GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Erupção no Japão

Japão
Vulcão obriga à evacuação de mais de mil pessoas

Vulcão Shinmoedake

As autoridades japonesas já recomendaram a evacuação de 500 casas próximas ao vulcão Shinmoedake, no sudoeste do país, desde que este entrou em erupção, na passada quinta-feira.

As autoridades japonesas já recomendaram a evacuação de 500 casas próximas ao vulcão Shinmoedake, no sudoeste do país, desde que este entrou em erupção, na passada quinta-feira.

A medida afecta mais de 1000 habitantes da localidade de Takaharu e é considerada urgente, dado que Observatório Meteorológico regional registou um aumento do nível de lava na área da cratera do vulcão, a cerca de 1400 metros de altitude.

Esta é a primeira vez em 50 anos que o Shinmoedake entra em erupção e há cerca de 200 que não expulsava magma.

in CM - ler notícia

sábado, janeiro 29, 2011

Revista de Gestão Costeira Integrada

Recebido por e-mail, para divulgação:

Foi recentemente publicado na forma de “e-journal” o número 4 (Dezembro) do volume 10 da Revista de Gestão Costeira Integrada / Journal of Integrated Coastal Zone Management (http://www.aprh.pt/rgci/).

 Este número pode ser acedido no endereço http://www.aprh.pt/rgci/revista10f4.html e integra os seguintes artigos:

• Estudo do Galgamento de Estruturas Marítimas utilizando um Modelo Numérico baseado na Teoria da Onda em Condições de Água pouco Profunda / Numerical Modelling of Wave Overtopping of Maritime Structures using a NLSW Equation Model - Maria Teresa Reis, Maria da Graça Neves.

• Avaliação de Impactos Ambientais no Meio Físico decorrentes de Obras de Engenharia Costeira - Uma Proposta Metodológica / Assessment of Environmental Impacts on the Physical Environment due to Coastal Engineering Works - A Proposed Methodology - Alessandro Farinaccio, Moysés Gonzalez Tessler.

• Modelação da Interacção entre uma Onda e uma Estrutura de Protecção Costeira usando um Modelo Numérico SPH – Smoothed Particles Hydrodynamics / Study of Wave Interaction with Coastal Structures using a SPH Numerical Model - Eric Didier, Maria da Graça Neves.

• A Contribuição do Escoamento Superficial e da Drenagem de Águas Pluviais para os Processos Erosivos no Litoral de Olinda, Pernambuco, Brasil / The Contribution of the Surface Runoff and the Pluvial Water Draining for the Erosive Processes in the Coast of Olinda, Pernambuco, Brasil - Luis A. de Gois, Niédja M. G. A. e Oliveira.

• Aplicação ao Porto de Sines (Portugal) de uma nova Metodologia de Avaliação do Risco para a Navegação Portuária utilizando o Sistema de Informação Geográfica Guiomar / Application to the Port of Sines (Portugal) of a new Tool for Risk Assessment in Port Navigation using the GIS Guiomar System - Diogo Ruben Neves, Sara Rodrigues, Maria Teresa Reis, Conceição Juana Fortes, João Alfredo Santos.

• Subsídios para a Gestão e o Aproveitamento do Espaço Costeiro na Península de Itapagipe,Salvador, Bahia, Brasil / Subsidies for the Management and Development of Coastal Areas on the Itapagipe Peninsula - Salvador, Bahia, Brasil - Iracema Reimão Silva, Maria Helena Ochi Flexor, Sergio Nascimento, José Rodrigues de Souza Filho, Sergio Pinheiro de Santana Neto, Jamille Evangelista Alves.

• Uso de Técnicas de Geoprocessamento para a Análise da Evolução da Linha de Costa em Ambientes Litorâneos dp Estado do Ceará, Brasil / Use of Geoprocessing Techniques for Analysis of the Coast Line Evolution of Ceará State, Brazil - Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Luís Parente Maia.

• Geomorfologia de uma área com alta sensibilidade ambiental na Bacia Potiguar (NE do Brasil) / Geomorfology of a High Sensitive Area on Potiguar Basin (NE Brazil) - Dalton Rosemberg Valentim da Silva, Venerando Eustáquio Amaro, Michael Vandesteen Silva Souto, Miriam Cunha do Nascimento, Bruno Rafael de Barros Pereira.

• Capacitação e Mobilização: a Perspectiva da Participação Cidadã no Plano Diretor de Balneário Camboriú (SC), Brasil / Capacity Building and Mobilization: a Citizens’ Participation Perspective on The Master Plan of Balneário Camboriú (SC), Brasil - Sérgio Moraes, Renato Saboya, Stavros Abib, Maria José Reis

• Avaliação das Formas de Fósforo nos Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental do Rio Amazonas / Evaluation Forms of Phosphorus in Surface Sediments of the Continental Shelf of the Amazon River - Maria de Lourdes Souza Santos, André Luis de Lima Saraiva, Ismaily Bastos Delfino, Leny da Conceição Antunes, Rosa Maria Matos Batista, Igor Charles Castor Alves.

• Recensão Crítica / Book Review: Recuperação de Praias e Dunas, de Karl. F. Nordstrom. Tradução do Original Beach and dune restoration - Dieter Muehe
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Call for Papers sobre "Morfodinâmica Estuarina e Costeira"

Está aberto um “call for papers” no âmbito do tema "Morfodinâmica Estuarina e Costeira" (http://www.aprh.pt/rgci/callforpapers_mec.html) Pretende-se agregar um conjunto de artigos que abordem diversos aspectos relacionados com este tema que abordem, entre outros, os seguintes aspectos:

* Morfodinâmica e gestão das zonas costeiras (praias, embocaduras e estuários);
* Metodologias de estudo: modelação, experimentação e detecção remota;
* Análise de processos físicos e sua interacção com processos químicos e biológicos;
* Alterações climáticas: impactes e adaptação;
* Engenharia costeira: avaliação, monitorização e soluções;


Os manuscritos, redigidos em inglês ou em português, e de acordo com as normas da revista, devem ser submetidos até dia14 de Fevereiro de 2011 para aprh@aprh.pt, rgci.editor@gmail.com, ou para qualquer dos editores convidados.


