GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

quinta-feira, novembro 30, 2006

O novo Laboratório Nacional de Geologia

Em artigo publicado na revista on-line Ciência Hoje, por Luís Rodrigues Costa, fala-se novamente da importância da Geologia e do papel de Entidade que substitua, efectivamente, os extintos Serviços Geológicos/IGM. Aqui fica o artigo:

Que visão para a componente geológica do LNEG?
Opinião - 2006-11-27
Por Luís Rodrigues Costa

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, pode sempre recomeçar agora e atingir um novo fim. S. Francisco Xavier

Há umas semanas atrás, na sequência das recentes decisões governamentais sobre a reforma dos Laboratórios de Estado, publicou Fernando Santana um artigo de opinião sobre o Serviço Geológico nacional e as opções adoptadas pelo Governo relativamente a este serviço público fundamental. Julgo não me enganar se afirmar que as suas considerações sobre a importância de um Serviço Geológico podem ser subscritas pela generalidade da comunidade das geociências e tem o mérito de tornar pública a sua reflexão. Como não se têm verificado muitas tomadas de posição públicas sobre este tema julgo que esta iniciativa deve ser sublinhada e aplaudida, ainda que os argumentos dêem um grande relevo à comparação com outros países e ao passado da organização. Ora uma instituição não deve existir somente porque tem um passado, por muito digno e relevante que seja, mas sim porque tem um futuro e é sobre este que gostaria de reflectir um pouco.

Como bem sublinhou o Grupo Internacional de Trabalho (GIT) no relatório que elaborou na sequência da RCM 198/2005, a extinção do IGM foi um erro e, posso mesmo acrescentar, as suas premissas foram um embuste, pois a decisão estava tomada desde o momento inicial do trabalho realizado pelo consultor externo cuja recomendação deu suporte à decisão política da sua extinção. Mas também isto é passado e em algum momento do futuro este processo será avaliado por alguém com o distanciamento necessário e a qualificação apropriada à atribuição das responsabilidades e das suas consequências para a sociedade portuguesa.

Estamos agora confrontados com a necessidade de construir um futuro no qual a sua principal instituição pública na área das geociências, em estreita articulação com outras, possa emprestar um contributo à sociedade à medida do seu potencial efectivo. E é chegado o momento em que, para além das afirmações genéricas sobre a utilidade das geociências, quer no plano da ciência fundamental, quer no plano da ciência aplicada, se pode e deve traduzir este contributo.

A fórmula orgânica encontrada pelo Governo foi a da criação de um Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), discutível, é certo, mas uma possível entre outras, tendo havido o cuidado e a precaução de assegurar a autonomia científica e técnica de ambas as componentes e sublinhando a necessidade da componente geológica se dever estruturar de acordo com as melhores práticas europeias. Talvez se pudesse ter acrescentado “e adequadas à dimensão e aos problemas do País”.

Julgo ser de sublinhar a designação adoptada, pois ao optar pelo termo “laboratório nacional”, a marca registada dos laboratórios de Estado na sua fase inicial, a leitura implícita que proporciona é a de que o Governo reconhece este tipo de estrutura como elemento do Sistema de Ciência e Tecnologia. Certamente num novo contexto (os Laboratórios de Estado já só representam cerca de 19% dos efectivos de investigação em Portugal e 17% da despesa) em que o número de actores aumentou imenso e se diversificou.

Este novo contexto é uma realidade com a qual os LE terão que conviver naturalmente e afirmar-se como elementos indispensáveis do sistema, quer adequando o seus modelos organizacionais (passam a institutos públicos e flexibilizam estruturas), quer ajustando a suas missões e a sua acção. Para tal deverão funcionar como centros de competência de áreas específicas do conhecimento, essencial às sociedades em que se integram, actuando em rede com os outros actores do sistema e, “last but not the least”, com o tecido económico.

A anunciada intenção de celebração de contratos-programa parece-me poder corresponder a uma fórmula adequada à mobilização dos seus recursos e ao melhor aproveitamento das sinergias das suas múltiplas valências internas e da complementaridade com os outros actores. Também o modelo de formulação destes contratos-programa, seguramente em diálogo e articulação com a envolvente externa e cortando com a tradicional prática endogâmica da elaboração dos planos de actividade, constitui uma condição favorável à sua abertura aos relevantes problemas actuais da sociedade com incidência geológica.

