GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

sexta-feira, junho 23, 2006

Mais poesia...

"Moo grão e lamentos”


Minhas velas vão acenando,
De vez em quando, lenços de despedida
E vou gritando à gente sofrida
O triste chegar ou a partida.

Que o vento trás consigo lamentos
E vou moendo sentimentos
No grão suado de tormentos,
Que de pão se tornará vida.

E o moleiro lentamente deixará
Nas mós cair grãos como lágrimas de nós,
Tristezas que aos pobres levará
Na farinha, cheia de fome escondida.

E o corpo me chorará, rangendo
Enquanto o vento quiser;
E, assim, irei sempre dizendo:
- Adeus de novo e até já!

Poesia e Pintura de João Carlos Silva Ribeiro

O meu Ecoponto

O Meu Ecoponto é um projecto desenvolvido pelo GEOTA e pela Sociedade Ponto Verde.

É apoiado por diversas entidades. Conta com a parceria especial dos sistemas multi-municipais de gestão de RSU Amarsul, Tratolixo e Associação de Municípios da Ilha de S. Miguel.

Sabemos que, actualmente, em Portugal, existem cerca de 25 000 Ecopontos e que esse número está constantemente a aumentar. Trata-se do sistema mais generalizado para a deposição selectiva de resíduos de embalagens, colocado à disposição do público.

Dadas as metas que o nosso país tem que cumprir para a reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens, verifica-se a permanente necessidade de um aumento de eficácia dos processos de recolha que lhes estão associados.

Como a eficácia da recolha selectiva através dos ecopontos depende de vários factores, sendo o principal a participação do público, nasceu a ideia de aliar as novas tecnologias de informação, como a Internet, à participação e à avaliação, por parte dos utilizadores dos ecopontos, do funcionamento desses equipamentos.

A avaliação pelo público, utilizando as ferramentas disponibilizadas na página O Meu Ecoponto e noutros suportes, permitirá auxiliar os Sistemas Municipais/Autarquias a detectarem eventuais problemas e a melhorarem os processos de recolha, contribuindo assim para a eficácia global do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens - SIGRE.


Resumindo:

- Se acha que falta um Ecoponto na sua Zona, pode agora sugerir onde deve ficar.

- Se tem alguma observação a fazer sobre colocação de um ecoponto na sua rua, a sua eficácia, ou estado de conservação, pode agora fazê-lo através d'O Meu Ecoponto!

Registre-se, participe e deixe a sua opinião!

Texto retirado do Blog Os Ambientalistas.


NOTA: Quando é que a VALORLIS vai entrar no projecto...?

“Pequeno Meu”

Pequeno meu, sem roupas nem sapatos,

Que olhais no céu?

-São sonhos, meu senhor!

Cá na Terra, rente ao chão,

Plantam-se prédios e não amor.

O ar é frio, muito frio e

Por fora de mim nunca rio

Mas, dentro de mim ainda mora o coração e

A palma da minha mão é rica,

É rica esta ocasião, e embora pouco possa

Oferecer, ofereço o sorriso a quem passa.

Se alguém sorrir para mim

Aquecerei a minha alma e ao frio

De fora, darei o fim.

Acaba-se a desgraça, esquecer-me-ei de mim!

Poesia de João Carlos Silva Ribeiro

Geopoetas de Leiria...

Temos publicado aqui alguma poesia.

Uma, de autores conhecidos, em datas especiais.

Outra de geopoetas (anda para aí um tal de Pedro Luna, que, de vez em quando, partilha connosco as suas escritas...).

Hoje chegou a vez de um colega geólogo, Director da Ecoteca de Porto de Mós e licenciado em Geologia pela Universidade de Coimbra. Conhecido entre colegas como João Pintor, era aluno do 3º ano quando eu entrei para o curso de Geologia, na Universidade de Coimbra. Artista versátil e multifacetado, nascido nas faldas da Serra da Estrela (Oliveira do Hospital) responde pelo nome de João Carlos Silva Ribeiro...

Citando o João:
A cada um é dado exercer a sua própria liberdade nos exactos limites em que reconhece, acredita e quer aquilo que é comum ao todo. De cada ser humano se espera que reconheça que tudo quanto tem de valioso o possui apenas por intermédio dos outros.