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Call for Papers sobre "Interacções Homem - Meio em Zonas Costeiras"

Está aberto um “call for papers” no âmbito do tema "Interacções Homem - Meio em Zonas Costeiras" (http://www.aprh.pt/rgci/callforpapers_ih.html) Pretende-se agregar um conjunto de artigos que abordem diversos aspectos relacionados com este tema. Nesse sentido, são especialmente relevantes os artigos que abordem, entre outros, os seguintes aspectos:

* Alterações (geomorfológicas, sedimentológicas, geoquímicas, biológicas, etc.) em ambientes costeiros provocadas indirectamente por actividades humanas;
* Modificações directas de ambientes costeiros devidas a intervenções humanas (aterros, dragagens, abertura ou colmatação de canais, efluentes, introdução de espécies exóticas, etc.) nesses ambientes;
* Evolução de ambientes costeiros forçada por actividades antrópicas em escalas temporais variadas (decenal, secular, milenar);
* Transformações em ambientes costeiros devidas a actividades antrópicas nas bacias hidrográficas para aí drenantes.


Os interessados em submeter artigos devem consultar a parte de submissão de artigos (http://www.aprh.pt/rgci/submartigos.html) do portal da RGCI/JICZM.

Associação Portuguesa de Geólogos - Boletim e Blog

A Associação Portuguesa de Geólogos dá mais um passo em direcção às potencialidades de divulgação e comunicação na Internet, criando 2 blogues que facilitam a comunicação com os sócios e o público em geral. São eles:

APGnews (Boletim electrónico)
APG - Blog Oficial
Finalmente uma sugestão: activem os "feeds", para que  possam receber, segmentar, redireccionar e distribuir mundialmente as notícias de Geologia portuguesa!

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Estamos a ficar velhos (como espécie...)

Ferramentas de pedra encontradas na Arábia põem em causa a visão consensual
O Homo sapiens terá começado a espalhar-se pelo mundo muito mais cedo, há 125 mil anos

Estes machados encontrados na Península Arábica têm 125 mil anos e levaram os cientistas a uma nova hipótese

E se, há uns 125 mil anos, muitas dezenas de milénios antes de se lançarem à conquista da Europa e do resto do mundo, vindos do seu berço africano, os primeiros humanos modernos tivessem começado por atravessar um estreito braço de mar para se instalarem em terras que hoje fazem parte dos Emirados Árabes Unidos? Uma equipa internacional de arqueólogos, liderada por Hans-Peter Uerpmann, da Universidade Eberhard Karls de Tubingen, sugere precisamente isso, com base em escavações realizadas na localidade de Jebel Faya, a uns 50 quilómetros do Golfo Pérsico. Os seus resultados são publicados sexta-feira na revista "Science".

O debate sobre como e quando os primeiros homens modernos emigraram de África e se espalharam pelo mundo vem de longe. Há quem diga que houve uma única vaga de migração e quem diga que houve várias. Mas seja como for, os dados conhecidos até aqui indicavam que o êxodo tinha acontecido há mais ou menos 60 mil anos. Quanto à rota seguida por aqueles emigrantes até a Europa e Ásia, também aí havia consenso: através do Vale do Nilo e do Médio Oriente.

O que os cientistas encontraram agora na Península Arábica são ferramentas que, segundo eles foram fabricadas com tecnologias semelhantes às utilizadas pelas populações de "Homo sapiens" que viviam no Leste de África, mas diferentes das tecnologias originárias do Médio Oriente. Isso não seria problemático se elas tivessem menos de 60 mil anos de idade. Mas acontece que, quando foram datadas (pela técnica dita de luminescência), revelaram ter... 125 mil anos.

Ou seja, estas ferramentas — pequenos machados e lâminas de pedra, entre outros — parecem contar uma história diferente. Uma história de emigração directa, há muito mais tempo, de África para a Arábia — e daí, dizem os cientistas, para o Crescente Fértil e para a Índia. Porém, nem todos os especialistas concordam com esta interpretação.

“Os humanos ‘anatomicamente modernos’ — como nós — emergiram em África há uns 200 mil anos e a seguir povoaram o resto do mundo”, diz em comunicado Simon Armitage, da Universidade de Londres e co-autor do trabalho. “Os nossos resultados deveriam estimular uma reavaliação da maneira como nós, os humanos modernos, nos tornamos uma espécie global.”

Os cientistas analisaram ainda as condições climáticas que reinavam na região há uns 130 mil anos, durante o último período interglaciar, para ver se a passagem de África para a Arábia teria sido fácil. E de facto, concluíram que o estreito de Bab al-Mandab, que separa a Península Arábica do Corno de África, tinha naquela altura pouca água devido ao baixo nível do mar, permitindo a passagem em segurança sem grandes problemas.

E mais: a Península Arábica era então uma região muito mais húmida, com vegetação abundante, com lagos e rios — muito mais acolhedora do que hoje. “Em Jebel Faya”, salienta Armitage, “a datação revela uma visão fascinante, na qual humanos modernos emigraram de África muito mais cedo do que se pensava, ajudados pelas flutuações globais do nível do mar e pelas mudanças climáticas.”

Uma voz dissonante

Num artigo jornalístico que acompanha na revista "Science" a publicação dos resultados da datação das ferramentas de Jebel Faya, surge uma voz dissonante entre os comentários entusiastas de vários especialistas. Paul Mellars, arqueólogo da Universidade de Cambridge, diz que, quanto a ele, apesar da descoberta das ferramentas ser importante e a datação bem feita, as conclusões estão erradas.