É merecedor de referência, como passo no sentido de uma sociedade que valorize o mérito e a seguir à já adquirida cultura de avaliação, o novo modelo de escolha dos dirigentes. Deixaremos, assim, de ouvir nas cerimónias de posse a habitual passagem “eu até nem queria, mas pediram-me para fazer este sacrifício ...”. Só será dirigente quem assumir uma postura proactiva nesse sentido e será importante que na selecção se valorize não só o currículo mas igualmente a visão para a instituição do pretendente que se submete a concurso. Nestas condições todo o processo ganha maior transparência, pois o pretendente deverá enunciar previamente as suas ideias para a instituição, o que possibilitará o posterior juízo de avaliação.

Feitas estas considerações de carácter genérico, julgo que vale a pena reflectir um pouco sobre o que deverá ser este novo instituto, pois não deixa de ser estranho que apesar do convite público para este debate tão pouco (ou tão poucos) tenha saída a terreiro.

Mas então qual deve ser a agenda geológica do LNEG?

Seria estulto da minha parte tentar dar um resposta completa a uma questão de tão vasto âmbito, contudo penso ser possível alinhar alguns elementos e reflexões que informem uma visão da Geologia ao Serviço da Sociedade, da Economia e da Inovação, assente em três pilares: os recursos, os riscos e a geo-informação. Analisemos, sucintamente, cada um deles.

O aproveitamento do subsolo e dos recursos minerais: a economia dos georrecursos.
Desde a sua fundação a missão de qualquer Serviço Geológico foi a de conhecer o território, por vezes elevada a função essencial da soberania do Estado, ou seja conhecer os seus recursos e os processos que nele se desenvolvem, em consequência da importância crescente da 3ª dimensão territorial, o subsolo.

Nesta óptica podemos identificar duas funções básicas (2) . A função-fonte, correspondendo ao fornecimento de matérias-primas para a produção de bens e serviços, neles incluídos os serviços ambientais, e a função-sumidouro como meio receptor de resíduos – por assimilação ou acumulação – provenientes da produção e consumo. Podemos fundir estas duas funções num mesmo conceito e designar por georrecurso (3) qualquer porção do solo ou subsolo com uma destas funções.

O stock de georrecursos pode diminuir por deplecção (caso dos recursos não renováveis) ou por degradação (os resíduos ou efeitos dos processos de consumo e produção de bens e serviços). Constata-se que hoje em dia, as preocupações da sociedade (e dos decisores políticos) relativamente aos recursos evoluiu da deplecção para a degradação (4) , traduzida na acepção corrente da qualidade ambiental.

Uma característica importante de qualquer georrecurso é a possibilidade de gerar um benefício económico ou social no seu aproveitamento. A economia tradicional somente trata a função-fonte, cujos produtos são colocados no mercado a preços que reflectem unicamente os custos “internos” da sua produção. Os georrecursos que desempenham uma função-sumidouro assumem, quase sempre, as características de bens dɥ acesso livre, sendo o seu custo uma externalidade, ausente ou insuficientemente englobada no preço dos bens e serviços, não reflectindo adequadamente o seu custo social (custo interno mais externalidade).

Esta distinção irá, seguramente, alterar-se no futuro, em consequência da tendência para a internalização nos custos de produção das externalidades, através do estabelecimento de taxas ambientais (5). Um “novo” Serviço Geológico terá necessariamente que lidar adequadamente com esta nova realidade. Vejamos alguns dos problemas que se colocam.

Com evidente interface com as questões energéticas teremos como possíveis áreas de intervenção a identificação de locais com características adequadas à armazenagem subterrânea de combustíveis e outras substâncias perigosas (de que são exemplo a armazenagem de gás natural no Carriço) e a investigação e identificação de estruturas e ambientes geológicos adequados ao sequestro do carbono (tenha-se presente a possibilidade de instalação de 2 novas centrais térmicas em Sines, segundo um conceito de carvão limpo, uma tecnologia que pode ter um profundo impacto na evolução do nosso sistema energético).

Também a caracterização neotectónica do território, com a necessidade de identificação das falhas activas, magnitude possível dos sismos provocadas pela sua actividade e respectivo período de recorrência, é uma área de previsível importância para informação de eventual opção nuclear, acrescida da necessidade de definir opções sobre a gestão dos resíduos de alto nível de actividade, ou a simples definição de um repositório de resíduos radioactivos de baixo nível de actividade que o País sempre produzirá (porque não estudar a possibilidade da utilização de uma mina subterrânea de urânio para esta finalidade?), mesmo que este não venha a instalar centrais nucleares.