Obrigado, caro João Ribeiro, por partilhares a tua poesia e pintura com todos nós...!

sábado, junho 17, 2006

Convite - Observações astronómicas

1. Observação de 17.06.2006
Hoje, dia 17 de Junho de 2006 (sábado) iremos realizar uma Observação Astronómica no Pinhal do Rei, na Marinha Grande. Poderemos ver Mercúrio, Marte, Saturno e Júpiter, tudo na mesma tarde-noite, das 21.00 às 22.30 horas...!

Quem estiver interessado, pode vir encontrar-se connosco nos Vidros Jasmim (entrada da Marinha Grande) às 20.45 ou às 21.00 horas no Ponto Novo - Pinhal do Rei. Em anexo colocamos os links para folha de apoio e cartaz:
NOTA: Se estiver mau tempo (LOL) a actividade será anulada...

2. Observação de 30.06.2006
Decorrerá na Serra dos Candeeiros, das 19.00 às 02.00 horas, no dia 30.06.2006 (6ª) outra Observação Astronómica, no âmbito de uma Acção de Formação mas aberta a outras pessoas. Quem estiver interessado em dormir nas Casas Abrigo de Vale de Ventos (ou no Parque de Campismo do Arrimal) deve dizer rapidamente... A partir das 14.00 poderá fazer ainda outras actividades dentro do PNSAC.

Mais informações em:
http://astroleiria.blogspot.com/

Conjunção Marte-Saturno

Marte encontra-se hoje com o planeta dos anéis
Alinhado com Saturno
17.06.2006 - 10h49


Se, por esta ocasião, um eventual extraterrestre olhasse o nosso sistema solar, lá de muito longe, e de uma posição sobre o pólo norte da maioria dos componentes deste conjunto formado pelo Sol e pelo cortejo de planetas que giram à sua volta, veria a Terra, Marte e Saturno praticamente alinhados. Esta noite, Marte encontra-se com Saturno e utrapassa-o, podendo ver-se ambos à vista desarmada, tanto da cidade como do campo.

Tal alinhamento dos três planetas dura poucos dias, pois - seria evidente para o suposto ET - os deslocamentos de Marte e da Terra, por serem relativamente rápidos, em breve farão com que o alinhamento se desfaça. Será a Terra a adiantar-se a Marte, por este se mover mais lentamente, ficando Saturno quase estático, tal a lentidão do seu deslocamento.

No entanto, aos observadores terrestres está vedada tal visão, pelo que a nossa percepção sobre a Terra resulta mais complexa e será preciso algum esforço para se estabelecer uma relação clara entre os deslocamentos observados e a verdadeira disposição dos planetas durante as suas extraordinariamente rápidas viagens em volta do Sol. De facto, nos últimos dias tem sido interessante observar a diminuição de distância angular entre o planeta vermelho e o planeta dos anéis. Trata-se, na verdade, de uma diminuição do ângulo (e, daí, a designação de "distância angular") entre as duas linhas que, imaginariamente, ligassem o observador a cada um dos planetas.

Ainda no princípio do mês se avistava Marte um pouco à esquerda de um par de estrelas (Pólux e Castor) de brilho notável e as mais brilhantes da constelação dos Gémeos, enquanto Saturno permanecia projectado sobre as estrelas que constituem o Caranguejo. Depois, lentamente, o pequeno ponto avermelhado foi-se apresentando mais para a esquerda (para Este), enquanto Saturno pareceu sempre na mesma posição.

Embora a próxima noite seja a data precisa em que Marte ultrapassará Saturno, já há dois ou três dias os dois eram visíveis (quase) lado a lado e também nos próximos dias a separação entre ambos não será muito grande. Daqui a um mês o planeta vermelho passará pela estrela Régulo (a mais brilhante da constelação do Leão), enquanto Saturno permanecerá no Caranguejo.