“Não há qualquer indício aqui que sugira que foram feitas por humanos modernos, nem de que eles vinham de África”, declara. E salienta que, ao contrário do que afirmam os autores da descoberta, não fica excluída de forma convincente a hipótese de se tratar de ferramentas fabricadas pelos Neandertais — ou até pelo "Homo erectus", antepassado dos humanos modernos que se sabe ter emigrado de África para Ásia há cerca de 1,8 milhões de anos.

Hans-Peter Uerpmann, um dos líderes da equipa que fez as escavações em Jebel Faya, concede que para “poder ter a certeza absoluta” de que as ferramentas foram fabricadas pelo Homo sapiens, vai ser preciso encontrar ossos fossilizados. Várias equipas de arqueólogos já declararam que tencionam lançar-se nessa procura.

Olhar para longe - olhar para o passado

Astronomia
Telescópio Hubble encontrou galáxia mais distante e antiga jamais vista no Universo

Esta galáxia ter-se-á formado quando o Universo tinha apenas 480 milhões de anos (Foto: NASA)

Os astrónomos levaram as capacidades do telescópio espacial Hubble, da NASA (agência espacial norte-americana) até ao limite e descobriram aquela que poderá ser a galáxia mais distante e antiga alguma vez vista no Universo.

Esta galáxia ter-se-á formado quando o Universo tinha apenas 480 milhões de anos - hoje terá cerca de 13,7 mil milhões de anos. A galáxia terá existido quando o Universo teria apenas quatro por cento da sua idade actual, precisa Rychard Bouwens, astrónomo da Universidade da Califórnia que estuda a formação e evolução de galáxias, e a sua equipa, que publicaram o estudo na revista “Nature” de ontem.

A luz da galáxia, captada através da câmara de infravermelhos do telescópio, terá sido emitida há 13,2 mil milhões de anos. Ainda assim, os astrónomos são prudentes e falam da sua descoberta no condicional. “Este resultado está no limite das nossas capacidades. Mas passámos meses a fazer testes que o confirmaram e agora estamos seguros”, comentou Garth Illingworth, da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo.

Os astrónomos ainda não sabem ao certo quando é que apareceram as primeiras estrelas no Universo mas começam a compor o quadro de quando as estrelas e as galáxias começaram a surgir, depois do Big Bang.

“Esta última descoberta do Hubble vai aprofundar o nosso conhecimento do Universo”, salientou Charles Bolden, administrador da NASA, em comunicado publicado no site da agência norte-americana.

Para chegar mais longe e vislumbrar o período em que se formaram as primeiras estrelas e galáxias, os astrónomos vão precisar do sucessor do Hubble, o telescópio espacial James Webb, que tem lançamento previsto para 2014. Por enquanto, os primeiros 500 milhões de anos da existência do Universo continuam a ser o capítulo que falta.

O Hubble, lançado há 20 anos, é um projecto internacional fruto da cooperação entre a NASA e a Agência Espacial Europeia.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Formação sobre Chás em Leiria



À volta dos chás

Centro de Interpretação Ambiental - Leiria

12 de Fevereiro de 2011


Formadora: Fernanda Botelho

Preço de Inscrição: €15,00

Horário: das 14.00 às 18.00 horas

Público-alvo: crianças a partir dos 7 anos, jovens e adultos

Participantes: mínimo 12 e máximo 20

Aspectos a abordar:
  • Confecção e degustação de vários chás.
  • Experimentar a diferença entre chás de plantas secas e de plantas frescas.
  • Quais os atributos dos diferentes chás, tisanas, infusões, decorações.
  • Qual a forma correcta na confecção dos mesmos.
  • Como secar e conservar as plantas, quando, como e onde colher.
  • Como manter um cantinho no jardim ou na varanda de plantas para chás, quais as mais fáceis e mais populares.
  • Trocas de chás, traga a sua planta verde ou seca e troque-a por outra que gostasse de experimentar, cultivar, secar, utilizar etc.
  • Plantas úteis para tratar o aparelho urinário e reprodutor.

Centro de Interpretação Ambiental de Leiria

Telefone: 244 845 651

Inscrições: cia@cm-leiria.pt

FICHEIROS DE APOIO:

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Divulgação científica - notícia no CiênciaHoje

Comunicar ciência… de Aveiro a Granada
O Parque de las Ciencias - Andaluzia é um museu interactivo com mais de 70 000 metros quadrados
por Vera Ferreira*

Vera Ferreira, licenciada em Biologia pela Universidade de Aveiro

Sempre gostei de comunicar, mas quando segui pelo caminho das ciências pensei que esse lado ficasse para sempre excluído. Sábia a voz que diz que quando terminamos um curso não significa necessariamente que sigamos esse rumo.

Com a licenciatura em Biologia pela Universidade de Aveiro (UA) quase terminada, tive a oportunidade de fazer algumas disciplinas de mestrado em Biologia Aplicada, também na UA. Embora a área escolhida tenha sido Ecologia, a disciplina de Exposição, Divulgação e Comunicação em Biociências, obrigatória para todos os ramos do mestrado, veio reavivar o desejo de comunicar e ainda melhor: comunicar ciência.

Pela mesma altura decorriam as inscrições para os programas de mobilidade. A última etapa da minha licenciatura é um estágio profissionalizante opcional numa entidade exterior à universidade e nada mais adequado que o sub-programa Erasmus Estágio. A escolha do Parque de las Ciencias, em Granada, Espanha, foi imediata. Não por mim, que nada entendia destas andanças, mas pelo meu orientador, o professor da tal disciplina.