No domínio dos recursos energéticos parece hoje consensual que abertura da plataforma profunda à prospecção de hidrocarbonetos cria a expectativa de um novo ciclo de razoável duração temporal (10-15 anos) para o qual é importante que a administração esteja dotada da capacidade técnica de acompanhamento, processamento de dados e investigação geológica das bacias sedimentares, que permita a exploração dos dados obtidos pelas empresas, em profunda articulação com os trabalhos de delimitação da plataforma continental, oportunidade única de alargamento dos limites da nossa soberania e aumento da nossa importância geostratégica naȠárea atlântica.

Também a caracterização do potencial em hidratos de metano desta área pode revestir uma grande importância futura se e quando estiver disponível tecnologia para o seu aproveitamento, sem esquecer a imediata possibilidade do aproveitamento das areias e cascalhos do mar territorial, uma perspectiva que se poderá concretizar no curto prazo.


Ainda com interface geologia-energia continuo a preconizar o interesse estratégico da bacia do Baixo Tejo , quer numa perspectiva do caracterização dos seus recursos geotérmicos, quer numa perspectiva de reserva de água potável.

No plano dos recursos minerais tradicionais a recente subida da cotação da generalidade dos metais vem realçar, para quem dúvidas tivesse, a importância da Faixa Piritosa e a possibilidade de novas descobertas de classe mundial. Existe uma proposta concreta, com plena aceitação e empenho das autoridades regionais, da criação de um centro de estudos geológicos e mineiros no Alentejo, que poderá funcionar em cooperação com os operadores das minas de Neves-Corvo e Aljustrel, segundo um modelo que tem sido seguido em outros locais em que ocorrem importantes jazigos minerais.

A sua estrutura de gestão deverá envolver as empresas mineiras da Faixa Piritosa, o LNEG e outras instâncias da região, estando o centro respaldado pelo conjunto das competências detidas pelo LNEG e beneficiando das suas relações internacionais. Claro que um centro deste tipo poderá actuar em outros domínios de interesse para a região, como são, por exemplo, os recursos hidrogeológicos e a sua monitorização ou valorização do vastíssimo património geológico e de arqueologia mineira, sem esquecer o sector tradicional que explora e valoriza os minerais e rochas industriais (com destaque especial para as rochas ornamentais), constituído na sua maioria por PMEs de tecnologia dependente, enfrenta desafios de competitividade cuja assunção muito poderá beneficiar de “know how” científico e tecnológico que tem sido desenvolvido nos LE e que, no caso vertente, está primordialmente centrado em serviços que integrarão o futuro LNEG.

Uma outra área de actuação relevante é a do ordenamento do território, prosseguindo a produção de cartografia de ordenamento, que abrange a ocorrência dos recursos minerais, os riscos geológicos, a identificação das áreas geologicamente favoráveis à implantação de equipamentos colectivos, como depósitos de resíduos e outras infra-estruturas colectivas, entre outros, e definindo perímetros de protecção a aquíferos e outros recursos geológicos.

Esta actividade pode e deve ser realizada em íntima cooperação com a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), entidade nuclear de assessoria governamental na política de gestão dos recursos minerais, com financiamento proveniente das receitas de prémios e encargos de exploração cobrados e seguidamente consignados a esta actividade mediante protocolo celebrado entre a DGEG e o LNEG e traduzidos em planos plurianuais de actividade que possibilitem a avaliação dos resultados obtidos e a correcta utilização dos recursos financeiros disponibilizados. Teriamos, assim, a possibilidade de realizar uma avaliação da competitividade do território suportada nos georrecursos.

A aplicação do conhecimento geocientífico numa sociedade tecnológica

Os riscos naturais estão hoje em dia identificados como uma área de actuação das geociências e da aplicação do conhecimento geocientífico. A estes haverá que acrescentar os riscos tecnológicos próprios de uma sociedade avançada. Estas circunstâncias impõem a crescente necessidade de monitorização de sistemas naturais e tecnológicos, seja sob a forma de controlo de parâmetros críticos, vigilância ou mesmo a actuação em situações de emergência.