Se de Marte nem um telescópio consegue dar uma imagem muito interessante, o mesmo não sucederá com Saturno. Sendo certo que só um bom binóculo permitirá perceber uma espécie de anel, um instrumento mais simples (um binóculo que amplie apenas sete vezes, por exemplo) permitirá ver o ponto brilhante correspondente a Saturno. Um pouco ao lado, mas ainda no campo do binóculo, poderá ver-se também um amontoado de pontos correspondentes às estrelas que formam um enxame estelar, designado por "Presépio" ou simplesmente por M44.

Na verdade, os "alinhamentos" que os "objectos celestes" parecem apresentar aos observadores situados sobre um planeta pouca relação têm com a distância entre eles. Com efeito, Marte, embora nos pareça "junto" a Saturno, está apenas a 340 milhões de quilómetros da Terra, enquanto a distância para o planeta dos anéis é já de 1480 milhões. Do M44, agora situado por detrás de Saturno, a luz chega-nos mais de 500 anos depois de ter saído de lá, o que corresponde a uma distância superior a 5000 biliões de quilómetros.

in PÚBLICO (Máximo Ferreira)

quarta-feira, junho 14, 2006

Fernando Pessoa

Faz hoje anos que nasceu Fernando Pessoa. Como qualquer poeta, nunca morre, enquanto houver pessoas que o leiam e o sintam... Recordemos apenas dois dos seus inúmeros poemas e um de um dos seus heterónimos:

Abdicação
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho.
Eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.

Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu cetro e coroa — eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços

Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.


A Lua (dizem os ingleses)
A LUA (dizem os ingleses)
É feita de queijo verde.
Por mais que pense mil vezes
Sempre uma idéia se perde.

E era essa, era, era essa,
Que haveria de salvar
Minha alma da dor da pressa
De... não sei se é desejar.

Sim, todos os meus reveses
São de estar sentir pensando...
A Lua (dizem os ingleses)
É azul de quando em quando.


Álvaro de Campos

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

sábado, junho 10, 2006

Camões



Camões e a tença


Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.

Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.

E aqueles que invoscaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.

Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.

Este país te mata lentamente.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Grades (1970)

sexta-feira, junho 09, 2006

Vulcão nas Aleutas...

Vulcão que o OVGA está seguir diariamente...

At 3:00 p.m. Alaska Daylight Time on May 23, 2006, Flight Engineer Jeff Williams from International Space Station (ISS) Expedition 13 contacted the Alaska Volcano Observatory (AVO) to report that the Cleveland Volcano had produced a plume of ash. Shortly after the activity began, he took this photograph. This picture shows the ash plume moving west-southwest from the volcano’s summit. A bank of fog (upper right) is a common feature around the Aleutian Islands. The event proved to be short-lived; two hours later, the plume had completely detached from the volcano (see image from May 24). The AVO reported that the ash cloud height could have been as high as 6,000 meters (20,000 feet) above sea level.
Cleveland Volcano, situated on the western half of Chuginadak Island, is one of the most active of the volcanoes in the Aleutian Islands, which extend west-southwest from the Alaska mainland. It is a stratovolcano, composed of alternating layers of hardened lava, compacted volcanic ash, and volcanic rocks. At a summit elevation of 1,730 meters, this volcano is the highest in the Islands of the Four Mountains group. Carlisle Island to the north-northwest, another stratovolcano, is also part of this group. Magma that feeds eruptions of ash and lava from the Cleveland Volcano is generated by the northwestward movement of the Pacific Plate beneath the North American Plate. As one tectonic plate moves beneath another—a process called subduction—melting of materials above and within the lower plate produces magma that can eventually move to the surface and erupt through a vent (such as a volcano). Cleveland Volcano claimed the only known eruption-related fatality in the Aleutian Islands, in 1944.
Astronaut photograph ISS013-E-24184 was acquired May 23, 2006, with a Kodak 760C digital camera using an 800 mm lens, and is provided by the ISS Crew Earth Observations experiment and the Image Science & Analysis Group, Johnson Space Center. The image in this article has been cropped and enhanced to improve contrast. Lens artifacts have been removed. The International Space Station Program supports the laboratory to help astronauts take pictures of Earth that will be of the greatest value to scientists and the public, and to make those images freely available on the Internet. Additional images taken by astronauts and cosmonauts can be viewed at the NASA/JSC Gateway to Astronaut Photography of Earth.