O Parque de las Ciencias oferece um conjunto de actividades educativas a escolas e professores contribuindo para o ensino não-formal da ciência através de ateliês, formação, guias e cadernos didácticos. Foi exactamente no Departamento de Educação e Actividades que fui integrada em Novembro do ano passado para iniciar o meu estágio. O meu compromisso era o de conhecer os espaços museológicos e aprender o máximo sobre as actividades desenvolvidas no Departamento para que numa segunda fase pudesse desenvolver o meu próprio projecto.

A adaptação ao local de trabalho foi rápida. No Parque ninguém se aborrece pois há sempre numerosas coisas a decorrer nas quais podemos participar. A língua não foi entrave mas outros aspectos culturais foram de difícil adaptação, como sair para hora de almoço às três da tarde! Granada não é uma cidade de grandes dimensões. Para quem estudou numa cidade como Aveiro, a transição é simples mas nem pensem em passear pelo centro num feriado. O fluxo de turistas é incrivelmente grande, não fosse a Alhambra, ex-libris citadino, Património da Humanidade.

Passados os primeiros meses começa-se a sentir falta da calçada portuguesa ou de ouvir música e assistir a televisão noutro idioma que não seja o castelhano, mas ao mesmo tempo começamos a admirar a cultura desportiva que leva os granadinos todos os dias aos parques da cidade ou ao fim-de-semana até à Serra Nevada para passear. Ouvir flamenco nas discotecas e na rua é comum e é com grande facilidade que somos atropelados pelas centenas de carrinhos de bebés que existem na cidade espanhola onde se regista um verdadeiro baby boom.

Alhambra a partir de Generalife

Agora, já integrada no desafio que é comunicar ciência tenho que o pôr em prática sem nunca esquecer o meu percurso académico que me faz pensar segundo o método científico. Conseguirá um cientista ser um comunicador de ciência?

O objectivo agora é procurar falhas no percurso ciência-sociedade e dar o meu contributo para que os conteúdos científicos principalmente a investigação actual cheguem facilmente ao grande público. Parece mais simples do que é na realidade. A probabilidade de mutação das “certezas” de um projecto de investigação, em comparação com teorias e conceitos já estabelecidos, é muito maior e os fins que consolidam os resultados finais são muitas vezes longínquos dos objectivos iniciais.

Parque das Ciências
O Parque de las Ciencias - Andaluzia, em Granada, é um museu interactivo com mais de 70 000 metros quadrados de espaços dedicados ao ócio cultural e científico, situado a poucos minutos do centro histórico da cidade. Construído em cinco fases, conjuga pavilhões temáticos com zonas ao ar livre onde a ciência se funde com os espaços verdes. Criado em 1995, foi o primeiro museu interactivo dedicado à ciência nesta região espanhola.

* Licenciatura em Biologia, Universidade de Aveiro, nova colaboradora Ciência Hoje


NOTA: a Vera Ferreira, minha ex-aluna e irmã de uma actual aluna, está de parabéns! De recordar que ela já apareceu aqui no Blog Geopedrados neste post e neste também...

terça-feira, janeiro 25, 2011

A Paleontologia portuguesa está de parabéns!

Fundação de Spielberg premeia paleontólogos lusos

Octávio Mateus, um dos investigadores premiados

A Fundação do Jurássico, criada com os lucros dos filmes da saga "Parque Jurássico", de Steven Spielberg, atribuiu uma bolsa a dois investigadores da Universidade Nova de Lisboa (UNL), que assim vão poder estudar, ainda este ano, uma coleção de achados de dinossauros saurópodes.

Os paleontólogos Octávio Mateus e Emanuel Tschopp, que também integram a equipa do Museu da Lourinhã, pretendem "digitalizar e modelar em três dimensões os pescoços de dinossauros saurópodes", uma forma inovadora de estudar os animais caracterizados pelos enormes pescoços, reporta a agência Lusa.

"A anatomia destes dinossauros evoluiu de forma a permitir crescer enormes pescoços, através da complexidade das suas vértebras, o que lhes dava uma grande resistência sem aumentar significativamente o seu peso", explica Octávio Mateus.

O objetivo do estudo agora financiado pela Fundação do Jurássico é apurar "a classificação real destes dinossauros", cujos fósseis estão alojados no Museu dos Dinossauros de Aathal, perto da cidade suíça de Zurique.

Octávio Mateus foi o primeiro português a ser galardoado pela Fundação do Jurássico, quando há onze anos recebeu um prémio cuja verba investiu nas escavações de vestígios de um dinossauro saurópode, no concelho da Lourinhã. 

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Dimorfismo sexual em pterossáurios - notícia

Fóssil ainda tinha ovo
A senhora T é o primeiro pterossauro fêmea descoberto e não tem crista

Os cientistas descobrem um pterossauro fêmea com um ovo. O artigo publicado na revista Science mostra que as fêmeas desta espécie de réptil alado não tinham cristas ao contrário dos machos.

O fóssil bastante completo mostra um ovo

As cristas dos pterossauros sempre foram um mistério para os cientistas. Será que estes répteis alados que conviveram com os dinossauros tinham uma diferença entre os géneros, e os machos tinham uma crista na cabeça e as fêmeas não? Ou os fósseis encontrados pelos cientistas, uns com cristas e outros sem cristas, eram de espécies diferentes? Finalmente a descoberta de um pterossauro anunciada no artigo da Science, resolve a questão. O pterossauro (que ainda tinha um ovo) era uma fêmea. E não tinha crista.

“A sra T é uma descoberta que se faz em dez vidas”, disse em comunicado David Unwin, um paleontólogo do departamento dos Estudos de Museu da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que juntamente com os colegas chineses do Instituto de Geologia da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, encontrou o fóssil.

