-feira, julho 19, 2011
Os portugueses são um bocadinho trogloditas, diz a Ciência
Ancestralidade
Metade dos portugueses descende das mulheres de Altamira e Lascaux
por Marta F. Reis, Publicado em 19 de Julho de 2011
Estudos do genoma para conhecer os antepassados fazem dez anos. Também são procurados em Portugal
O complexo de grutas de Lascaux, em França, foi vital para os europeus
Parece um disparate, porém, depois de mais de uma hora a tentar perceber como é que qualquer coisa como uma dúzia de letras do nosso ADN (do total de 3 mil milhões) podem revelar o percurso dos nossos antepassados, a ideia até desperta algumas emoções. "Depois de saber que era descendente da avó Helena, fiz questão de ir a Lascaux", diz José Carlos Soares Machado.
O presidente da Associação Portuguesa de Genealogia (APG) fala das grutas francesas, recheadas de desenhos nas paredes. Ao referir-se a Helena, mergulha naquilo que foram os últimos dez anos de estudos genéticos sobre ancestralidade. Em 2001, o cientista de Oxford Bryan Sykes explicou num livro que era possível alargar as tradicionais árvores genealógicas ao início do Homo sapiens (na região da Etiópia, há 200 mil anos). O público gostou da ideia e os centros de investigação com especialistas em genética começaram a disponibilizar-se para fazer o trabalho. Em Portugal, o Instituto de Medicina Molecular de Lisboa já fez 200 perfis.
Expliquemos a história da avó Helena, caso queira incluir Lascaux nos destinos de férias. Metade dos europeus, e também dos portugueses, descenderão das mulheres que habitaram as quentinhas grutas do Sul europeu (Lascaux mas também Altamira em Espanha e Vila Nova de Foz Côa) durante a última glaciação, há 12 mil anos. Se a mulher que desencadeou toda esta vasta descendência se chamava de facto Helena não se sabe, e talvez seja pouco provável, mas o nome surge no livro de Sykes "As Sete Filhas de Eva", onde o investigador explica os diferentes perfis genéticos que descenderam da chamada "Eva mitocondrial", a primeira mulher que passou sequências de ADN às suas filhas através das mitocôndrias dos óvulos.
Das cerca de 30 linhagens maternas já descobertas pelos investigados nas populações mundiais, há duas que parecem ter habitados as grutas do Sul da Europa. Em termos genéticos, chama-se a estes grupos de descendência "haplogrupos" e pode dizer-se que a maioria dos portugueses, como os europeus, descende do H e do U (em Portugal são 41% e 17% respectivamente). Sykes, que queria tornar a história fácil para os leigos em ciência, disse que os portadores da marca genética H eram netos da avó Helena e explicou no seu livro como a senhora era adepta das pinturas rupestres. Resta dizer que entre os famosos netos de Helena se encontra a rainha Maria Antonieta, factóide a que talvez nunca chegasse se se dedicasse a construir a sua árvore genealógica.
Do lado do pai, Soares Machado tem um legado viquingue (bastante comum na Escandinávia), mas mais de metade dos portugueses (55%) descende também dos celtas, que por sua vez descendiam dos homens que chegaram à Europa vindos do Sul da Sibéria, actual Cazaquistão e Usbequistão, antes de se enfiarem nas grutas do Sul. A segunda ascendência mais comum é a dos descendentes das populações que não deixaram África na altura das primeiras migrações, há 80 mil anos (Paleolítico Médio). Estes clãs que se mantiveram pelo Corno de África enquanto a maioria se dedicava a colonizar a Península Arábica parece ter começado a ganhar diferenças genéticas há 53 mil anos. Em Portugal representam 14% das linhagens paternas, mas são um ascendente muito mais comum na região do Magrebe, onde representam 33% a 80% do fundo genético das populações.
Como se faz Maria do Carmo Fonseca, directora do Instituto de Medicina Molecular onde a spin-off GenoMed começou a fazer estes testes há três anos (a pedido da APG), ajuda a compreender a análise que permite conhecer os antepassados. A matéria-prima é o genoma humano, a sequência de ADN onde estão contidas todas as informações genéticas para as células funcionarem e o organismo cumprir as funções vitais. "À medida que o nosso conhecimento sobre o genoma humano tem evoluído percebemos cada vez mais como funciona e que informação podemos encontrar sobre o nosso passado, o nosso presente e eventualmente o nosso futuro", diz a investigadora Prémio Pessoa em 2010.
Os estudos mais comuns têm a ver com o diagnóstico ou a susceptibilidade a doenças - quando os investigadores procuram mutações ou genes já associados a patologias como o cancro ou a doença de Alzheimer. Mas cedo se percebeu que, além das instruções genéticas, inscritas em zonas que codificam proteínas, havia zonas do genoma que podiam querer dizer algo mais (as mesmas onde se procura informação sobre parentalidade ou maternidade). "O teste é o mesmo mas olhamos para zonas diferentes do ADN, a que chamamos silenciosas porque não codificam proteínas." Restava um problema: se recebemos informação genética do nosso pai e da nossa mãe, que se mistura, era preciso olhar para regiões que viessem inequivocamente de um ou de outra. A aposta recaiu assim no cromossoma Y (transmitido dos pais para os filhos) e no ADN mitocondrial (contido no óvulo da mãe).