Estes tristes tempos - profecias e afins...

Estava tudo previsto... Ora, senão, reparem:


in Diário de Notícias, Bandeira - Cartoons

"Virá um ministerial
com o nome de sábio antigo
subir taxas antigas
em honra de Portugal."


in As Profecias do Bandarra, Sapateiro de Trancoso, Gonçalo Annes Bandarra, Editorial Angelorum (Livros Novalis)

Europasaurus: novo dinossauro anão


Descoberta manada de um novo dinossauro anão, o Europasaurus, publicado hoje na prestigiada revista Nature por paleontólogos portugueses e alemães

O Museu da Lourinhã está a colaborar com um museu Dinopark Münchehagen, localizado perto de Hannover na Alemanha, na descoberta e descrição de um novo dinossauro anão do Jurássico Superior, com 150 milhões de anos. Trata-se de um dos dinossauros saurópodes mais bem conservados que se conhecem na Europa, e compreende esqueletos de, pelo menos, 15 indivíduos desde bebés a adultos, sugerindo que estes dinossauros viviam em manada. As condições de fossilização permitiram a excelente conservação de vários esqueletos, incluindo crânios, o que é um facto único a nível europeu. O estudo de todo o esqueleto permite ter uma melhor compreensão de como o corpo dos dinossauros evoluía ao longo da sua vida. Trata-se de um novo género e espécie para a Ciência e foi apelidado Europasaurus holgeri.

Os esqueletos daquela manada de dinossauro não ultrapassam mais de seis metros de comprimento, o que pode parecer grande mas é diminuto quando comparamos com os outros dinossauros do mesmo grupo, os saurópodes, que podiam atingir 30 metros de comprimentos e foram os maiores animais terrestres que alguma vez caminharam sobre a terra. Inicialmente, os investigadores pensavam que se tratava de uma manada apenas constituída por dinossauros juvenis. Martin Sander, da Universidade de Bona, retirou uma pequena amostra dos ossos que cortou em fatias tão finas que a luz pode passar por ela e assim pode ser analisado ao microscópio, mas quando analisaram a micro estrutura dos ossos e surpresa foi geral: os exemplares maiores eram adultos… e anões! O osso era composto por um tecido fibrolamelar que só aparece nos dinossauros adultos. Embora já tenha sido sugerido, é a primeira vez que se prova a existência de dinossauros anões.

A primeira descoberta foi realizada em 1998, na pedreira de Oker, na Baixa Saxónia, pelo coleccionador amador alemão, Holger Lüdtke, que tem vindo a colaborar com os investigadores. Curiosamente, não era suposto terem sido descobertos dinossauros naquele local porque durante o Jurássico Superior toda a área era mar e os dinossauros não era marinhos. Contudo, tratava-se de um mar perto de uma ilha e os esqueletos devem ter sido arrastados pela água.

Durante o Jurássico superior, a Europa era muito diferente pois tratava-se de um arquipélago e aquela área da Alemanha tinha várias ilhas. As ilhas favorecem o aparecimento de espécies anãs porque grandes espécies, que consomem muitas calorias, tendem a tornar-se pequenas devido à limitação dos recursos da ilhas e a impossibilidade de migrarem. Em condições extremas as espécies pequenas têm mais probabilidade de sobreviver pois são menos dependentes dos recursos disponíveis no ambiente. Tal fenómeno tem sido observado em várias épocas e espécies, inclusivamente em humanos, como é o caso do famoso Homo florensiensis.

O nome Europasaurus foi escolhido pelo investigador português porque se trata de uma descoberta feita no centro geográfico da Europa, por uma equipa europeia, e de forma a celebrar a união da Europa.

Desde a sua primeira visita ao local, em 1999, que o paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e Universidade Nova de Lisboa, está a coordenar a equipa científica alemã que estuda estes dinossauros, sendo um dos conselheiros científicos da uma fundação alemã para o estudo da paleontologia. A publicação da revista Nature é, para estes investigadores, um passo importante já que esta é talvez a mais prestigiada revista científica da actualidade. Réplica do crânio do Europasaurus pode ser agora visitada no Museu da Lourinhã.

quinta-feira, junho 08, 2006

Cratera encontrada na Antártida

Cientistas dizem que colisão de cometa terá causado extinções há 250 milhões de anos
02.06.2006 - 19h33 AFP

Uma equipa internacional de investigadores encontrou na Antárctica vestígios da colisão de um cometa gigante, que diz ser a causa provável da maior extinção na história do planeta, que destruiu entre 70 a 90 por cento das espécies há 250 milhões de anos.