A sra T é o nome que os cientistas deram ao pterossauro (ou pterodáctilo) fêmea que encontraram. O fóssil estava inserido numa camada de rochas do Jurássico que existe na província Liaoning, que fica no Nordeste da China. A camada tem 160 milhões de anos, a idade do indivíduo e o esqueleto do fóssil está muito completo. É um indivíduo do género Darwinopterus, que a equipa descreveu pela primeira vez em 2009, e está preservado juntamente com o ovo.

O fóssil “mostra duas características que distinguem de um indivíduo macho de Darwinopterus. Tem ancas relativamente grandes para acomodar os ovos, mas não tem crista”, disse o especialista. Os machos têm ancas mais pequenas e têm uma crista.

“Muitos pterossauros têm cristas na cabeça. Nos casos mais espectaculares, estas cristas podem alcançar cinco vezes o tamanho do crânio. Os cientistas sempre desconfiaram que estas cristas eram utilizadas para algum tipo de sinal ou de demonstração que só os machos faziam, enquanto as fêmeas não tinham cristas”, disse o cientista. Mas como nunca houve uma prova, muitas vezes definiam-se espécies diferentes a partir de indivíduos que tinham ou não cristas.

Casca mole, ovo de réptil

Agora, os cientistas podem definir o género de um novo pterossauro que encontram, baseando-se na forma da bacia e se tem ou não crista. Isto permite ir mais longe no conhecimento das espécies. “Podemos explorar áreas completamente novas, como a estrutura da população e o comportamento.”

A sra T morreu pouco antes de colocar o ovo devido a um acidente que partiu um dos ossos do braço. O acidente pode ter sido causado por uma erupção, comum na região da China durante o Jurássico. Além de ter acabado com o mistério das cristas, este pterossauro também deu muitas indicações sobre os ovos que estes répteis produziam.

“O ovo é relativamente pequeno e tem uma casca macia. Isto é típico dos répteis, mas é completamente diferente das aves, que põem ovos relativamente grandes com cascas rijas. Esta descoberta não é surpreendente, porque os ovos pequenos necessitariam de menos investimento em termos materiais e energéticos – uma vantagem para voadores como os pterossauros e talvez um factor importante para a evolução de espécies como o Quetzalcoatlus, um gigante com uma envergadura de dez metros”, concluiu o cientista.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Troglóbios portugueses - trabalho científico com lista actualizada



Foi publicada, no International Journal of Speleology, um artigo com a lista actualizada dos seres vivos que vivem na escuridão de cavidades naturais (grutas e tubos lávicos) em Portugal. Aos autores, em particular à amiga Sofia Reboleira, principal responsável pelo Blog Profundezas..., os nossos parabéns!

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Ilustração científica de Dinossáurios - mais um concurso

Concurso Ilustração sobre Europasaurus

O dinossauro saurópode Europasaurus holgeri que eu descrevi juntamente com colegas alemães em 2006, tem agora o seu próprio concurso de ilustração científica:









Info Dinopark.de:

We are currently planning a new exhibit on Europasaurus holgeri and as an integral part of the exhibit we would like to show a large number of drawings, reconstructions, and other artwork of Europasaurus holgeri, which preferably depict this taxon in its natural habitat. To reach that goal, we are initiating a paleo-art contest.
Prizes:
  • 1st prize: 500 €
  • 2nd prize: 250 €
  • 3rd prize: 100 €
  • 3 honorable mentions: 50 € each

Submission deadline is March 1, 2011.

in Lusodinos - post de Octávio Mateus

terça-feira, janeiro 18, 2011

Mais uma infraestutura interessante no Sicó



Turismo de natureza arranca no próximo ano em Pombal

Os amantes de desporto de natureza vão ganhar um espaço de lazer no concelho de Pombal. O Centro de Interpretação Turística e Museu de Sicó (CIMU) deverá ser uma realidade no primeiro semestre de 2012, no lugar de Poios (freguesia da Redinha), oferecendo alojamento, actividades desportivas e informação arqueológica.

O projeto vai hoje a reunião de câmara, onde o executivo deverá aprovar a adjudicação da obra. Serão precisos 2,2 milhões de euros para erguer o edifício, que terá cinco zonas distintas: museu, alojamento, escolas de apoio a atividades desportivas e de lazer, auditório e sala para projecção de filmes.

“O projeto é feito muito a pensar no público que já existe: escolas e amantes da natureza”, revela a vereadora Paula Silva, responsável pelo pelouro do ambiente. No CIMU, será possível praticar (ou ter as primeiras aulas de) espeleologia, escalada ou rappel, por exemplo. A autarquia assinou parcerias com diversas instituições, que garantem o funcionamento das actividades.

Mas desengane-se quem pensa que o CIMU se destina a um público nicho. “Toda a população pode visitar o espaço”, salienta Paula Silva. Até porque quem não gosta de se aventurar em desportos mais radicais, pode participar em atividades menos arriscadas, como caminhadas de interpretação da natureza. Ou visitar a zona arqueológica e descobrir a história da freguesia da Redinha.

No Museu de Sicó ficarão reunidos todos os achados descobertos na região, nomeadamente nas escavações realizadas nas grutas da Buraca Grande e Buraca Escura. “Temos muito material, armazenado ou em fase de catalogação, e era preciso um local para o expormos”, conta Paula Silva. O espólio revela vestígios da presença humana naquela zona há milhares de anos.

Actividade gastronómica em Conimbriga

Recebido por e-mail dos Amigos de Conimbriga, com pedido de divulgação:


Com a abertura diária do Museu Monográfico de Conimbriga, incluindo a 2ª feira, entre as 10.00 e as 19.00 horas, procurou-se abrir um espaço de convívio e animação cultural, acompanhado pelos serviços do Restaurante.

Também o ciclo de abertura nocturna se alarga agora, depois das ceias de Apicius, Teatro Clássico e Noite dos Museus, com a realização nas 5ªs feiras de cada mês de um jantar de degustação dos produtos de Sicó.