Na primeira linha deste tipo de actuação está o vasto leque de actividades ligadas à Mudança Global, em cujo estudo e monitorização as geociências têm um contributo essencial a dar. As instituições que precederam o LNEG adquiriram uma ampla experiência na monitorização de aquíferos bem como no controlo de qualidade das águas minerais e de nascente, a qual deve manter-se. Sabe-se como a problemática da vigilância radioactiva tem hoje uma grande importância e o País tem responsabilidades, assumidas no âmbito de acordos internacionais que subscreveu, que não pode aligeirar sem o risco de sermos periodicamente sujeitos a inspecções internacionais que venham sublinhar essas insuficiências e reclamar a sua superação ou ameaçando mesmo procedimentos contenciosos em instâncias internacionais.

Neste âmbito se enquadram actividades de vigilância radioactiva do território, com particular realce para as minas de urânio, uma vez terminada a sua reabilitação e expirado o prazo da respectiva concessão. Mas também as inúmeras estruturas de deposição de resíduos que foram instaladas nos últimos anos vão necessitar de uma vigilância regular e neste domínio o conjunto de competências geológicas, geoquímicas, geofísicas e laboratoriais posicionam o LNEG como agente particularmente bem qualificado para o diagnóstico de situações merecedoras de intervenção e de acompanhamento mais fino ou mesmo de acções correctivas.
A importante função de “data provider”

Uma função tradicional de qualquer serviço geológico é a de ser o grande depositário de dados e informação geológica, quer a resultante de trabalhos próprios, quer do trabalho de terceiros. O desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicações (TIC) teve um grande impacto neste domínio, criando responsabilidades acrescidas no que se refere ao suporte (necessidade de migração maciça para o digital) e à forma como é disponibilizada (em vez de modelos padronizados, pouco flexíveis e geralmente somente utilizáveis por pessoas devidamente qualificadas, passou a ser possível disponibilizar uma grande variedade de produtos, mais orientada para as necessidades específicas do utilizador e, por isso, não tão exigente relativamente à qualificação necessária para o seu aproveitamento útil).

Esta alteração possibilitou uma segmentação do tipo de informação que podemos, de um modo simplificado, agrupar em informação para a cidadania, disponível livremente para qualquer cidadão interessado, informação para o desenvolvimento, disponível como bem público de interesse geral (BEIG), a preços marginais, e informação de valor acrescentado, disponibilizada a custo completo.
Esta linha de desenvolɶimento, visto inicialmente como uma possível e importante fonte de financiamento da generalidade dos “surveys”, parece ter ficado aquém das expectativas, aliás como muitas outras coisas da economia digital.

Contudo, não me parece que seja tarefa endossável a qualquer outra instituição e um Serviço Geológico terá que assumir sempre a sua missão de depositário desta informação, prosseguindo incessantemente, por ensaio e erro, até encontrar a fórmula adequada de potenciar este importantíssimo património e torná-lo socialmente útil e aplicável.

Está criada uma expectativa e também uma esperança que esta reforma possa traduzir-se numa alteração da situação de profunda crise destes últimos anos. Ela fará, sem dúvida, uma chamada ao entusiasmo e às capacidades dos que nela estiverem efectivamente empenhados. Passada esta próxima fase de instalação e relançamento porque não aproveitar 2008, Ano Internacional da Terra, e da passagem do 160º aniversário da criação da Comissão Geológica, para um ano de projecção e promoção do novo instituto na sociedade portuguesa? Para todos os que se empenharem nesta tarefa os meus sinceros votos das maiores felicidades!

(2) European Commission – DG Environment (2002), “Analysis of Selected Concepts on Resource Management” (3) Proposta do autor para Georrecurso: qualquer porção do subsolo susceptível de gerar um benefício económico. (4) Não deixa de ser curioso que os recursos-fonte em maior risco de exaustão sejam, hoje em dia, os renováveis, como as pescas, as florestas e os recursos hídricos. (5) Pensemos na institucionalização recente, na União Europeia, da taxa de emissão de CO2 e no estabelecimento do comércio de emissões de carbono. Também o Reino Unido estabeleceu uma taxa ambiental sobre granulados (1,6 £/t, aproximadamente 2,5 €/t) a qual reflecte, de acordo com os seus mentores, o valor das externalidades da produção deste tipo de materiais. Refira-se, como exemplo, que uma taxa destas teria como consequência tornar competitiva para o abastecimento à região de Lisboa os resíduos de exploração existentes nas escombreiras da Zona dos Mármores.

in Ciência Hoje - artigo on-line aqui

Conferências de Espeleologia do NEL


A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, que será feita por elementos do NEC (Núcleo de Espeleologia de Condeixa) será em 7 de Dezembro de 2006 (5ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.