O processo de identificação do haplogrupo acaba por parecer um jogo. Sobretudo desde que passou a haver grandes estudos genéticos para diferentes populações. Confrontando sequências de ADN (a forma como as letras que compõem o código genético estão dispostas), os cientistas acabaram por perceber que a simples troca de letras em posições específicas permite identificar a ancestralidade. Depois de terem a sequência de ADN, folhas onde as letras A, C, G e T se dispõem em partes, os investigadores verificam manualmente as posições utilizadas para definir cada grupo. Assim, imagine-se, se no marcador x (entre seis e nove que é necessário observar até chegar ao veredicto possível mediante o conhecimento actual) há um C em vez de um G, é possível dizer se a pessoa descende por via paterna dos mercadores fenícios que passaram pela Península Ibérica há 3 mil anos ou dos viquingues que invadiram a Escandinávia há 7 mil.
Para ver a ascendência materna repete--se a análise, e as letras, consoante o sítio, podem revelar pegadas históricas mais comuns, ligadas aos refúgios nas grutas francesas e espanholas, ou então (como só acontece com 5% dos portugueses), uma linhagem materna ligada a refúgios da mesma época no Nordeste da Itália. Neste caso, em vez de se partilhar a família alargada com Maria Antonieta poderá chamar primo afastado a Ötzi, o homem do gelo, uma das múmias mais antigas conhecidas, de um homem que terá vivido há 5300 anos.
Apesar de para já ainda não serem muitos os grupos conhecidos, a expectativa dos investigadores é continuarem a aumentar os subgrupos dentro de cada população. A GenoMed tem ainda uma parceria com um grupo de investigação de Santiago de Compostela que permite quantificar o grau de mistura: ou seja, com fundo paterno celta e linhagem materna fenícia, poderá perceber o que pesa mais no seu código genético. Um mapa-múndi com a divisão de populações por haplogrupos permite perceber que entre os nativos da Península Ibérica existe uma grande mistura, enquanto nos americanos e africanos se mantém maior homogeneidade.
Para Maria do Carmo Fonseca, os factos curiosos não se ficam por aqui. Um estudo publicado em 2003 conclui, por exemplo, que 0,5% da população mundial parece ser descendente do imperador mongol Gengiscão, ilustre famoso a quem é atribuído um dos subgrupos do haplogrupo C (dominante no Norte da Ásia). "Na região ocupada pelos mongóis há um padrão que parece tão frequente que, por ter sido datado de há mil anos, permite pensar que 8% dos homens locais descendem de Gengiscão. Ele não podia ter tido mais que umas dezenas de filhos, mas deviam ser tão tortos que dominavam os outros." Outra verificação que tem gerado polémica, assinada por Sykes, é que metade dos ingleses têm a mesma ascendência que alemães e dinamarqueses. E que não teriam sobrevivido ao frio glaciar sem os abrigos ibéricos.
sábado, julho 09, 2011
Ciência Viva no Verão 2011 - começaram as inscrições!
Ciência Viva no VerãoEdição de 2011 (15 de Julho a 15 de Setembro)Neste Verão leve a Ciência na bagagem. Visite o interior de uma barragem, siga os trilhos do lobo ibérico, desça a uma mina e fique a ver estrelas com os amigos e a família com a Ciência Viva no Verão. São milhares de actividades gratuitas em todo o país, sempre na companhia de especialistas. Uma iniciativa Ciência Viva, em colaboração com instituições científicas, museus, Centros Ciência Viva, associações, autarquias e empresas. Este ano, a Ciência vai também aos Castelos, com uma série de novas actividades científicas em castelos portugueses por todo o país.Poderá desde já consultar o programa de 2011. As inscrições nas actividades abrem dia 9 Julho.
Nestas férias, a Ciência vai consigo.
NOTA: este ano volta a haver Faróis e acrescentaram os Castelos, tendo mantido tudo o resto. Há muitas actividades interessantes (este ano vou fazer observações astronómicas como sócio da Ad Astra...!) e há outras que desapareceram (a Mina de Sal Gema de Loulé não tem Geologia no Verão este ano...). Aqui ficam os links, com a promessa de sugerir-mos mais tarde algumas actividades:
segunda-feira, julho 04, 2011
Há 957 anos surgiu uma Supernova na constelação do Caranguejo
Quando a morte é bela e explosiva
A supernova de 1054 registada pelos primeiros índios norte americanos
Deixo, aqui, a minha crónica semanal no jornal i.
Se na crónica da semana passada viajámos até ao futuro, convido-o hoje a imaginar precisamente este 4 de Julho mas do ano de 1054. Na distante China, os astrólogos do Palácio Real dedicavam-se ao estudo do rendilhado mapa de constelações na tentativa de desvendar os insondáveis destinos da nação. Nada de "biscoitos da sorte" ou cartas astrológicas personalizadas, não, que a astrologia chinesa era apenas voltada para futuros colectivos. E, repita-se, rendilhada: enquanto no Ocidente se contavam 88 constelações, a China encontrou 283 padrões criativos nos céus! Nesse 4 de Julho assistiram a um dos maiores espectáculos celestes de todos os tempos: na constelação do Touro, um portentoso ponto brilhante no céu, que rivalizou em brilho com o Sol e a Lua, denunciava o início do término da vida de uma estrela de enorme massa. Os astrólogos chineses registaram com temor e admiração esse evento e os primeiros índios da América do Norte registaram também, nas rochas, o fenómeno. Curiosamente, na Europa da Idade Média não se encontra uma única nota, um único desenho. Durante 23 dias, esse marco foi visível à luz do dia. Por mais de dois anos foi uma forte lanterna da abóbada celeste nocturna. Hoje, 957 anos depois e naquele local, uma enorme miscelânea de filamentos gasosos coloridos transformou um fim num cenário glorioso e belo - a Nebulosa do Caranguejo. A morte, no cosmos, não é necessariamente feia e triste!
in De Rerum Natura - post de