Os cientistas encontraram no subsolo da Antárctica vestígios do impacte de um cometa gigante que provocou uma cratera duas vezes maior do que a Suíça. Esta será a causa, dizem, da extinção da era geológica do Pérmico-Triássico, segundo um comunicado da Universidade de Ohio State.

Até ao momento, este cataclismo, que provocou o desaparecimento de 90 por cento das espécies marinhas e 70 por cento das espécies terrestres, ainda não tem uma explicação definitiva.

Ao colidir com a Terra, o meteorito terá causado o desmembramento progressivo do Gonduana, um supercontinente que reunia a maior parte das terras actuais do Hemisfério Sul, entre elas a África, América do Sul e Austrália.

"As medições da gravidade que nos permitiram descobrir a sua existência sugerem que terá sido criada há cerca de 250 milhões de anos, no momento da extinção do Pérmico-Triássico, quando quase toda a vida animal na terra desapareceu", explicou a universidade em comunicado.

"A dimensão e localização (da cratera) na região de Wilkes Land, na Antárctica, sugere que terá provocado a deslocação do Gonduana, ao criar uma falha tectónica que terá empurrado a Austrália para o Norte", afirmam os cientistas.

Os cientistas dizem que a extinção do Pérmico-Triássico terá possibilitado o domínio dos dinossauros no mundo animal, antes de desaparecerem há 65 milhões de anos, vítimas do impacte de um cometa gigante que causou a cratera de Chicxulub, na península do Iucatão, no México.

Este cometa teria um diâmetro de 9,6 quilómetros enquanto que o que caiu na Antárctica teria um diâmetro quatro a cinco vezes maior, com cerca de 48,3 quilómetros, segundo os investigadores.

A equipa de investigadores foi coordenada por Ralph von Freese e Laramie Potts, ambos professores de geologia na Universidade Ohio State. Entre os cientistas que participaram na investigação estão especialistas da NASA (agência espacial norte-americana) e geólogos russos e sul-coreanos.

in Público - ver notícia

Notícia na BBC News - aqui

terça-feira, junho 06, 2006

Livro de José Fernando Monteiro

O livro HISTÓRIAS DO UNIVERSO, uma colectânea de crónicas publicadas no Jornal de Notícias do professor JOSÉ FERNANDO MONTEIRO, será oficialmente apresentado:
  • no dia 8 de Junho (quinta-feira) pelas 17 horas, na Livraria Escolar Editora, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
  • no dia 10 de Junho (Sábado), às 16 horas, no Auditório do Pavilhão Rosa Mota na Feira do Livro do Porto.
Ambas as apresentações estarão a cargo do Prof. Doutor António Ribeiro.
Esta colectânea, organizada e preparada pelo autor, tem prefácio do Prof. Doutor Galopim de Carvalho.


NOTA:
Que boa notícia...! E quando é que será publicada a tese de Doutoramento, que penso que estaria finalizada (ou quase) no momento da sua morte (25.03.2005)?
Para quem não conhece José Fernando Monteiro e a sua obra aqui ficam algumas sugestões de leitura:

EUREKA 2006 - Batalha


Jornada sobre a aprendizagem de Matemática e Ciências

Data: 29 de Junho, 2006

Local: Batalha, Auditório da Caixa de Crédito Agrícola

Destinatários: Professores de todos os ciclos de ensino


Programa provisório

9.15 – Recepção aos participantes

9.45 – Sessão de Abertura (a confirmar intervenientes)

  • Secretário de Estado Adjunto da Educação
  • Director Regional de Educação do Centro
  • Gestor da Unidade de Missão CRIE
  • Presidente da Câmara Municipal da Batalha