Picos da Europa e México
Exploração das Grandes Verticais

A não faltar...

PS - As próximas sessões são à 6ª-feira, em 15.12.2006 (não sei o tema e conferencistas) e 22.12.2006 ("Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra", a cargo do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul).

domingo, novembro 26, 2006

Morreu Mário Cesariny ...


Mário Cesariny de Vasconcelos (Lisboa, 9 de Agosto de 1923 — Lisboa, 26 de Novembro de 2006) foi um pintor e poeta, considerado o principal representante do surrealismo português.

Para conhecerem este grande homem, sugere-se o artigo na Wikipédia - clicar aqui. Aqui fica um seu poema, para quem desconhece o autor...


lembra-te

Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos

sábado, novembro 25, 2006

Comemorações da SCT - IX

Dado o mau tempo, optámos por substituir a ida à Gesseira de Souto da Carpalhosa por uma ida à Nascente do Rio Lis, nas Fontes. Participaram cerca de 25 pessoas nesta actividade...!












Nota: as duas últimas fotos são da autoria da nossa colega de Escola Ana Rola...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Comemorações da SCT - VIII



Homem




Inútil definir este animal aflito.

Nem palavras,

nem cinzéis,

nem acordes,

nem pincéis

são gargantas deste grito.

Universo em expansão.

Pincelada de zarcão

desde mais infinito a menos infinito.



in Movimento Perpétuo (1956)





Impressão digital



Os meus olhos são uns olhos,

E é com esses olhos uns

que eu vejo no mundo escolhos

onde outros, com outros olhos,

não vêem escolhos nenhuns.



Quem diz escolhos diz flores.

De tudo o mesmo se diz.

Onde uns vêem luto e dores

uns outros descobrem cores

do mais formoso matiz.



Nas ruas ou nas estradas

onde passa tanta gente,

uns vêem pedras pisadas,

mas outros, gnomos e fadas

num halo resplandecente.



Inutíl seguir vizinhos,

querer ser depois ou ser antes.

Cada um é seus caminhos.

Onde Sancho vê moinhos

D. Quixote vê gigantes.



Vê moinhos? São moinhos.

Vê gigantes? São gigantes.



in Movimento Perpétuo (1956)

Adiamento de Conferência NEL

Recebemos do NEL a seguinte informação:


CONFERÊNCIA DE HOJE (24 DE NOVEMBRO) ADIADA PARA 30 DE NOVEMBRO (SEXTA-FEIRA)

Devido à intempérie que se faz sentir um pouco por todo o país, não foi possível ao Núcleo de Espeleologia da Costa Azul deslocar-se a Leiria. No entanto o evento foi adiado para dia 30 de Novembro (próxima Sexta-feira), à mesma hora.

Lamentamos qualquer incómodo, mas só agora foi possível confirmar a impossibilidade da deslocação dos intervenientes.


A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, será então feita pelo Francisco Rasteiro do NECA (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) em 30 de Novembro de 2006 (5ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.

Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra

A não faltar...

NOTA: foi novamente adiada - ver texto posterior...

Comemoração da SCT - VIII



Rómulo Vasco da Gama de Carvalho/António Gedeão
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)

Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal. Responsável por uma certa atmosfera literária que se vivia em sua casa, é ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras. Desta forma Rómulo toma contacto com os mestres - Camões, Eça, Camilo e Cesário Verde, o preferido - e conhece As Mil e Uma Noites, obra que viria a considerar uma da suas bíblias.

Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Fisico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.

Começando por estagiar no liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do liceu Pedro Nunes.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusivé, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.

A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.

Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.

Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto,após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.

Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.

Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.

in http://www.citi.pt/

Caricatura in Blog Desenhos do Rui

Tributo a Freddie Mercury

Farrokh Bulsara, com o nome artístico de Freddie Mercury (Zanzibar, 5 de Setembro de 1946Londres, 24 de Novembro de 1991) foi o vocalista e líder da banda de rock britânica Queen. in Wikipédia (artigo completo AQUI)

Faz hoje 15 anos que Freddie nos deixou... Filho de pais indianos de etnia parsi (eram basicamente persas/iranianos da antiga religião monoteísta do Zoroastrismo) era portanto um cidadão do mundo, ansioso por viver e dar e receber tudo o que pudesse ao Mundo. Bissexual, acabou por contrair SIDA e morrer desta doença, tendo no dia anterior à sua morte admitido a sua situação terminal.

Animal de palco, único e raro, a sua actuação no Live Aid 85 foi para mim um dos melhores momentos de sempre de música ao vivo...

Aqui fica um vídeo, da YouTube, para recordar aquele que nunca morrerá enquanto for recordado...





quinta-feira, novembro 23, 2006

Artigo publicado na revista e.Ciência


Sai um artigo meu, sobre a Semana da Ciência e Tecnologia, na revista electrónica e.Ciência n.º 114, de 23.11.2006, do grupo Cienciapt.NET. Intitulado "Semana da Ciência e Tecnologia - origem, passado, presente e futuro", fala em 3 pequenas páginas (25, 26 e 27), de Gedeão/Rómulo de Carvalho, da origem da Semana da Ciência e Tecnologia, das actividades que se fazem (fizeram/farão) nestas comemorações e de coisas que eu tenho feito para recordar António Gedeão.

Ainda na mesma revista, na página 35, é feita uma pequena súmula das actividades do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus, em que eu estou envolvido, nomeadamente as Comemorações on-line da Semana da Ciência e Tecnologia, a Formação sobre Blogues (feita ontem) e a ida à Gesseira de Souto da Carpalhosa, no sábado.

Leiam, que vão gostar...

Para ler, clicar aqui neste LINK.

Comemoração da SCT - VII

Utilização de Blogues como ferramenta de trabalho em Contexto Escolar





Decorreu ontem, dia 22.11.2006, das 14.15 às 16.15 horas, na Sala da Internet da Escola Correia Mateus, a mini-formação sobre Blogues que tinhamos previsto realizar.

Com a presença de 24 pessoas (um bocadinho exagerado o número, mas o interesse da malta era tanto que...) decorreu com alguns sobressaltos iniciais (o videoprojector dava uma imagem pequena e o portátil de substituição crashou...).

No entanto toda a gente saiu dali a saber fazer um blogue e a modificá-lo, embora precisasse de mais uma hora para os pormenores que qualquer blogger gosta de aprender (os pormenores que podem tornar único um determinado Blogue...).

Agradecemos à Organização (Equipa TIC e Departamento de Ciências Físicas e Naturais da da Escola Correia Mateus e ainda o Blogues GeoLeiria e Geopedrados), bem como aos professores Alfredo Alves, à Benilde Santos (professora de TIC da Escola), ao António do Directivo (e a toda a Comissão Executiva), ao José Pinto, ao Jorge Ventura, ao Júlio Redondo, à Madalena Gouveia, ao Gil Campos, ao ZéTó, ao Paulo Kellerman da Secretaria e ainda aos colegas participantes, por me aturarem duas horas...

Se houver interessados, a Formação será novamente feita, em moldes similiares a este ou, com número mais reduzido de professores, num eventual Nível II, mais complicado...

Página que serviu de suporte à Acção:
http://blogues.correiamateus.googlepages.com/home

NOTA - as páginas - e seus anexos - continuarão activas e serão regularmente actualizadas, bem como Blog da Escola, que serviu de modelo para a apresentação, será em breve apresentado à Comunidade Escolar

E agora, aqui ficam as fotos do evento, feitas por António Oliveira - da Comissão Executiva da Escola:




quarta-feira, novembro 22, 2006

4ª Conferência do NEL

A quarta sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, que será feita pelo Francisco Rasteiro do NECA (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) será em 24 de Novembro de 2006 (6ª-feira), às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria.


Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra

A não faltar...

PS - Espero que a organização não se esqueça de pedir que traga, para venda, os CD, DVD e livros excelentes que o NECA tem...

Comemoração da SCT - VI


Poema da auto-estrada

Voando vai para a praia
Leonor na estrada preta
Vai na brasa de lambreta.

Leva calções de pirata,
Vermelho de alizarina,
modelando a coxa fina
de impaciente nervura.
Como guache lustroso,
amarelo de indantreno
blusinha de terileno
desfraldada na cintura.