A Dieta Mediterrânica, actualmente Património Cultural da Humanidade, é neste ciclo homenageada e celebrada pela arte de cozinha de dois jovens chef’s, António Lagoa e Sónia Neves.

O Museu Monográfico de Conimbriga promove, o Restaurante do Museu de Conimbriga e a empresa TCNGEST, Lda. colaboram na organização, que tem o apoio da Liga de Amigos de Conimbriga.

Para informação mais detalhada sobre esta Ceia, clicar AQUI.

NOTA: post 1.500º deste Blog...!

1º Passeio Micológico de Sicó

 
 
No próximo dia 30 de Janeiro, o Grupo Protecção Sicó, numa parceria com a EcoFungos, organiza o 1º Passeio Micológico de Sicó.

Venha conhecer alguns recantos da Serra do Sicó e aproveite para aprender as bases para a correcta identificação dos cogumelos que por lá surgem, com a orientação de especialistas.

Não se esqueça de trazer roupa e calçado confortáveis e adequados a passeios no campo, para além da merenda e água. O transporte até ao local do passeio pedestre é por conta dos participantes.

Sócios GPS/EcoFungos - 15 espeleos
Restantes - 18 espeleos

Só são admitidas crianças se acompanhadas por adulto.

Inscrições até ao dia 26 de Janeiro através do email gps.sico@gmail.com ou do Telemóvel 968 089 459.

Programa

09.30 horas: Recepção dos participantes junto à Biblioteca Municipal de Pombal
12.30 horas: Almoço livre
16.00 - 18h00 horas: Exposição dos exemplares recolhidos e exercícios práticos de identificação

Organização
GPS - Grupo Protecção Sicó
EcoFungos - Associação Micológica

Apoio: Câmara Municipal de Pombal

domingo, janeiro 09, 2011

Há cavidades vulcânicas em Marte, diz a NASA

NASA Mars Orbiter Spots Caves on Red Planet

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Huge pits or caves pumcture a bright, dusty plain near the Martian volcano Ascraeus Mons in an image taken between October 1 and November 1 by NASA's Mars Reconnaissance Orbiter (MRO). Caves and other underground structures, including lava tubes, and canyon overhangs would be potentially useful for manned missions to the Red Planet, providing shielding from both the elements and intense radiation that a Mars mission would expose astronauts to. They might also offer access to minerals, gases, ices, and any subterranean life that the crew of such a mission would probably be searching for.

More info: NASA

Concurso Internacional de Ilustração de Dinossauros 2011

O Museu da Lourinhã vai fazer a 7ª edição do Concurso Internacional de Ilustração de Dinossauros.



Tema: Dinossauros e outros animais extintos. As ilustrações podem representar reconstituição de vida dos animais, eventualmente no seu meio ambiente, ou fósseis encontrados.

Prémios: Os prémios serão monetários e pagos em Euros.
1º Lugar 1000 Euros
2º Lugar 500 Euros
3º Lugar 250 Euros
5 Menções Honrosas 50 Euros cada


Calendário:
  • Entrega das obras a concurso: até 15 de Abril de 2011
  • Anúncio dos resultados: 24 de Junho de 2011
  • Exposição das obras: Julho e Agosto de 2011
  • Devolução das obras: a partir de Outubro de 2011
Morada para envio das obras:
CIID - 2011 - Museu da Lourinhã
Rua João Luís de Moura, 95
2530-158 Lourinhã
PORTUGAL


O regulamento completo está disponível aqui: http://www.museulourinha.org/pt/CIID.

Mais informações no FAQ - Perguntas frequentes ou através dos seguintes contactos:

Tel.: [+351] 261 413 995 / [+351] 261 414 003

Este concurso tem sido muito bem sucedido de tal forma que a ideia tem sido copiada por outros museus europeus.

Novo modelo de dinossáurio à venda no Museu a Lourinha

Lourinhanosaurus antunesi é um dos novos dinossauros da Procon Collecta 2011

A Collecta lançou a nova colecção de bonecos comercializados a nível mundial. O dinossauro terópode Lourinhanosaurus antunesi, exposto no Museu da Lourinhã, é uma das novidades. Este ano também é o lançamento do Miragaia longicollum, pela Carnegie Collection, baseado num esqueleto também em exposição no museu lourinhanense.

Lourinhanosaurus
© Procon CollectA
in Lusdinos - post de Octávio Mateus

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Notícia astronómica no Público

Morrerem há mais de 13 milhões de anos
Astrónomos descobrem restos da primeira geração de estrelas que iluminou o Universo

Foi a partir da luz vinda de um Quasar que os astrónomos identificaram o gás (NASA)

Um grupo de astrónomos descobriu gases reminiscentes das primeiras estrelas que iluminaram o Universo e que morreram há mais de 13 mil milhões de anos. Os resultados foram publicados em Dezembro na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Os gases foram descobertos com a ajuda de dois observatórios, o VLT (Very Large Telescope), que fica no Chile e o telescópio Keck, do Havai. Os astrónomos só conseguiram identificar estas moléculas devido ao reflexo da luz vinda de um Quasar distante – uma galáxia cujo centro é um buraco negro massivo que emite uma luz intensa.

“Isto foi apenas o primeiro passo, é como encontrar um fóssil”, disse à BBC News o astrónomo Max Pettini do Instituto de Astronomia de Cambridge, no Reino Unido.

As primeiras estrelas que existiram eram feitas de hidrogénio e hélio, deram luz ao Universo. Quando morreram, despejaram material que continha elementos mais complexos como oxigénio e ferro, que foi aproveitado nos sóis que as substituíram.