10.15 – Painel I – Iniciativas e Projectos

  • Programa Ciência Viva - Dr.ª Rosália Mota (a confirmar)
  • PMatE – Programa Matemática e Ensino – Prof. Dr. António Batel· CCEMS - Uma estratégia articulada para a Matemática e Ciências (António Rodrigues)

11.00 – Intervalo

11.15 – Painel II – Experiências de aplicação das TIC na Aprendizagem da Matemática e Ciências

  • Fichas Lúdicas de Matemática – Odete Rovisco (Formadora TIC)
  • Ensino das Ciências na Web – Ricardo Pimentel (Agrup. de Avelar)
  • Quadros Interactivos nas Ciências Experimentais – Conceição Santos (CCEMS)
  • Projecto "MATEMÁTICA#PRÁTICA - PRÁTICA#MATEMÁTICA" - Ermelinda Damas (CenForAz)

12.00 – Painel III – Parcerias novas abordagens

  • Jogos Matemáticos – Ana Amaral (AFR – Jogos de Estratégia)
  • Tecnologias 3D na aprendizagem das Ciências – Andri Stael (P3D)
  • Sistemas de Aquisição de Dados (Sensores) – Paulo Ribeiro (Linkare)
  • Blocos Lógicos – Pedro Costa (Ludomédia)

13.00 – Almoço


14.30 - ATELIERS DE DEMONSTRAÇÃO E EXPLORAÇÃO
A realizar em 2 turnos:
1.º Turno das 14.30 às 15.20 e 2.º Turno das 15.30 às 16.20 horas

  • Jogos Matemáticos (Ana Amaral, Célia Alves e Conceição Santos)
  • Sistemas de Aquisição de Dados (Paulo Ribeiro)
  • Realidade Virtual no Ensino/Aprendizagem das Ciências (Andri Stael)
  • Quadros no Ensino Experimental das Ciências (Pedro Alberto)
  • PMatE – Projecto Matemática e Ensino (António Batel, Amaral Carvalho)
  • Blogic - Blocos Lógicos (Pedro Costa)
  • Matemática para os mais pequenos - (Ermelinda Damas, Luísa Silva e Vânia Correia)

16.30 – Cerimónia de assinatura de protocolos entre o CCEMS, Parceiros e Escolas

17. 00 - Sessão de Encerramento (convidados institucionais a definir)

NOTA: Um colega meu - Ricardo Pimental - estará presente como palestrante... Se o Conselho Executivo me autorizar, lá estarei para o ouvir e fotografar, para depois partilhar aqui esse material.

Ficha de Avaliação dos Professores

Aqui vai a novidade: já existe a primeira versão da Ficha de Avaliação dos Professores pelos Pais e Encarregados de Educação.

Tanto é assim que eu, ontem, a recebi vinda de duas fontes independentes e insuspeitas - de um colega e amigo de Leiria, João Nelson Ferreira, e do Professor Gama Pereira, do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra...

Embora a origem seja nebulosa, vale a pena ver este material.

Para proceder ao seu download, clicar AQUI.

Avaliação dos professores

Conforme prometido aqui fica um pequeno contributo nosso para o debate...

1. Sou a 100% a favor da avaliação das actividades de qualquer profissional. Os professores não estão acima ou abaixo dos outros e como o dinheiro no Estado português não abunda, terá que ser gerido com parcimónia (logo acabaram-se as pseudoavaliações com subidas automáticas).

2. Qualquer modelo de avaliações é criticável na teoria e na prática e terá sempre fragilidades - basta ver o quanto se tem falado sobre o assunto nos últimos dias. Agora incluir no processo um grupo heterogéneo como são os Pais e Encarregados de Educação (EE), com fortes interesses no assunto e agora com a possibilidade real de tirar dividendos da sua intromissão, já me parece demais... Que os Pais e EE critiquem a Escola, os professores, os seus diversos funcionários, acho útil e importante, pois hoje raramente o fazem (uma elevada percentagem nunca vai à Escola e um significativo número nem sequer se dá ao trabalho de receber a correspondência ou atender os telefonemas da Escola...). Agora avaliarem aquilo que não conhecem directamente e do qual são parte interessada, é como juntar a fome com a vontade de comer...