Fuge, fuge, Leonoreta.
Vai na brasa, de lambreta.
Agarrada ao companheiro
na volúpia da escapada
pincha no banco traseiro
em cada volta da estrada.
Grita de medo fingido,
que o receio não é com ela,
mas por amor e cautela
abraça-o pela cintura.
Vai ditosa, e bem segura.

Como um rasgão na paisagem
corta a lambreta afiada,
engole as bermas da estrada
e a rumorosa folhagem.
Urrando, estremece a terra,
bramir de rinoceronte,
enfia pelo horizonte
como um punhal que se enterra.
Tudo foge à sua volta,
o céu, as núvens, as casas,
e com os bramidos que solta
lembra um demónio com asas.

Na confusão dos sentidos
já nem percebe, Leonor,
se o que lhe chega aos ouvidos
são ecos de amor perdidos
se os rugidos do motor.

Fuge, fuge, Leonoreta.
Vai na brasa, de lambreta.



Descalça vai para a fonte


Descalça vai para a fonte

Lianor pela verdura;

Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,

O testo nas mãos de prata,

Cinta de fina escarlata,

Sainho de chamelote;

Traz a vasquinha de cote,

Mais branca que a neve pura.

Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,

Cabelos de ouro entrançado

Fita de cor de encarnado,

Tão linda que o mundo espanta.

Chove nela graça tanta,

Que dá graça à fermosura.

Vai fermosa e não segura.

Luís de Camões

terça-feira, novembro 21, 2006

Comemoração da SCT - V


Recebemos este poema de uma nossa leitora, a Madalena, de 9 anos, autora do Blog Pomarão. É uma honra pudermos publicar a sua homenagem a Rómulo de Carvalho:

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho

Tem seu pseudónimo
António Gedeão
Nome engraçado
Pois termina em ão!

Poesia escreveu
Com palavras rimou
Algumas profissões escolheu
Um rumo tomou.

Pedra Filosofal
Lágrima de Preta
Seus mais conhecidos poemas
Bonitos de encantar
Muitos o leram
Como ele quiseram rimar.

Investigações fez
Deu-as a Portugal
Nobre país
Sua terra natal.

Importante foi
Rómulo de Carvalho
Em sua honra vamos ler
Estes versos
Em seu centenário.

Comemoração da SCT - IV


Po
ema do coração

Eu queria que o Amor estivesse realmente no coração,

e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no coração.
Então poderia dizer-vos:
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".

Mas o meu coração é como o dos compêndios.
Tem duas válvulas (a tricúspida e a mitral)
e os seus compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos).
O sangue ao circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.

Por vezes acontece

ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados,
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz dos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.
Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e ateia os incêndios,

é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.

Então, meninos!

Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?

segunda-feira, novembro 20, 2006

3ª Conferência do NEL - fotos e considerações


Antes de mais, há que dar os parabéns à malta do NEL, que tem feito umas Conferências excelentes (eles e, naturalmente, os convidados...). Depois é de salientar a assistência, muito vasta e com muitas questões (até o Olímpio Martins, que reclamava pertencer à 3ª Idade, dava bastante luta nas questões finais...). Finalmente fiquei muito surpreendido por ter finalmente conhecido a "Profundezas", colega amiga até agora anónima da Internet e que eu pensava ser um moçatão daqueles que não passa nalguns buracos e afinal é capaz de caber em qualquer sítio daqueles que o NEL quer levar à força de pólvora...


Foi ainda com alguma mágua que percebi que os moços da conferência não iam mostrar as medalhas que tinham ganho em Sevilha - então nós aqui a gabar-mos a façanha (até a publicámos, com foto e tudo...) e depois, nada... Francamente...!

Só fiquei com dúvidas sobre as próximas sessões - eu quero mesmo assistir à conferência do NECA - o Rasteiro deve trazer uma apresentação interessante e espero que traga material para vender, pois os livros e CD's deles são de cair para o lado...

E agora mais fotos:




3ª Conferência NEL - III




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3ª Conferência NEL - II




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3ª Conferência NEL




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Comemoração da SCT - III



A Catedral de Burgos


A catedral de Burgos tem trinta metros de altura
e as pupilas dos meus olhos dois milímetros de abertura.

Olha a catedral de Burgos com trinta metros de altura!