A descoberta fornece informação para uma das primeiras etapas do Universo, quando este começou a formar as primeiras estrelas, cerca de 200 milhões de anos depois doo Big Bang – que aconteceu há 13,7 mil milhões de anos.

Antes, o Universo era menos variado. “É um período muito pouco conhecido, mas o Universo nessa altura era um lugar bastante chato, só recheado com hidrogénio e hélio”, explicou Pettini. Não havia luz, por isso essa época é chamada de Idade das Trevas.

“E de alguma forma, a partir desse estado inicial, o Universo mudou para uma bela mistura de estrelas, planetas e galáxias que podemos ver hoje”, sintetizou o cientista. Estes primeiros elementos juntaram-se e formaram as primeiras estrelas. Até agora não se conhecia nenhuma observação que comprovasse a existência desta primeira geração de astros.

Mas a nuvem de átomos que a equipa do Reino Unido e dos Estados Unidos encontrou, é mais parecida com os gases que se pensa que estas estrelas produziriam do que com os sóis de hoje. A assinatura da nuvem tem um rácio de átomos de carbono para os átomos de ferro que é 35 vezes maior do que o do nosso Sol. Esta disparidade só poderia ser criada por uma estrela massiva, feita de hidrogénio e hélio.

“As primeiras estrelas têm sido um pouco o Graal Sagrado para os astrónomos”, disse Pettini. “Pensamos que elas tenham tido vidas furiosas e curtas. Estão todas mortas hoje, e não há forma de serem observadas directamente, nem com os telescópios mais poderosos. Por isso, o que encontrámos é o remanescente de uma dessas primeiras estrelas que se formaram no Universo. O carbono, oxigénio, ferro e gás prístino estão numa mistura que nunca foi vista antes.”

Agora que estas nuvens foram identificadas, vai ser mais fácil encontrar outros gases semelhantes. A reunião desta informação vai dar aos astrónomos uma fotografia mais correcta desta fase do Universo.

terça-feira, janeiro 04, 2011

Mais um troglóbio português - humor de José Bandeira

Mais um troglóbio português - IV

Ciência: Sofia Reboleira descreve um animal sem olhos e sem asas
Bióloga portuguesa descobre insecto

Sofia Reboleira descobriu o insecto numa gruta do Algarve. O animal mede três milímetros e não tem olhos

Já tinha descoberto três escaravelhos das cavernas e um pseudo-escorpião de espécies desconhecidas. Agora, a bióloga portuguesa Sofia Reboleira, encontrou um novo insecto. As descobertas aconteceram todas em grutas, ao que não é alheio o facto de a cientista ser também espeleóloga. 

A nova espécie de insecto, sem olhos e sem asas, foi descoberta em grutas do Algarve. "Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia qualquer dipluro [insecto] exclusivamente cavernícola em Portugal", explica bióloga. 

A nova espécie foi encontrada no âmbito do doutoramento da bióloga, orientado por Fernando Gonçalves, do departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e Pedro Oromí, da Faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife. 

O insecto – descrito em revistas científicas com o especialista espanhol Alberto Sendra – chama-se Litocampa mendesi, mede pouco mais de três milímetros e deverá existir há milhões de anos, sendo "evolutivamente um precursor dos insectos actuais", diz Sofia Reboleira, de 29 anos, natural das Caldas da Rainha. 

Esta é a quinta espécie descoberta por Sofia Reboleira (três escaravelhos e um pseudo-escorpião), desde 2007, durante os seus trabalhos de campo realizados em grutas da serra de Aire e Candeeiros, do Algarve e de Montejunto.

O pseudo-escorpião, nomeado Titanobochica magna, tem dois centímetros de comprimento e grandes pinças para agarrar as presas, e foi encontrado em quatro grutas do Algarve.

O pequeno escaravelho Trechus tatai, um predador com dois milímetros de comprimento, foi descoberto numa gruta da serra de Montejunto. A este juntam-se outras duas espécies de escaravelhos cavernícolas, nas serras de Aire e na do Caldeirão, que a bióloga encontrou e estudou no mestrado.

in CM

Mais um troglóbio português - III

Descoberto no Algarve insecto sem asas nem olhos
Nova espécie foi encontrada em grutas do Algarve por jovem bióloga



Fica descrito para a ciência como Litocampa mendesi, não excede três milímetros, é desprovido de visão e de asas. Vive em grutas do Algarve. Este é o insecto mais recentemente descoberto por Sofia Reboleira, bióloga e espeleóloga, a trabalhar no seu doutoramento.

Pela quinta vez, Sofia Reboleira desvenda a existência de espécies que vivem na profundeza de cavernas e sem acesso à luz. Esta especialista em bioespeleologia descobriu agora, numa gruta do Algarve, uma nova espécie de insecto sem olhos nem asas.

"Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia nenhum dipluro (insecto) exclusivamente cavernícola em Portugal", disse à agência Lusa esta jovem doutoranda da Universidade de Aveiro, que é bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A nova espécie está adaptada a viver exclusivamente nas grutas e deverá existir desde há vários milhões de anos, sendo "evolutivamente um percursor dos insectos actuais". A descoberta surge já descrita em revistas científicas, em artigos que Sofia Reboleira escreveu com a colaboração do especialista espanhol Alberto Sendra.

A nova espécie, a que foi atribuída a designação Litocampa mendesi, torna-se assim "a representante mais ocidental do género Litocampa na Europa, cuja espécie mais próxima se encontra nas grutas da Cantábria".

Com esta descoberta, aumentam para cinco as já descritas por Sofia Reboleira como novas espécies, resultado que decorreu do seu trabalho de campo, realizado em grutas da Serra d'Aire e Candeeiros, do Algarve e de Montejunto. Antes, a bioespeleóloga tinha descoberto três escaravelhos e um pseudoescorpião. Alguns destes seres vivem a cerca de cem metros de profundidade, num ambiente de total escuridão.