3. Numa experiência prévia que tive, como docente do Ensino Superior (no ISLA de Leiria), em que os docentes eram avaliados de diversas formas, inclusive pelos alunos, consegui entender que as avaliações são úteis, importantes e produzem feedback significativo para toda uma Comunidade Escolar. Usar esses mesmos materiais na avaliação dos docentes, concordo em absoluto... Mas, se vierem de fora da Escola os Especialistas (desconfio que das Escolas Superiores de Educação e das Psicologias) para avaliar, então vamos entrar num beco sem saída, sobretudo se, com os especialistas, entrarem os senhores do partido (seja lá qual for o partido...) a dar uma mãozinha na avaliações. Esperem e verão...

4. A maneira como a senhora Ministra da Educação tem operacionalizado estas alterações ao Estatuto da Carreira Docente é uma vergonha. Acusar quem hierarquicamente está abaixo de si de todos os erros e problemas é meio caminho para deixar de ter gente interessada na mudança que tem de ser feita. Dizia-me um amigo, recentemente, que isto só lá ia com um Maio de 68 nas Escolas. Não concordo - as revoluções fazem perder valores que depois custam bastante a novamente implantar - veja-se o caso espanhol (continuidade na mudança) versus revolução portuguesa (25 de Abril de 74/ 11 de Março de 1975/Verão Quente de 75) e tudo o que se perdeu na Educação/Ensino. Mas que apetece, lá isso é verdade...

Sugestões de leitura: 1, 2, 3, 4, e 5.

Zonas Húmidas Portuguesas

Recebemos do Doutor José Carlos Ribeiro Ferreira (Grupo de Ordenamento do Território do Dep. Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa) a seguinte informação:

As Zonas Húmidas Portuguesas estão de parabéns?! Foram designadas como zonas húmidas de importância internacional, 5 novas áreas, com destaque para a área das “Fajãs da Caldeira de Santo Cristo e dos Cubres, a primeira zona húmida Açoriana a receber o reconhecimento internacional por parte da Convenção de RAMSAR.

Mais informações:
http://ramsar.org/wn/w.n.portugal_five.htm

Vejam o link, que vale a pena... Adivinhem que zona do Distrito de Leiria está na lista...!

Dia do Geólogo

Facto pouco conhecido, no dia 30 de Maio comemora-se no Brasil o Dia do Geólogo, como nos recordou um colega brasileiro na mailing-list da GEOPOR.



Por cá o Geólogo e a Geologia não têm dia nem data, ao contrário de outros países, que comemoram o Dia Internacional do Geólogo a 14 de Abril...

Por acaso, em pesquisas anteriores, tinha acedido a listagens (1, 2 e 3) com datas dos Eventos comemorados no Brasil e sabia desta data (e vem aí o Dia do Paleontólogo - 15 de Junho...).
Não seria interessante, para o ano, comemorarmos o Dia do Geólogo em Portugal...? Bastaria escolher a data (14 de Abril, 30 de Maio ou uma data significativa para Geologia portuguesa) e divulgar essas comemorações, fazendo algumas actividades abertas ao público e à comunicação social.


Aceitam-se sugestões e comentários...

A democratização do Iraque e a Geologia


Afinal a intervenção e democratização do Iraque tem causas geológicas... Para confirmar clique no seguinte link:
http://www.barabanow.com/iraqfree.html

Tirámos a ideia deste post do blog Sorumbático...

avaliassom dos proufeçores, 2.1

Depois de uma referência na mailing-list da Geopor ao nosso post anterior, não resistimos a publicar o interessante desenho sobre como foi e irá mudar o relacionamento entre professores e a famílias dos alunos, face às propostas da Ministra da Educação (ia dizer Inducassão, mas depois era mal interpretado...).

30 ANOS ATRÁS

"Senhora Professora, obrigado por tudo, trago este presunto como forma de agradecimento..."

DAQUI A 1 ANO

"Zéquinha, obrigado por tudo, dá aos teus pais este presunto como forma de agradecimento..."

PS - Sendo eu da Beira Serra, acho lamentável que o Doutor Paulo Legoinha se tenha esquecido dos queijos da Serra e dos cabritos - "Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem" ...