Sofia Reboleira está a especializar-se em ecologia das águas subterrâneas e conservação dos sistemas cavernícolas. A sua tese de doutoramento versa a última destas áreas.

Algumas das espécies descritas por Sofia Reboleira alimentam-se da matéria orgânica que as águas transportam quando se infiltram no subsolo. É esse o caso, por exemplo, do escaravelho Trechus tatai, encontrado numa gruta de Montejunto, perto do Cadaval. 

in JN

Mais um troglóbio português - II

Bióloga portuguesa descobre espécie de insectos sem olhos nem asas
Nova espécie de insecto cavernícola foi descoberta no Algarve



Uma nova espécie de insecto, sem olhos e sem asas, foi descoberta pela bióloga portuguesa Sofia Reboleira, em grutas do Algarve, que assim acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola nacional.

«Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia nenhum dipluro (insecto) exclusivamente cavernícola em Portugal», disse à agência Lusa a bióloga Sofia Reboleira.

Os dipluros pertencem a um grupo de insectos denominados apterigotas (sem asas) que são, segundo a bióloga «naturalmente desprovidos de olhos e vivem associados ao solo ou em cavidades».

A nova espécie, o primeiro dipluro troglóbio (adaptado exclusivamente à vida nas grutas) descoberto em Portugal, foi encontrada nas grutas do Algarve, no âmbito do doutoramento da bióloga, orientado por Fernando Gonçalves (do departamento de biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (da faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha).

O insecto - descrito em revistas científicas com o especialista espanhol Alberto Sendra - chama-se Litocampa mendesi, mede pouco mais de três milímetros e deverá existir há vários milhões de anos, sendo «evolutivamente um precursor dos insectos actuais», explica Sofia Reboleira.

A descoberta torna esta espécie «o representante mais ocidental do género Litocampa na Europa, cuja espécie mais próxima se encontra nas grutas da Cantábria» sublinha.

Com esta aumentam para cinco as espécies já descobertas por Sofia Reboleira (três escaravelhos e um pseudoescorpião) durante o trabalho de campo realizado em grutas da Serra D'Aires e Candeeiros, do Algarve e do Montejunto. O trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia da qual a bióloga é bolseira.

Mais um troglóbio português

Bióloga descobre espécie de insecto com milhões de anos em gruta algarvia

Os trabalhos de campo decorreram durante 2009

Existe há milhões de anos numa gruta algarvia mas só agora foi encontrado por uma bióloga portuguesa. O Litocampa mendesi, animal com três milímetros e sem olhos ou asas, será mais primitivo do que os insectos que hoje conhecemos. Mas as novidades do frágil mundo vivo cavernícola só agora estão a começar.


Sofia Reboleira, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, tem estado atarefada a estudar as amostras que trouxe para a superfície, fruto de doze meses de trabalho de campo em 2009, a dezenas de metros de profundidade nas grutas portuguesas.

A 22 de Dezembro, a revista "Zootaxa" publicava a descoberta do Litocampa mendesi. “Procurámos a fauna das grutas através da observação do interior das cavidades e com a ajuda de armadilhas de queda colocadas no chão”, explicou hoje ao PÚBLICO a bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Nas armadilhas foram colocados iscos odoríferos para atrair os insectos. “Este tipo de armadilhas também ajuda a medir a actividade dos animais, porque os que mais andam são os que mais caem” nas armadilhas.

Mas este é um trabalho exigente. “São animais muito raros que apenas vivem em zonas difíceis de estudar”, disse Sofia Reboleira, também espeleóloga. Investigar a espécie em laboratório está fora de questão. “É impossível manter estes insectos em cativeiro. É muito difícil. Eu nunca vi [o Litocampa mendesi] vivo”, referiu.

A investigadora, que estuda a fauna cavernícola do país, está em condições para dizer que este insecto desenvolveu, ao longo de milhões de anos, impressionantes estratégias de poupança energética para conseguir sobreviver na escuridão das grutas, como a ausência de olhos e asas e a grande resistência ao jejum. Estima-se que este será um animal “mais primitivo do que os insectos” actuais.

A fragilidade das espécies cavernícolas

Sofia Reboleira estuda os animais que não vivem em mais nenhum local que não nas grutas, até aos 220 metros de profundidade, sob a orientação de Fernando Gonçalves (do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (da Faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha). Até agora anunciou cinco novas espécies. Em Maio foi anunciada a descoberta de duas novas espécies de escaravelhos nas grutas das serras de Aire e Candeeiros e no início de Dezembro outra espécie de escaravelho em Montejunto e um pseudoescorpião nos maciços calcários do Algarve. Agora foi a vez do Litocampa mendesi, numa gruta algarvia a 30 metros de profundidade.

A maioria dos invertebrados que constituem a fauna cavernícola são artrópodes, como as aranhas e insectos. Apesar de viverem em ambientes até agora pouco estudados, estas espécies merecem atenção. "As espécies cavernícolas não conseguem sobreviver em mais nenhum local, logo têm a sua distribuição geográfica muito reduzida. Qualquer perturbação pode pôr em causa a sua sobrevivência", sublinhou Sofia Reboleira. A investigadora lembrou, nomeadamente, a poluição por pesticidas e insecticidas que se podem infiltrar nas grutas e a perturbação ou mesmo destruição daqueles locais por actividades humanas.

Além disso, estas populações nunca são de grande dimensão. "Não tendo luz, as grutas onde vivem estes animais não têm plantas e as fontes de alimento são muito escassas. Por isso, as populações não podem ser muito grandes. Na verdade, estes são exemplares raríssimos".

Sofia Reboleira acredita que 2011 poderá trazer mais surpresas. “Ainda estamos a estudar a fauna encontrada no ano da amostragem, em 2009”, salientou.